sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

DE TUDO UM POUCO

DE TUDO UM POUCO
Nº  4/02-2015

                        O CARNAVAL E A QUARTA FEIRA DE CINZAS.

            De chofre, perguntar-se-ia. O que têm em comuns esses dois títulos? À primeira vista, nada, mas viajando-se às suas origens, posso garantir que há alguns pontos em comum. Vejamos.
            O carnaval é festa popular e a alegria, mesmo que temporária, é o objetivo principal dos que tem pelo carnaval um momento ímpar de mostrar à sociedade suas “fantasias” intrínsecas, cobertas por uma fantasia material, segundo sua inspiração, condição financeira ou atitude de protesto.
            Um verso da canção Orfeu do Carnaval (se não me falha a memória), traduz essa alegria momentânea muitas vezes retidas por circunstâncias alheias à vontade e cada um. Diz o verso – “Tristeza não tem fim/ felicidade sim. A felicidade é como a pluma/ que o vento vai levando pelo ar// voa tão leve/ mas tem a vida breve/ precisa que haja pra levar. A felicidade do pobre parece/ a grande ilusão do carnaval/ a gente trabalha/ o ano inteiro/ por um momento de sonho pra fazer a fantasia/ de rei, de pirata ou jardineira/ pra tudo acabar na quarta-feira.” Essa é a realidade do carnaval. Para muitos é trabalho profissional, salário, renda, emprego. Para o comércio é venda garantida, lucro, desenvolvimento. Para o Estado (ente federativo) é imposto, que será aplicado nos serviços essenciais destinados ao povo.
            É um momento efêmero, mas que garante o extravasamento das frustações armazenadas ao longo do tempo de um carnaval para outro; pra quem “venceu” esta etapa com saúde, paz de espírito, há de preparar-se psicológica e espiritualmente a espera do ano vindouro, do próximo carnaval. E assim por diante, até...... bem, diria, que o corpo agüente pular na avenida.
A quarta feira de cinzas inicia justamente com a fim do período carnavalesco. Este é o ponto comum entre essas duas festas. A primeira é profana, e a segunda é religiosa. Aquela, o carnaval, a alegria de momento; esta, a alegria duradoura, porque é espiritual. É o início de um processo de meditação, de arrependimento, de oração, de encontro com Jesus, o Cristo (que em grego significa o Ungido, e em hebraico, o Messias).
            A Quarta - feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristão católicos recebem nesse dia são um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa (sem contar os domingos) ou quarenta e seis dias (contando os domingos). Seu posicionamento no calendário varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa, podendo variar do começo de fevereiro até a segunda semana de março.
            A origem desse nome é puramente religiosa. Nesse dia, é celebrada a tradicional missa das cinzas. As cinzas utilizadas nesse ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior e a elas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante dessa cerimônia utiliza essas cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
            Os “tementes a Deus”, assim diziam meus avós, devem refletir sobre suas atitudes e comportamentos durante o carnaval, avaliando de houve excesso na forma de extravasar sua alegria ou se de alguma forma, mesmo involuntária, desrespeitou leis, ofendeu pessoas, depredou o patrimônio público ou particular, enfim, se “saiu dos trilhos”, deve agora repensar e voltar-se para o espiritual buscando dentro de si, paz de espírito e preparando-se para a Quaresma.
            Sobre a Quaresma e a Campanha da Fraternidade, falarei mais adiante.
Para reflexão semanal : “ As obras da Igreja de Jesus, o Cristo, são tão variadas como as flores de um prado “ ( São Maximiliano Kolbe ).


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