João Paulo II, O Papa do diálogo
Nos atos dos apóstolos se escreve que o grande São Paulo,
viajando pela Grécia, Síria e Ilha de Malta, foi anunciar o evangelho e criar
comunidades de fé, de amor e de Paz.
Passarem-se quase dois mil anos e nessas mesmas comunidades
já não se encontrava muito fé, nem muito amor e quase nada de paz.
Precisávamos do Papa João Paulo II para encontrar o homem do
diálogo intereclesial e inter-religioso, pois ele conseguiu dar fé, unidade e amor
onde faltava a paz.
Ele teve mais êxito do que São Paulo na própria Grécia,
porque conseguiu conquistar os Cristãos Ortodoxos através da sua humildade, do
seu conhecimento histórico e da sua sinceridade em atribuir as culpas
aos “nossos” e pediu desculpas em nome de todos.
Como poderia ele entrar numa mesquita de Damasco, para se
encontrar com as muçulmanos, se antes não se tivesse encontrado com os cristãos
que há mil anos estavam separados uns dos outros?
Para refazer a viagem do apostolo Paulo, precisava passar por
Atenas, e o Papa passou. Lá se encontrou como peregrino que escutava as
queixas. O Primaz Ortodoxo não poupou suas criticas aos católicos, também
culpados pelas divisões, acumuladas durante os últimos mil anos que passaram.
Mas nem Christodoulos teria imaginado qual seria a resposta
do Papa: melhor não poderia ser, pois o Primaz foi o primeiro a bater palmas e
a declarar superada uma fase de inimizade que tinha começado no ano de 1054.
Os atenienses que
tinham escutado S. Paulo, mas toda a frieza lhe disseram que o teriam escutado
numa outra oportunidade.
Mas os atenienses que escutaram o Papa ficaram tocados e dos
seus corações elogiaram o Pontífice romano como nunca: manchetes dos jornais e
televisões, rádios e comentaristas reportavam seus discursos, admiravam sua
coragem e se uniram ao pensamento do Papa!
Se foi um mistério de ódio
que dividiu o Cristianismo em duas religiões, foi um mistério de humildade que
as unificou, pois ortodoxos e católicos declararam as divisões já eram. A porta
da unidade está aberta.
Na síria, na mesquita de Damasco, onde se encontra a cabeça
de João Batista, ninguém esperava que um Papa entrasse descalço, falando árabe
e dizendo: “Allah u akbar= deus é o
maior!” e “Salam, salam, salam - paz, paz, paz”. Este grito do Papa ressoa ainda
hoje naquela região.
O diálogo começou bem, está continuando melhor e fará
acontecer a unidade que os séculos enterraram. Cristo ressuscitou também na sua
igreja!
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