sexta-feira, 25 de julho de 2014

EDITORIAL




Editorial
A lady e a dama-de-ferro

Recentemente, Cláudia Camargo Capiberibe foi acusada de comandar um esquema de cobrança de propinas nas entranhas do Palácio do Setentrião. Claudinha é primeira dama do Amapá e secretária de Estado de Inclusão e Mobilização Social (SIMS). De temperamento forte, natural de Campinas (SP), ela é temida pelos subordinados, que a consideram uma dama-de-ferro.
As denúncias contra Claudinha estão documentadas em vídeos, nos quais um advogado e um empresário sustentam que ela é a chefe do propinoduto do PSB/Ap. Por causa disso, a Assembleia Legislativa a convocou a prestar esclarecimentos em plenário. No entanto, ela escapou do vexame por uma decisão do desembargador Carlos Tork, que acatou liminar nesse sentido.
Se estivéssemos num país sério, certamente o Ministério Público do Estado abriria um procedimento investigatório para apurar as denúncias. Não foi o que aconteceu. Ao contrário, o MPE apressou-se em antecipar que não havia nada que comprovasse a vinculação de Claudinha Capiberibe com o propinoduto.
Mas quando se trata da Assembleia Legislativa, o MPE não mede esforços em fustigar os deputados estaduais, especialmente Moisés Souza e Edinho Duarte. A obsessão persecutória contra o Legislativo é uma orientação de Ivana Lúcia Franco Cei, a charmosa procuradora geral do Estado.
Para quem não a conhece, Ivana Lúcia Franco Cei é o que os fleumáticos  britânicos  denominam uma autêntica lady. Os sapatos são esculpidos para seus delicados pés, o perfume se coaduna à sua tez, assim como os bem cortados tailleurs da grife Prada amoldam-se à sua silhueta. Com tal elegância, Ivana Cei exala a autoridade do cargo que ocupa.
Então, não seria demais afirmar que temos no Amapá duas “garotas superpoderosas”: a dama-de-ferro Claudia Capiberibe e a lady Ivana Cei. Inclusive, ambas com uma parceria muito bem alicerçada, pois, ao invés de denunciar a primeira dama, o MP a isenta de culpa, elevando-a ao patamar de intocável.
Em sua obsessão persecutória, os alvos preferenciais de Ivana Cei são os deputados Moisés Souza e Edinho Duarte. Por iniciativa do MPE, os dois foram afastados de suas funções da Mesa Diretora da ALAP – Moisés, da presidência; Edinho, da primeira secretaria.
Não satisfeita, lady Ivana mandou o promotor de Justiça Afonso Guimarães desativar a Escola do Legislativo da Zona Norte. Como no jogo Banco Imobiliário, o Ministério Público comprou por R$ 1 milhão o prédio onde havia sido inaugurada a Escola do Legislativo.
Detalhe sórdido da manobra: Moisés Souza havia pago R$ 300 mil pelo imóvel. Ou seja, houve um ágio de 334%. Tudo leva a crer que o Ministério Público está nadando em dinheiro, enquanto a economia amapaense atravessa um ciclo de vacas magras, muito magras, magérrimas.
 

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