sexta-feira, 18 de julho de 2014

editorial




Uma pausa para o artista

O amapaense foi surpreendido pela morte. A morte nunca pede carona. Ela vem sorrateira, com seu manto e capô preto, foice nos ombros. Agora, ela nos roubou o Cabuçu Lurdico, fora da hora combinada. Um choque! A sociedade, incrédula, com a fatídica notícia, que foi confirmada pelo Facebook. Este foi o instrumento de comunicação usado para espalhar a notícia ruim. Notícias ruins sempre têm pernas curtas.
Todos queriam, atonitamente, a confirmação do desenlace letal. Infelizmente não era mero boato, maldade de irresponsáveis. Não! Era verdade. Desgraçadamente, era.
Foi sim! O Lurdico morreu, e, com ele, faleceu também um naco generoso da alegria, tão escassa no Amapá de hoje.
É verdade sim! Morreu o Cabuçu do Pé Rachado, e com ele feneceu boa parte do humor inteligente, rápido e simples dos palcos do Amapá.
Silencia com esse desaparecimento abrupto os daions, que já não poderão mais irradiar nos finais de tarde a comunicação alegre, critica e bem humorada desse homem simples. Uma legião de amantes do bom rádio ficou órfã.
Égua não, égua não, égua não, morte! Levaste contigo o sorriso e deixaste um vazio absoluto nas almas dos moleques que folgavam com as piadas do Lurdico.
Vamos ter que nos acostumar a ver Vardico sem Lurdico e todos a aprender a conviver sem o amigo, conselheiro Antônio de Pádua Borges.
O sucesso no rádio, teatro e TV conduzia essa dupla irreverente a outro projeto: a política da representação popular. A representatividade do povo. Percebia-se que, para eles, não bastava mais apenas questionar o Amapá através do humor irreverente; era chegada a hora de falar sério, duro e defender de forma intransigente o interesse daqueles que eles fizeram se espocar de risada com as piadas e as tiradas inteligentes, embora, muitas vezes, ácidas críticas.
O Tribuna Amapaense se rende ao seu talento, à sua importância na luta por um Amapá mais justo. Deus lhe enviou para fazer esse mundo um pouco mais leve. E você cumpriu o seu papel com distinção. Descanse em paz, pois, jamais serás esquecido nesse Estado.

Um comentário:

  1. Que Deus receba esse ser humano maravilhoso que passou em nossas vidas, e conforte a família enlutada.

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