QUANDO A DOR, A CURA
E A SAÚDE NÃO ESTÃO NO CORPO
As dores que passamos e as que voltam são como
as experiências que se repetem. Elas nos dão forças e coragem para superá-las e
usufruí-las em busca do crescimento pessoal. Mas existem dores que não passam,
que permanecem por anos remoendo nossa consciência, causando angustia,
sofrimento e dores emocionais, abrindo caminho para as mais diversas doenças e
distúrbio. São as dores da alma; dores espirituais. Para as dores físicas
tomamos analgésicos. Mas e para as dores da alma, que artifícios ou remédios
devemos tomar em busca de sua superação?
Sabemos que essas dores interiores, fruto de distúrbios e desvios
comportamentais, podem gerar crimes e delitos caso não sejam tratadas
precocemente.
Acompanhamos nos noticiários
policiais a perda de vidas de milhares de jovens, ceifadas prematuramente,
vítimas de acidentes, homicídios, suicídios e outros cometendo crimes e
delitos, perdendo muito cedo a liberdade ao serem encarcerados no IAPEN e nos
centros decustódia. Avaliar esses fatos apenas do ponto de vista policial,
analisando números e estatísticas, encobre as causas que normalmente
atribuímos: instabilidade familiar, dependência química (drogas e álcool),
falta de repressão policiale fraqueza moral e ética da juventude.
As justificativas psicológicas,
sociológicas e econômicas são várias: a fome, a miséria material, o
analfabetismo, a falta de apoio ou ausência familiar, que embora colocadas como
causas, considero-as como consequencias. Isso porque antes de tudo acontecer ou
externar-se na sociedade de maneira brutal, explosiva, agressiva ou violenta,a
origem está no âmago da mente, da personalidade e do comportamento doentio,
onde estão as verdadeiras causas, escondidas no inconsciente, na alma e no espírito humano. Devemos, assim, avaliar
os fatores subjetivos, íntimos e subconscientes que motivam tais práticas,
extrapolando a visão e a interpretação puramente policial e médica.
As dores da alma acontecem em todas as camadas da sociedade
e em todas as culturas. Temos famílias estruturadas e bem sucedidas, pessoas
aparentemente equilibradas, comportamentos e personalidades brilhantes,
adolescentes com a dúvidas comuns da fase e jovens aventureiros que
despertampara a vida. Até aí tudo dentro do padrão de civilidade. Porém, quando
esses, de repente perdem o equilíbrio com comportamentosanômalos ou participam
de atos marcantes e agressivos, então devemos buscar explicações mais profundas.
Somos acostumados a sublinhar ou ignorar a influência da
alma na realidade humana. A Religião se apega à idéia de pecado, reduzindoe
enfraquecendo a auto-estima. A Medicina
e a Psicologia buscam explicações e intervenções puramente orgânicas e
biológicas para as manifestações psíquicas e emocionais. Mas sabemos que
intermediando ou integrando esse mundo interior temos a ALMA HUMANA, única, indivisível, energética, cósmica, universal e fortemente
influenciável, que guarda todo o cabedal de conhecimentos, às vezes não
atingida pela Religião, a Psicologia e a Medicina.
É ai na alma humanaque deveríamos buscar as justificativas,
as razões e as explicações racionais (normais) e até irracionais (paranormais)
para as violências, os crimes e as delinquências da juventude. Quando temos uma
grande ferida, uma chaga aberta, qual o procedimento esperado? Procurar o
Médico. Ele abrirá a ferida, fará uma limpeza profunda, colocará remédio
cicatrizante e nos aconselhará a repetir o curativo e manter o local limpo para
uma perfeita cicatrização. E a nível de alma ? Como cicatrizar e tratar as
feridas? O processo é semelhante. É preciso abrir as feridas; saber a origem;
vê-las por dentro. Depois de abertas devem ser limpas, medicadas e mantidas
limpas até que a cura ocorra. Para essa limpeza e reforma intima, precisamos usar
o “bisturi da VERDADE”. Mas antes devemos identificar a localização exata das
feridas e das dores, usando esse instrumento.
Com o “bisturi”
faremos ainda mais o debridamento da ferida já aberta e tirar os“micróbios”
interiores que mais nos afetam: a mentira
e a negação.Vivemos em constante negação e para alimentá-la precisamos da
mentira que se aproveita de nossas dores (fraquezas) obscurecendo a verdade.
Somente quando agirmos sobre a ferida (a dor) com verdadeira intenção de cura, conseguiremos
a cura das dores da alma. Mas as verdades humanas são relativas e em constante
mudança. Devemos saber em quem acreditar, para não vivermos na esperança da
ilusão.
Não devemos nos apegar às mentiras, para as quais fomos
programados a acreditar sempre. Nem acredite quando diz que não é capaz de
fazer isso ou aquilo, ou que nunca vai conseguir algo. Não acredite nas coisas
que te fazem sofrer. Com isso você vai sair do comodismo de pensar que tudo que
aprendeu até hoje era verdade. Para dissecar as mentiras incrustadas em nossa
mente e remover as negações impregnadas no inconsciente, devemos usar a técnica
do bisturi usada por JESUS. Ele nos ensinou a remover o veneno que corrói a
alma, através da verdadeira disposição de PERDOAR os que nos machucam. Antes devemos
aprender a perdoar a nós mesmos.Ferida curada e cicatrizada pelo bisturi da
verdade não mais abrirá. Porque desaparecerá o rancor, o ressentimento, a culpa,
a raiva e o medo. Isso se chama cicatrização
espiritual. Depois de aberta
as feridas e superado a barreira do perdão próprio e do próximo, a etapa
posterior é acrescentar o remédio cicatrizador: o AMOR a si mesmo e ao
semelhante, outro ensinamento de Jesus.
Mas para aplicar os métodos de Jesus precisamos ser
ensinados a conhecer as técnicas e exemplos Dele, transmitidos desde cedo pelos
pais e familiares. Jamais conseguiremos fortalecer o caráter, a personalidade e
espírito humano, existente nos jovens e adolescentes, senão receberem esses
ensinamentos desde cedo no seio e o no convívio dos mais próximos. Se antes de
tudo já existir o remédio cicatrizador das chagas: o amor, então o ingrediente
do perdão virá mais rapidamente.
Mas para essa
convivência em sociedade, sem delinquência, distúrbios doentios ou
comportamentos anômalos, precisamos de outros ingredientes externos,
fundamentais para uma convivência de paz: a cultura,adquirida das experiências vividas no seio da família, do
estudo(educação), do afazer (ou trabalho) e dos primeiros ensinamentos
espirituais( ou religiosos); a comunicação
verbal, única no ser humano, capaz de dialogar e conviver com as
diferenças; o estado de humor, manifestado
através da capacidade de externar a afetividade e o estado de prazer (medo,
temor, satisfação,alegria). Quando se
busca forçadamente e abruptamente esses fatores essenciais, atropelando o
processo ou ciclo progressivo das etapas do desenvolvimento humano, na procura
incessante do ser, do ter e do parecer,
sobrevém o desequilíbrio, a deturpação e o adoecimento da alma humana. É ai que
está a gênese das violências, do infortúnio e da decadência humana. JARBAS
DE ATAÍDE, Macapá, 01.12.2014
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