sexta-feira, 20 de março de 2015

COLUNA CATÓLICA

            João Paulo II,  O Papa do diálogo



Nos atos dos apóstolos se escreve que o grande São Paulo, viajando pela Grécia, Síria e Ilha de Malta, foi anunciar o evangelho e criar comunidades de fé, de amor e de Paz.

Passarem-se quase dois mil anos e nessas mesmas comunidades já não se encontrava muito fé, nem muito amor e quase nada de paz.
Precisávamos do Papa João Paulo II para encontrar o homem do diálogo intereclesial e inter-religioso, pois ele conseguiu dar fé, unidade e amor onde faltava a paz.

Ele teve mais êxito do que São Paulo na própria Grécia, porque conseguiu conquistar os Cristãos Ortodoxos através da sua humildade, do seu  conhecimento histórico  e da sua sinceridade em atribuir as culpas aos “nossos” e pediu desculpas em nome de todos.

Como poderia ele entrar numa mesquita de Damasco, para se encontrar com as muçulmanos, se antes não se tivesse encontrado com os cristãos que há mil anos estavam separados uns dos outros?
Para refazer a viagem do apostolo Paulo, precisava passar por Atenas, e o Papa passou. Lá se encontrou como peregrino que escutava as queixas. O Primaz Ortodoxo não poupou suas criticas aos católicos, também culpados pelas divisões, acumuladas durante os últimos mil anos que passaram.

Mas nem Christodoulos teria imaginado qual seria a resposta do Papa: melhor não poderia ser, pois o Primaz foi o primeiro a bater palmas e a declarar superada uma fase de inimizade que tinha começado no ano de 1054.

Os atenienses  que tinham escutado S. Paulo, mas toda a frieza lhe disseram que o teriam escutado numa outra oportunidade.
Mas os atenienses que escutaram o Papa ficaram tocados e dos seus corações elogiaram o Pontífice romano como nunca: manchetes dos jornais e televisões, rádios e comentaristas reportavam seus discursos, admiravam sua coragem e se uniram ao pensamento do Papa!

Se  foi um mistério de ódio que dividiu o Cristianismo em duas religiões, foi um mistério de humildade que as unificou, pois ortodoxos e católicos declararam as divisões já eram. A porta da unidade está aberta.

Na síria, na mesquita de Damasco, onde se encontra a cabeça de João Batista, ninguém esperava que um Papa entrasse descalço, falando árabe e dizendo: “Allah u akbar=  deus é o maior!” e “Salam, salam, salam - paz, paz, paz”. Este grito do Papa ressoa ainda hoje naquela região.

O diálogo começou bem, está continuando melhor e fará acontecer a unidade que os séculos enterraram. Cristo ressuscitou também na sua igreja!


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