IJOMA::
UM PROJETO DE DEUS
Pª PAULO ROBERTO ACOMPANHANDO DOENTE DE CÂNCER |
Na
atual conjuntura da saúde pública no Brasil, alguns precisam sair do palanque e
das paixões partidárias para dialogar de uma forma transparente, jurídica e
social com relação à saúde no Amapá. Aproveito do discurso do Ministro Joaquim
Barbosa no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para fazer algumas
reflexões. Passo a citar partes do
discurso em que Joaquim Barbosa faz uma análise da conjuntura brasileira com
relação à saúde pública:
“É preciso avançar na concretização do direito
à saúde. É isso que a sociedade espera. É isso o que a Constituição brasileira
determina. O Estado brasileiro precisa responder às expectativas dos cidadãos
quanto à efetivação desse seu direito fundamental.”
Joaquim
Barbosa afirmou que o direito à saúde é uma obrigação solidária, já que deve
ser garantido não apenas pela União, mas igualmente pelos estados e municípios.
“O desafio nessa área é tão superlativo que o STF tem decidido que o Estado
brasileiro não se pode furtar ao dever que lhe incumbe de propiciar aos
cidadãos hipossuficientes os meios necessários ao gozo do direito à saúde.”
Na
palestra, o ministro afirmou que, num cenário de limitações orçamentárias, não
se pode impor ao Estado a concessão ilimitada de todo e qualquer tratamento ou
medicamento, entretanto, “essa circunstância não pode ser apresentada como
cláusula geral de isenção ao cumprimento das normas constitucionais e,
principalmente, à concretização do direito fundamental à saúde”.
Ao
final de seu discurso, o presidente do STF frisou que, se a República
Federativa do Brasil tem por objetivos a construção de uma sociedade livre,
justa e solidária, e a promoção do bem-estar de todos, esse ideal somente será
alcançado se todo cidadão tiver condições de ver assegurado o seu direito à
saúde.
Portanto,
não entendo por que alguns insistem em politizar a luta intransigente do Ijoma
na defesa dos doentes de câncer. Nossa luta não é contra pessoas ou governos.
Tentam por todos os meios macular o nosso trabalho. Em nenhum momento buscamos
desqualificar o trabalho de todo o corpo técnico da Unacon. Pelo contrário,
sempre que podemos, exaltamos o comprometimento de todos os funcionários que
ali procuram heroicamente salvar vidas.
Entendemos
que na função de salvar vidas, ninguém é de direita ou de esquerda, a favor ou
contra o governo. Se alguém age dessa forma, o problema não é nosso. Ninguém
pode falar daquilo que não conhece. O Ijoma é uma instituição independente, não
é ligada a nenhum partido político e, não depende da Secretaria de Saúde ou da
Unacon para existir. Não recebemos recursos federais, estaduais ou municipais.
Somos mantidos pelo povo, alguns empresários e um convênio assinado no valor de
R$ 20.000,00 com a Assembleia Legislativa do estado. Se no futuro alguma
parceria for firmada será diretamente com os gestores da Sesa.
Reafirmamos
que todo cidadão tem o direito de apoiar quem quer que seja. O Ijoma, porém,
não trabalha dessa forma. Nós apoiamos projetos e não pessoas ou partidos.
Respeitamos quem age de forma diferente.
O
discurso do ministro Joaquim Barbosa expressa muito bem como pensamos. Querer
nos imputar outra conduta é ser tendencioso ou desenformado. O Ijoma, desde
abril de 2010, quando foi criado, denuncia o abandono dos doentes de câncer.
Querer nos acusar de omissão, ou de estarmos a serviço de algum grupo, é
desconhecer totalmente a realidade crítica da saúde no Brasil e de forma
especial no Amapá. Não aceitamos o jogo dos que pensam pequeno. Saúde é um
direito de todos.
Padre
Paulo Roberto - Ijoma
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