sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

SAÚDE EM FOCO

               


   HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENÍGNA: UMA DOENÇA SILENCIOSA
           Vários órgãos fazem parte do aparelho genital interno masculino, entre os quais a glândula prostática, localizada  no assoalho pélvico, abaixo da bexiga. Faz parte do aparelho gênito-urinário do homem e tem íntima relação com a função sexual e reprodutiva, pois lubrifica o pênis durante o coito e sua secreção(o líquido prostático) faz parte do esperma (onde estão presentes  as células sexuais masculinas—os espermatozoides).
As doenças que acometem a próstata, exclusivas dos homens, afetam, portanto, a função sexual e a função urinária, pois a uretra conduz tanto a urina quanto o esperma, canal esse que é envolvido pelo tecido prostático.  Quando essa aumenta de tamanho, com o avançar da idade, sobrevém o que chamamos de Hiperplasia Prostática Benigna( HPB), decorrente da aceleração da produção e divisão das células prostáticas, por influência hormonal, considerado o fator causal mais aceito pela ciência.
Diante desse crescimento exagerado de células a glândula se hipertrofia (aumenta de tamanho) e comprime a uretra, interferindo no fluxo normal da urina. Esse processo é progressivo e inicialmente, nas idades mais jovens, não é percebido. Somente a partir dos 40 anos (em média) é que começam a aparecer os sintomas da HPB: dificuldade para começar a urinar (hesitação e esforço), fraqueza na força e no jato da urina; urina intermitente; incontinência urinária( vazamento espontâneo, sem esforço); desconforto urinário; urgência miccional (rapidez para ir ao banheiro);necessidade de urinar várias vezes à noite(nictúria); sensação de não esvaziamento completo da bexiga.
Após os 45 anos o número de células prostáticas tende a aumentar e a glândula começa a ficar maior, comprimindo progressivamente o canal uretral. O motivo mais aceito é a interferência do hormônio masculino – a testosterona --, que se transforma em outra substância mais forte, a diidrotestosterona, a qual vai estimular a divisão das células na glândula. Aos 60 anos metade (50%) dos homens sofrem da doença e aos 80 anos, quatro entre cinco homens mostram alterações evidentes de HPB. Todo homem tem tendência a desenvolvê-la, o que vai sofrer influência do estilo de vida, da alimentação e de fatores hereditários.
O diagnóstico definitivo é através do toque retal, que permite a palpação da superfície, da consistência e do tamanho aumentado ou não da glândula. Às vezes isso pode acontecer sem sintomas urinários, pois o crescimento pode ocorrer para fora, sem comprimir ou obstruir a uretra. Daí a necessidade da prevenção, através do exame periódico, por meio do toque retal e da dosagem de PSA-Antígeno Prostático Específico, dosado no sangue.  O envelhecimento é o fator preponderante que induz a doença, mas ela pode sofrer influência outros fatores como os hábitos de vida e a dieta alimentar.
 Se a partir da meia idade você começar a perceber sintomas no baixo trato urinário, é importante procurar orientação médica, de preferência com o Urologista, visando confirmar ou não o diagnóstico de HPB e descartar outras causas possíveis, como o câncer, que pode suceder a hiperplasia não tratada.
A mesma dieta saudável recomendada o coração e a circulação funcionam para manter a próstata saudável.  Seguir uma dieta pobre em gorduras saturadas, introduzindo regularmente na comida cinco porções de frutas ou vegetais frescos, visando obter vitaminas (Vit. C e Vitam. E), minerais (selênio e zinco) e antioxidantes (flavonóides, a licopeno, betacaroteno e outros carotenóides). Na culinária japonesa podemos encontrar os hormônios vegetais mais fracos (fitoesteróides), encontrados na soja, broto de feijão e vegetais crucíferos (couve, reponho, acelga, couve flor, brócolis), que são anticancerígenos e ajudam a desacelerar o crescimento da próstata. Comer muita fibra nas frutas, legumes e verduras, pois elas se ligam , no intestino, aos hormônios masculinos que foram expulsos pela bile, reduzindo sua absorção e transformação na substância que acelera o crescimento.
 Embora, em muitos casos inicias a HPB não exija um tratamento, o procedimento cirúrgico (prostatectomia) é o mais indicado. Nos casos mais benignos (Estágios II e III) o tratamento conservador com fitoterápicos é adotado em vários países europeus como Alemanha, Áustria, Suíça e Itália (SCHULZ, V.;HANSEL,R.;TYLER, V.E., 2002).
Entre as plantas medicinais utilizadas no tratamento destacamos:  U. dioica (Urtiga), cujos constituintes da raízes atuam inibindo a 5-AR e aromatase, reduzindo a DHT; pode ser usada a infusão: 1,5 g em 1 xic. chá (150 ml));C. pepo (Abóbora ou jerimum), que as sementes possuem a mesma ação de inibir competitivamente  a 5-AR, na forma de pó das sementes descascadas: 1 a 1,5 colheres de sopa, 3xdia.(SAAD, G.A. et al, 2009); podem ser usados o extrato da semente(400mg por cápsula): 3 a 5 cápsulas/dia (ALONSO, 2008); Z.mays L. (Estigma de milho), possuindo ação diurética na forma de chá por infusão ou decocção a 5% a 10%: 50 a 200 ml/dia (SAAD, G.A. et al 2009).
A eficácia terapêutica do extrato de raiz de urtiga foi comprovada por estudos observacionais controlados por placebo, como o de VONTOBEL et al.,1985, que obteve melhora com redução significativa dos sintomas (SCHULZ, V.;HANSEL,R.;TYLER, V.E., 2002), sendo indicada pela Comissão E alemã para “dificuldades de micção associada com adenoma prostático estágios I-II”. Embora o uso das sementes da abóbora ainda seja baseado em conhecimento empírico, a monografia da Comissão E recomenda o seu uso na HPB, na dosagem de 10g das sementes inteiras ou rasuradas. ( JARBAS ATAÍDE, 18.02.2015)






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