sábado, 28 de março de 2015

ARTIGO DO GATO





Um homem tradicional


Não há o bom sem defeito. Isto é fato. Um ser humano para ser útil a sua sociedade precisa evidentemente manter inalterado em si alguns princípios que hoje em dia são cada vez mais raros nas relações humanas e suas ausências acabam provocando crises interpessoais.

Ética, respeito, solidariedade, gratidão, sinceridade são apenas alguns desses adjetivos que facilita a relação entre iguais. Quando são esquecidos ou não praticados a relação azeda e em azedando as consequências são imprevisíveis.

Mas por mais que se faça ensaios, comentários sobre a relação humana permeada pela ética o poder cega. Algumas pessoas não tem escrúpulo para chegar ao poder e suas ações vão deixando um rastro de destruição que muitas das vezes é impossível reconstruí-lo e são essas atitudes que colocam em xeque projetos de poder que poderiam ser duradouros.

A política significa, semanticamente, administração de cidades, mas nos dias atuais virou sinônimo de administração de vaidades e muito difícil você dizer para alguém que o “after day” dele chegou e agora ele precisa refazer caminhos, reavaliar relações e admitir que agora a vez é do outro. Tem hora que o sujeito está na condição de mandar e tem hora que está na condição de obedecer. Assim é o poder. Uma alternância. Até as tiranias, a autocracia caem.

A política café com leite de mineiros e paulistas foi uma estratégia de manter o controle da República no início do século XIX, porém essa hegemonia foi quebrada pelo presidente paulista Whasington Luiz (1926/1930). Este ao invés de cumprir o acordo exitoso, resolveu apoiar outro paulista, Júlio Prestes. Resultado. Vargas no poder através de um golpe apoiado por quem? Pelos traídos mineiros. Política é administração de vaidade, não vale na relação à famosa “pernada” e aquele que não cumpre palavra tem vida curta na política. Isso é fato e os exemplos estão nos anais da política nacional e internacional.

Na realidade a relação política é um jogo de xadrez e cada peça a ser movida pelos contendores deve ser algo criteriosamente avaliado. O estabanado, o afoito, o “esperto” quando sempre age com seus interesses a frente dos seus propósitos, este elemento vai cavando um fosso em torno do seu pé e vai dificultando cada dia mais o diálogo com seus aliados e até mesmo adversários, pois a confiança, essa peça de cristal, quebrou e aí, ninguém emenda.

Observo na política pessoas com uma postura e quando chegam ao poder mudam radicalmente. É espantoso como as pessoas se transformam. De amável, cordada e solícita surge alguém com a plena convicção que o poder é mérito exclusivamente seu. Os parceiros de outrora, tão úteis e importantes passam a ser figuras que já não fizeram tanto e, o que antes faziam e era tão valorizado foi perdendo importância, se diluindo ao ponto de valer...nada.

Senador Papaléo é um homem que anda na contra mão dos políticos descritos nesse texto. Simples, de hábitos demasiadamente humanos, opera com suas mãos abençoadas não só pessoas, mas também madeira. Transformando peças brutas e desformes em móveis delicados e belos. Construir uma carreira política é coisa pra artífice. Talhadeira, paciência e habilidade. Aquela peça de madeira bruta vai aos poucos ganhando curvas e polimentos que dão a condição de ornar uma sala, um escritório e mais...ser útil.

                               



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