Vários órgãos fazem parte do aparelho genital interno
masculino, entre os quais a glândula prostática, localizada no assoalho pélvico, abaixo da bexiga. Faz
parte do aparelho gênito-urinário do homem e tem íntima relação com a função
sexual e reprodutiva, pois lubrifica o pênis durante o coito e sua secreção(o
líquido prostático) faz parte do esperma (onde estão presentes as células sexuais masculinas—os
espermatozoides).
As doenças que
acometem a próstata, exclusivas dos homens, afetam, portanto, a função sexual e
a função urinária, pois a uretra conduz tanto a urina quanto o esperma, canal
esse que é envolvido pelo tecido prostático.
Quando essa aumenta de tamanho, com o avançar da idade, sobrevém o que
chamamos de Hiperplasia Prostática
Benigna( HPB), decorrente da aceleração da produção e divisão das células
prostáticas, por influência hormonal, considerado o fator causal mais aceito
pela ciência.
Diante desse
crescimento exagerado de células a glândula se hipertrofia (aumenta de tamanho)
e comprime a uretra, interferindo no fluxo normal da urina. Esse processo é
progressivo e inicialmente, nas idades mais jovens, não é percebido. Somente a
partir dos 40 anos (em média) é que começam a aparecer os sintomas da HPB:
dificuldade para começar a urinar (hesitação e esforço), fraqueza na força e no
jato da urina; urina intermitente; incontinência urinária( vazamento espontâneo,
sem esforço); desconforto urinário; urgência miccional (rapidez para ir ao
banheiro);necessidade de urinar várias vezes à noite(nictúria); sensação de não
esvaziamento completo da bexiga.
Após os 45 anos
o número de células prostáticas tende a aumentar e a glândula começa a ficar
maior, comprimindo progressivamente o canal uretral. O motivo mais aceito é a
interferência do hormônio masculino – a
testosterona --, que se transforma em outra substância mais forte, a
diidrotestosterona, a qual vai estimular a divisão das células na glândula. Aos
60 anos metade (50%) dos homens sofrem da doença e aos 80 anos, quatro entre
cinco homens mostram alterações evidentes de HPB. Todo homem tem tendência a
desenvolvê-la, o que vai sofrer influência do estilo de vida, da alimentação e
de fatores hereditários.
O diagnóstico
definitivo é através do toque retal, que permite a palpação da superfície, da
consistência e do tamanho aumentado ou não da glândula. Às vezes isso pode
acontecer sem sintomas urinários, pois o crescimento pode ocorrer para fora,
sem comprimir ou obstruir a uretra. Daí a necessidade da prevenção, através do
exame periódico, por meio do toque retal e da dosagem de PSA-Antígeno
Prostático Específico, dosado no sangue.
O envelhecimento é o fator preponderante que induz a doença, mas ela
pode sofrer influência outros fatores como os hábitos de vida e a dieta
alimentar.
Se a partir da meia idade você começar a
perceber sintomas no baixo trato urinário, é importante procurar orientação
médica, de preferência com o Urologista, visando confirmar ou não o diagnóstico
de HPB e descartar outras causas possíveis, como o câncer, que pode suceder a
hiperplasia não tratada.
A mesma dieta saudável recomendada o coração e a circulação funcionam
para manter a próstata saudável. Seguir
uma dieta pobre em gorduras saturadas, introduzindo regularmente na comida
cinco porções de frutas ou vegetais frescos, visando obter vitaminas (Vit. C e
Vitam. E), minerais (selênio e zinco) e antioxidantes (flavonóides, a licopeno,
betacaroteno e outros carotenóides). Na culinária japonesa podemos encontrar os
hormônios vegetais mais fracos (fitoesteróides), encontrados na soja, broto de
feijão e vegetais crucíferos (couve, reponho, acelga, couve flor, brócolis),
que são anticancerígenos e ajudam a desacelerar o crescimento da próstata.
Comer muita fibra nas frutas, legumes e verduras, pois elas se ligam , no
intestino, aos hormônios masculinos que foram expulsos pela bile, reduzindo sua
absorção e transformação na substância que acelera o crescimento.
Embora, em muitos casos inicias a HPB não
exija um tratamento, o procedimento cirúrgico (prostatectomia) é o mais
indicado. Nos casos mais benignos (Estágios II e III) o tratamento conservador
com fitoterápicos é adotado em vários países europeus como Alemanha, Áustria,
Suíça e Itália (SCHULZ, V.;HANSEL,R.;TYLER, V.E., 2002).
Entre
as plantas medicinais utilizadas no tratamento destacamos: U.
dioica (Urtiga), cujos constituintes da raízes atuam inibindo a 5-AR e
aromatase, reduzindo a DHT; pode ser usada a infusão: 1,5 g em 1 xic. chá (150
ml));C. pepo (Abóbora ou jerimum),
que as sementes possuem a mesma ação de inibir competitivamente a 5-AR, na forma de pó das sementes
descascadas: 1 a 1,5 colheres de sopa, 3xdia.(SAAD, G.A. et al, 2009); podem
ser usados o extrato da semente(400mg por cápsula): 3 a 5 cápsulas/dia (ALONSO,
2008); Z.mays L. (Estigma de milho),
possuindo ação diurética na forma de chá por infusão ou decocção a 5% a 10%: 50
a 200 ml/dia (SAAD, G.A. et al 2009).
A
eficácia terapêutica do extrato de raiz de urtiga foi comprovada por estudos
observacionais controlados por placebo, como o de VONTOBEL et al.,1985, que obteve melhora com redução significativa dos
sintomas (SCHULZ, V.;HANSEL,R.;TYLER, V.E., 2002), sendo indicada pela Comissão
E alemã para “dificuldades de micção associada com adenoma prostático estágios
I-II”. Embora o uso das sementes da abóbora ainda seja baseado em conhecimento
empírico, a monografia da Comissão E recomenda o seu uso na HPB, na dosagem de
10g das sementes inteiras ou rasuradas. ( JARBAS
ATAÍDE, 18.02.2015)

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