Editorial
A lady e a dama-de-ferro
Recentemente,
Cláudia Camargo Capiberibe foi acusada de comandar um esquema de cobrança de
propinas nas entranhas do Palácio do Setentrião. Claudinha é primeira dama do
Amapá e secretária de Estado de Inclusão e Mobilização Social (SIMS). De
temperamento forte, natural de Campinas (SP), ela é temida pelos subordinados,
que a consideram uma dama-de-ferro.
As
denúncias contra Claudinha estão documentadas em vídeos, nos quais um advogado
e um empresário sustentam que ela é a chefe do propinoduto do PSB/Ap. Por causa
disso, a Assembleia Legislativa a convocou a prestar esclarecimentos em
plenário. No entanto, ela escapou do vexame por uma decisão do desembargador
Carlos Tork, que acatou liminar nesse sentido.
Se
estivéssemos num país sério, certamente o Ministério Público do Estado abriria
um procedimento investigatório para apurar as denúncias. Não foi o que
aconteceu. Ao contrário, o MPE apressou-se em antecipar que não havia nada que
comprovasse a vinculação de Claudinha Capiberibe com o propinoduto.
Mas
quando se trata da Assembleia Legislativa, o MPE não mede esforços em fustigar
os deputados estaduais, especialmente Moisés Souza e Edinho Duarte. A obsessão
persecutória contra o Legislativo é uma orientação de Ivana Lúcia Franco Cei, a
charmosa procuradora geral do Estado.
Para
quem não a conhece, Ivana Lúcia Franco Cei é o que os fleumáticos britânicos denominam uma autêntica lady. Os sapatos são esculpidos
para seus delicados pés, o perfume se coaduna à sua tez, assim como os bem
cortados tailleurs da grife Prada amoldam-se à sua silhueta. Com tal elegância,
Ivana Cei exala a autoridade do cargo que ocupa.
Então,
não seria demais afirmar que temos no Amapá duas “garotas superpoderosas”: a
dama-de-ferro Claudia Capiberibe e a lady Ivana Cei. Inclusive, ambas com uma
parceria muito bem alicerçada, pois, ao invés de denunciar a primeira dama, o
MP a isenta de culpa, elevando-a ao patamar de intocável.
Em
sua obsessão persecutória, os alvos preferenciais de Ivana Cei são os deputados
Moisés Souza e Edinho Duarte. Por iniciativa do MPE, os dois foram afastados de
suas funções da Mesa Diretora da ALAP – Moisés, da presidência; Edinho, da
primeira secretaria.
Não
satisfeita, lady Ivana mandou o promotor de Justiça Afonso Guimarães desativar
a Escola do Legislativo da Zona Norte. Como no jogo Banco Imobiliário, o
Ministério Público comprou por R$ 1 milhão o prédio onde havia sido inaugurada
a Escola do Legislativo.
Detalhe
sórdido da manobra: Moisés Souza havia pago R$ 300 mil pelo imóvel. Ou seja,
houve um ágio de 334%. Tudo leva a crer que o Ministério Público está nadando
em dinheiro, enquanto a economia amapaense atravessa um ciclo de vacas magras,
muito magras, magérrimas.
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