Muitos vultos da esquerda de
“ontem” devem estar se revirando em seus túmulos ao verem ações de políticos
como Randolfe Rodrigues e Clécio Luís, ditos “socialistas” defensores dos
interesses populares. A relação não para por aí. Segue como Camilo e João
Capiberibe, este último se achando o “pai da moralidade”, mas na verdade
cassado por compra de votos e ainda acusado de comprar uma casa paga com
dinheiro público.
Mas o choque é ainda mais forte
para os comunistas e socialistas desencarnados e porque não dizer para os que
estão em matéria. Mas falamos de uma esquerda de verdade, não de arremedos. Os
que seguem a ideologia que muitos dizem ser utópica, e que se for mesmo
analisada, é. Mas que mesmo assim acreditam, se aterrorizariam com o que estes
senhores pensam e fazem no Amapá.
Aqui mesmo, neste Estado separado
do Brasil pelas matas densas e rios da Amazônia. Para muita gente, “a terra que
o mundo esqueceu”. Pois é, aqui, ultimamente, jacarés e pirarucus estão voando
lado a lado com búfalos. Tudo por conta do poder político que pensam ter estes
ditos “socialistas”.
A teoria do socialismo utópico não
deixa de nos ser reforçada por eles, que contrariam tudo que um dia foi pensado
por Marx, Engels e metaforizado por Kafka em seu clássico “Metamorfose”. E já
que é utópico, para que ser respeitado?
Ora, em que lugar do mundo um
partido socialista dissidente de outro com ideias também socialistas, se
aliaria a uma sigla de extrema direita. Se houve dissidência, é óbvio que
existiu a discordância.
Nobre leitor, não estamos em nenhum
“Acidente em Antares”. Isto aconteceu aqui, em Macapá, capital do Amapá. PSOL
juntou-se ao direitista extremo DEM e ao PTB e também ao PSDB. Foram ao mesmo
palanque, compartilharam das mesmas ideias... enredo de dar inveja em Dias
Gomes, Ariano Suassuna, Graciliano Ramos e porque não ao trágico Edgar Alan
Poe.
O primeiro capítulo foi ao ar em
2012. O segundo, agora recentemente nas eleições para o governo. E o eleitor
então pergunta: Mas e o partido, o que acha disso? A resposta é clara e lúcida:
Um absurdo. Não se pode aceitar tal comportamento que chega a ser vergonhoso.
Já para os protagonistas, tudo é
normal e quem está errado é o partido por ser tão radical e rancoroso. A
aliança foi feita para vencer oligarquias e corrupção. Interessante uma esquerda
que se intitula moralista, aliar-se à direita tão duramente criticada por esta
mesma esquerda que se aliou. Complicado né? Eles são assim mesmo, e ainda por
cima, atrapalhados. Seria mais ou menos como pegar a prostitua na esquina, dar
nela um “banho de loja” e apresentar à família como noiva, casando logo depois
cumprindo uma exigência para não perder a herança.
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