A NOVA GERAÇÃO
Rodolfo Juarez
Na
opinião do desembargador Luiz Carlos que recentemente foi aposentado
compulsoriamente, tem uma tese de que a sua geração, que também é a minha,
cumpriu o seu papel quando tiveram que gerenciar os interesses do Amapá.
Uma tese
que não é solta e está sustentada em evidências que podem ser marcadas
fisicamente e, também, intelectualmente.
Os
compromissos daqueles que tiveram nas mãos decisões importantes sobre o Amapá
era evidente, com cada qual se completando, mesmo considerando as poucas
exceções para que a regra se apresentasse dominante, altaneira e com a
preocupação de dar ao “amanhã” condições melhores do que “aquelas que tinham
hoje”.
Foi
assim que se dotou o Amapá da infraestrutura necessária para receber o Estado,
com a construção dos prédios que iriam abrigar os poderes e se treinou o
pessoal para desenvolver os planos, programas e projetos que seriam exigência
para que não houvesse retrocesso ou arrependimento da população, grande foco
dos gestores daquele momento no Amapá.
Mesmo
assim havia as correntes contrárias, muito mais pelo medo da mudança do que
pela novidade que se aproximava.
Os
intelectuais foram, aos poucos, aderindo a tese de que não havia como o Amapá
continuar como “filhinho” da União, sem crescer, sem tomar as suas próprias
decisões, muito embora alguns quisesse isso naquela época, com receio de perder
o que havia conquistado nos anos de Território Federal.
O
desembargador, que viveu todas as questões políticas e institucionais que
formavam o Amapá desde o seu nascedouro, não tem dúvidas quanto a nomes,
procedimentos e condições.
Mas faz
um alerta!
Está
observando que a geração atual não apresenta todo aquele compromisso técnico
que foi decisivo na orientação da criação do Estado do Amapá. Está retraída e
com poucos líderes que possam servir de guia.
Entendo
que o desembargador tem razão. Principalmente ele que viveu todos os bons e
maus momentos do Território Federal, que foi um instrumento importante para a
consolidação de toda a preparação para que o Amapá fosse o que é hoje.
Se não
é como ele mesmo imaginou, tenho certeza que ele tem algumas das chaves que
podem abrir as portas que se fecharam por descuido de todos nós, ocupados com
novas missões ou confiantes naqueles que precisavam de liberdade para fazer a
sua parte criativa.
O
desembargador Luiz Carlos, depois de deixar as preocupações de suas ocupações
mais recentes, está avaliando o Amapá e afirma que já disse para seus filhos
que agora é a vez deles, pretendendo que essa mensagem seja também daqueles
que, junto com ele, participaram dos momentos de lutas e conquistas dessa parte
do Brasil.
Uma
questão que me parece lógica...
Como o
Amapá, com tanta escassez do capital intelectual, principalmente do capital
intelectual experimentado e que deu certo, pode deixar escapar, sem de ele
obter as orientações que só ele tem.
Os
outros que já venceram a primeira parte do compromisso, não podem pensar que
esse compromisso era apenas essa parte. Estão no mercado, desperdiçados pela
sociedade, vivendo as suas vidas, sem a provocação de continuar servindo à
valente população desse Estado.
Que tal
os dirigentes atuais ouvir o que tem a dizer o desembargador e seus colegas que
prepararam o Amapá para ser Estado?
Nenhum comentário:
Postar um comentário