sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SAÚDE EM FOCO



CANDIDOSE CRÔNICA  SISTEMICA, ALERGIA, ALIMENTOS E ANTIBIÓTICOS- PARTE II
        Na Medicina Natural as concepções e abordagens terapêuticas partem de alguns princípios que diferem do tratamento e da ciência convencional. Para a ciência clássica o sangue é elaborado na medula óssea, onde as células são formadas, porém na Naturopatia o sangue é formado no intestino, onde a maior parte ( o plasma) recebe os nutrientes dos alimentos e várias substâncias elaboradas pelo fígado. O ambiente intestinal é composto de uma flora contendo 11 milhões de bactérias, correspondente a 1,5 kg, onde 70% delas deveriam ser benéficas (pró-bióticas) e apenas 30 %  não tão saudáveis, como a E. coli.  No entanto, esse equilíbrio e esse metabolismo que ocorre no intestino, é quebrado quando a quantidade de cândida está aumentada, advindo a doença Candidose Sistêmica Crônica.  
       Para recuperar a normalidade e restituir o equilíbrio parcial desencadeado pelo excesso de fungos, a Medicina Natural propõe uma série de medidas terapêuticas e preventivas que serão abordadas em seguida, pois como dissemos no artigo anterior o tratamento bem sucedido da candidíase crônica requer a redução dos fatores predisponentes ao crescimento de cândida, apoio hepático e imunológico, dieta pobre em carboidratos simples e alergenos, suplementação nutricional e uso de remédios vegetais (plantas e fitoterápicos).
O apoio hepático exige do órgão desintoxicador a preservação da função vascular e filtradora do sangue, removendo os fungos circulantes e inibindo as toxinas e complexos antígeno-anticorpo por eles formados, removendo-os da circulação. Para isso o fígado precisa estar saudável e livre de substâncias que alteram ou prejudicam seu metabolismo (álcool, gordura e substâncias tóxicas complexas), e com prejuízo do fluxo biliar decorrentes de maus hábitos. 
O apoio imune exige do organismo o efetivo funcionamento dos órgãos do sistema imunológico composto por vários órgãos (timo, baço, amígdalas, adenóides e linfonodos), células sanguíneas (leucócitos e linfócitos) e células especializadas localizadas em vários tecidos (macrófagos e mastócitos), cuja função principal é proteger o corpo contra as diversas infecções (no caso a candidíase) e contra o desenvolvimento de cânceres.  O sangue contaminado de Cândida  ao passar no baço, este destrói os fungos. No fígado os macrófagos especializados (células de Kupffer) englobam e filtram bactérias e leveduras (C. albicans).
Vários fatores predisponentes podem contribuir para o crescimento exacerbado das leveduras no corpo. Uma função digestiva comprometida, com redução de secreção de ácido clorídrico, bile e enzimas pancreáticas, incentiva a proliferação demasiada da cândida e seu alastramento na mucosa absorvente do intestino, atingindo a circulação e outros órgãos. A restauração dessas secreções é feita com suplementos, enzimas pancreáticas e substâncias lipotróficas, que promovem o bom fluxo biliar, permitindo uma digestão mais fácil e efetiva, absorvendo nutrientes essenciais e neutralizando os agentes nocivos.  Auxilia ainda uma dieta pobre em açúcar refinado, inclusive sucrose e frutose, pois o fungo se alimenta de açúcar. Os alimentos com alto teor de leveduras e mofo, como as bebidas alcoólicas fermentadas, queijos, frutas secas e amendoim, desencadeiam o supercrescimento de cândida, devendo ser eliminados ou reduzidos na dieta. Ingerir açúcar não industrializado (mascavo) e reduzir laticínios também auxilia, pois estes são ricos em lactose.
Além dos erros e exageros alimentares, devemos buscar ativar as defesas orgânicas com alimentos mais saudáveis e utilizar antibióticos somente quando necessário, evitando o uso de imunossupressores (quimioterápicos, contraceptivos e corticóides), contato e ingestão de produtos químicos (acidulantes, corantes, aromatizantes presentes nas bebidas artificiais), além do controle de doenças crônicas subjacentes como diabetes, câncer, etilismo crônico, psoríase, hipotireoidismo e  os diversos fatores estressantes físicos e mentais.
Como podemos observar o tratamento da candidíase crônica exige uma verdadeira mudança e revolução dos costumes e hábitos alimentares, cuidados  com o uso de substâncias químicas e medicamentos sem indicação médica e o incentivo a medidas gerais de higiene e aquisição de um modo de vida mais saudável e natural. Uma dessas medidas é a suplementação com nutrientes essenciais, de preferência obtida de produtos naturais (frutas, legumes, grãos integrais, aves e peixes) e drogas vegetais (plantas medicinais e fitoterápicos). A suplementação com Lactobacillus acidophilus, bactéria que retarda o crescimento de cândida (iogurte natural, suplementos comerciais, como Simbioflora, Simbiofós, Simbiotil, Flora 5, Florax, Reflofur, etc), ajuda no controle da candidíase crônica.
Outros remédios botânicos, na forma de plantas medicinais e fitoterápicos, também podem ajudar na prevenção e tratamento da candidose, sobressaindo os seguintes:
ALHO: sua ação antibiótica e antifúngica é significante contra uma variedade de fungos, especialmente a cândida, sendo mais potente  que a nistatina, violeta genciana e outros antifúngicos mais usuais.
BERBERIS (Berberis vulgaris): o alcalóide berberina presente na planta, possui ação antibiótica e potente ação também contra fungos, impedindo o crescimento da cândida e de outras bactérias patogênicas. Quando cursa com diarréia, a berberina possui atividade antidiarreica, inclusive nas diarréias causadas por enterobactérias ( E. coli, Shigella, Salmonella, Klebsiella). Também ativa a função imunológica deprimida, ativando a filtração sanguínea no baço e ativando os ação fagocitária dos macrófagos contra os fungos.
IPÊ-ROXO ou PAU D’ARCO (T. impetiginosa L.): muito comum na região amazônica, usada como estimulante da imunidade e como antibiótico e antiinflamatório natural e anticancerígeno, onde sobressai o principio ativo lapachol, considerado potente agente antitumoral. Possui ainda a xiloidina, com atividade anticândida.
CANARANA ou CANAFICHA ( Costus spicatus): Também chamada “cana-do-brejo” essa planta é usada na forma de lavagem vaginal e na forma de chá das folhas e talos para combater a  vulvo-vaginite.
CAMOMILA (Matricaria chamomilla L.): vários princípios ativos desta planta são capazes de destruir a levedura cândida, agindo ainda nas dispepsias e outros sintomas digestivos da doença. Pode ser usada também em lavagem vaginal na vulvo-vaginite por cândida.  Tem ação calmante nos casos que se acompanham de estresse, ansiedade e irritabilidade.
GENGIBRE (Zingiber officinale L.) , CANELA (Cinnamonum zeylanicum L. ), MELISSA (Melissa officinale L.), ALECRIM (Rosmarinus officinalis), que  contem óleos essenciais e princípios ativos que ingeridos vão atuar como  antissépticos intestinais, agindo no combate aos fungos.  
Assim, os passos a seguir para o controle da candidose crônica são: eliminar o uso indevido e indiscriminado de antibióticos, esteróides, imunossupressores e anticoncepcionais; seguir uma dieta saudável eliminando o que alimenta os fungos;  fortalecer e apoiar a função digestiva, apoio hepático e apoio imunológico; usar suplementos  nutricionais e vegetais que impeçam o supercrescimento de fungos e promovam a flora bacteriana saudável; eliminar toxinas das cândidas com uso de fibras solúveis, promovendo sua excreção pela bile e pelo intestino. Trata-se de medidas gerais de saúde que vão conseguir controlar e combater não só essa doença, mas diversas outras que  exigem uma vida mais saudável e com hábitos mais equilibrados (Fontes: PIZZORNO,J & MURRAY ,M., 1994; BREWER, S., 2013)  JARBAS DE ATAÍDE, 21.11.2014.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...