CANDIDOSE
CRÔNICA SISTEMICA, ALERGIA, ALIMENTOS E
ANTIBIÓTICOS- PARTE II
Na Medicina
Natural as concepções e abordagens terapêuticas partem de alguns princípios que
diferem do tratamento e da ciência convencional. Para a ciência clássica o
sangue é elaborado na medula óssea, onde as células são formadas, porém na
Naturopatia o sangue é formado no intestino, onde a maior parte ( o plasma)
recebe os nutrientes dos alimentos e várias substâncias elaboradas pelo fígado.
O ambiente intestinal é composto de uma flora contendo 11 milhões de bactérias,
correspondente a 1,5 kg, onde 70% delas deveriam ser benéficas (pró-bióticas) e
apenas 30 % não tão saudáveis, como a E. coli.
No entanto, esse equilíbrio e esse metabolismo que ocorre no intestino,
é quebrado quando a quantidade de cândida está aumentada, advindo a doença
Candidose Sistêmica Crônica.
Para recuperar a
normalidade e restituir o equilíbrio parcial desencadeado pelo excesso de
fungos, a Medicina Natural propõe uma série de medidas terapêuticas e
preventivas que serão abordadas em seguida, pois como dissemos no artigo
anterior o tratamento bem sucedido da candidíase crônica requer a
redução dos fatores predisponentes ao crescimento de cândida, apoio hepático e imunológico,
dieta pobre em carboidratos simples e alergenos, suplementação nutricional e
uso de remédios vegetais (plantas e fitoterápicos).
O apoio hepático exige do órgão
desintoxicador a preservação da função vascular e filtradora do sangue,
removendo os fungos circulantes e inibindo as toxinas e complexos antígeno-anticorpo
por eles formados, removendo-os da circulação. Para isso o fígado precisa estar
saudável e livre de substâncias que alteram ou prejudicam seu metabolismo
(álcool, gordura e substâncias tóxicas complexas), e com prejuízo do fluxo
biliar decorrentes de maus hábitos.
O apoio imune exige do organismo o
efetivo funcionamento dos órgãos do sistema imunológico composto por vários
órgãos (timo, baço, amígdalas, adenóides e linfonodos), células sanguíneas
(leucócitos e linfócitos) e células especializadas localizadas em vários
tecidos (macrófagos e mastócitos), cuja função principal é proteger o corpo
contra as diversas infecções (no caso a candidíase) e contra o desenvolvimento
de cânceres. O sangue contaminado de
Cândida ao passar no baço, este destrói
os fungos. No fígado os macrófagos especializados (células de Kupffer) englobam
e filtram bactérias e leveduras (C. albicans).
Vários fatores predisponentes
podem contribuir para o crescimento exacerbado das leveduras no corpo. Uma
função digestiva comprometida, com redução de secreção de ácido clorídrico,
bile e enzimas pancreáticas, incentiva a proliferação demasiada da cândida e
seu alastramento na mucosa absorvente do intestino, atingindo a circulação e
outros órgãos. A restauração dessas secreções é feita com suplementos, enzimas
pancreáticas e substâncias lipotróficas, que promovem o bom fluxo biliar,
permitindo uma digestão mais fácil e efetiva, absorvendo nutrientes essenciais
e neutralizando os agentes nocivos.
Auxilia ainda uma dieta pobre em açúcar refinado, inclusive sucrose e
frutose, pois o fungo se alimenta de açúcar. Os alimentos com alto teor de
leveduras e mofo, como as bebidas alcoólicas fermentadas, queijos, frutas secas
e amendoim, desencadeiam o supercrescimento de cândida, devendo ser eliminados
ou reduzidos na dieta. Ingerir açúcar não industrializado (mascavo) e reduzir
laticínios também auxilia, pois estes são ricos em lactose.
Além dos erros e exageros alimentares,
devemos buscar ativar as defesas orgânicas com alimentos mais saudáveis e
utilizar antibióticos somente quando necessário, evitando o uso de imunossupressores
(quimioterápicos, contraceptivos e corticóides), contato e ingestão de produtos
químicos (acidulantes, corantes, aromatizantes presentes nas bebidas
artificiais), além do controle de doenças crônicas subjacentes como diabetes,
câncer, etilismo crônico, psoríase, hipotireoidismo e os diversos fatores estressantes físicos e
mentais.
Como podemos observar o tratamento
da candidíase crônica exige uma verdadeira mudança e revolução dos costumes e
hábitos alimentares, cuidados com o uso
de substâncias químicas e medicamentos sem indicação médica e o incentivo a
medidas gerais de higiene e aquisição de um modo de vida mais saudável e
natural. Uma dessas medidas é a suplementação com nutrientes essenciais, de
preferência obtida de produtos naturais (frutas, legumes, grãos integrais, aves
e peixes) e drogas vegetais (plantas medicinais e fitoterápicos). A
suplementação com Lactobacillus
acidophilus, bactéria que retarda o crescimento de cândida (iogurte
natural, suplementos comerciais, como Simbioflora, Simbiofós, Simbiotil, Flora
5, Florax, Reflofur, etc), ajuda no controle da candidíase crônica.
Outros remédios botânicos, na
forma de plantas medicinais e fitoterápicos, também podem ajudar na prevenção e
tratamento da candidose, sobressaindo os seguintes:
ALHO: sua
ação antibiótica e antifúngica é significante contra uma variedade de fungos,
especialmente a cândida, sendo mais potente
que a nistatina, violeta genciana e outros antifúngicos mais usuais.
BERBERIS
(Berberis vulgaris): o
alcalóide berberina presente na planta, possui ação antibiótica e potente ação
também contra fungos, impedindo o crescimento da cândida e de outras bactérias
patogênicas. Quando cursa com diarréia, a berberina possui atividade
antidiarreica, inclusive nas diarréias causadas por enterobactérias ( E. coli,
Shigella, Salmonella, Klebsiella). Também ativa a função imunológica deprimida,
ativando a filtração sanguínea no baço e ativando os ação fagocitária dos
macrófagos contra os fungos.
IPÊ-ROXO
ou PAU D’ARCO (T.
impetiginosa L.): muito comum na região amazônica, usada como estimulante da imunidade e
como antibiótico e antiinflamatório natural e anticancerígeno, onde sobressai o
principio ativo lapachol, considerado potente agente antitumoral. Possui ainda
a xiloidina, com atividade anticândida.
CANARANA
ou CANAFICHA ( Costus
spicatus): Também
chamada “cana-do-brejo” essa planta é usada na forma de lavagem vaginal e na
forma de chá das folhas e talos para combater a
vulvo-vaginite.
CAMOMILA
(Matricaria chamomilla L.):
vários princípios ativos desta planta são capazes de destruir a levedura
cândida, agindo ainda nas dispepsias e outros sintomas digestivos da doença.
Pode ser usada também em lavagem vaginal na vulvo-vaginite por cândida. Tem ação calmante nos casos que se acompanham
de estresse, ansiedade e irritabilidade.
GENGIBRE
(Zingiber officinale L.) , CANELA (Cinnamonum zeylanicum L. ), MELISSA (Melissa officinale L.), ALECRIM (Rosmarinus officinalis), que contem óleos essenciais e princípios ativos que
ingeridos vão atuar como antissépticos
intestinais, agindo no combate aos fungos.
Assim, os passos a seguir para o
controle da candidose crônica são: eliminar o uso indevido e indiscriminado de
antibióticos, esteróides, imunossupressores e anticoncepcionais; seguir uma
dieta saudável eliminando o que alimenta os fungos; fortalecer e apoiar a função digestiva, apoio
hepático e apoio imunológico; usar suplementos
nutricionais e vegetais que impeçam o supercrescimento de fungos e
promovam a flora bacteriana saudável; eliminar toxinas das cândidas com uso de
fibras solúveis, promovendo sua excreção pela bile e pelo intestino. Trata-se
de medidas gerais de saúde que vão conseguir controlar e combater não só essa
doença, mas diversas outras que exigem
uma vida mais saudável e com hábitos mais equilibrados (Fontes: PIZZORNO,J
& MURRAY ,M., 1994; BREWER, S., 2013)
JARBAS DE ATAÍDE, 21.11.2014.
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