EDITORIAL
A morosidade, a verdade
e a vontade do povo
A morosidade e a
burocracia são dois males que emperram o andamento de muita coisa no Brasil. Esse
termo “muita coisa” daria ao povo respostas para muita coisa que hoje
simplesmente não caminham. Processos na Justiça de grandes cidades às vezes
“caducam” sem qualquer satisfação, simplesmente por estacionar em pilhas que
com o tempo ficam empoeiradas.
Pergunta que fica, será
a força do poder? A edição de hoje traz essa situação, onde uma secretária de
Estado tem um processo de condenação para devolver mais de R$ 3 milhões e até
hoje nada aconteceu. O tempo de espera já chega há 13 anos e as investigações
de irregularidades constatadas são inúmeras por uma auditagem feita na
Secretaria de Indústria e Comércio – SEICOM -, na época em que Janete Góes
Capiberibe era a secretária e tinha o marido João Capiberibe como governador.
Por todos os lados
foram encontradas situações vexatórias e em todos os setores da secretaria
investigada, quanto mais se aprofundava, mais problemas surgiam. Convênios,
alugueis, diárias, enfim. Tudo duvidoso.
Mas seriam necessários
13 anos para que os resultados surgissem? As alegações ao TCE para tentar
explicar o inexplicável foram feitas, mas não convenceram. O Tribunal de Contas
logicamente manteve-se sério e disse que nada foi justificado por não haver
documentos comprobatórios.
O compromisso com a
informação leva o jornalismo à denúncia. E esse compromisso é o lema deste
jornal. Sem informação o povo fica cego, surdo e mudo. Não queremos isso. Fatos
relevantes têm que ser animados e é este o papel do jornalismo sério, proposta
que sempre norteou este jornal muitas vezes atacado e vítima de uma tentativa
de sabotagem moral que nunca se manteve. Nossos leitores sabem quem somos e
como trabalhamos.
Somos pequenos, é
verdade, mas com a força de quem nos lê, somos um gigante que incomoda muito. A
manchete desta edição se iguala a tantas outras que destacamos com
exclusividade, que aliás, é uma marca do jornalismo diferenciado. O “furo”,
hoje tão difícil de se conseguir é reportado por nós com uma facilidade
tremenda. A explicação para isso é a credibilidade. A manchete desta edição se
iguala a muitas outras exclusivas e traz detalhes do que ninguém mais falou.
Jornalismo, nada mais é que a verdade. Muito embora convivamos e sobrevivamos
nesta época ruim, de repressão e tirania, conseguimos sobreviver e vamos
fazemos o que nos propomos.
Nossas portas continuam
e continuarão abertas para publicar verdades. Doam elas a quem doer. Este é
nosso papel. Este é o papel do jornalismo de verdade. Não nos vendemos, não nos
compraram pois não estamos à venda. Nossas manchetes são diferenciadas, fora do
comum. Somos o jornalismo do povo aguardando com ele que a burocracia caminhe e
a morosidade se acabe neste País.
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