sexta-feira, 6 de março de 2015

EXTERMINADOR DO FUTURO

                          EXTERMINADOR DO FUTURO

                  Educação tenta desatar nó deixado por Camilo 










Secretaria de Estado da Educação teve que montar força tarefa para dar início ao ano letivo sem mais adiamentos. Não bastasse o rombo financeiro, gestão passada concedeu licenças a mais de 2 mil professores no mesmo período. Contratações temporárias foram saídas para garantir início das aulas.








 O ano letivo de 2015 não começou nada bem para a rede estadual de ensino. No apagar das luzes de sua fracassada gestão, o então governador Camilo Capiberibe assinou férias para mais de 2 mil professores. Com isso, o início das aulas, previsto para o último dia 2, teve que ser adiado mais uma vez.




 Com a bomba pronta para ser detonada, a Secretária Estadual da Educação, Conceição Medeiros, teve muito trabalho para montar uma estratégia de última hora e anunciar a contratação temporária de quatro mil profissionais para garantir o ano letivo. O edital foi divulgado na última semana de fevereiro. As vagas são para escolas da capital e do interior e irão preencher disciplinas com maior carência no ensino fundamental e médio. Os salários ultrapassam R$ 3,4 mil. De acordo com a secretária, inicialmente serão contratados dois mil professores.


 O número de admissões vai aumentar exatamente por conta das férias com prazo de três meses. A secretaria informou durante a semana que as maiores carências estão nas áreas de biologia, física, química e matemática. Medeiros disse que dos 2.341 pedidos de licença, a gestão passada admitiu 2.092. A secretária considerou o fato no mínimo estranho, uma vez que existe um percentual de profissionais a serem liberados por escola para que não haja prejuízo para os alunos. No entanto, a gestão passada parece não ter considerado qualquer critério ou analisado as consequências do que tal liberação poderia causar. Tudo leva a crer que o objetivo era mesmo o de prejudicar o início do ano letivo e consequentemente a nova gestão. Por outro lado, o principal prejudicado é o aluno. A falta de planejamento da gestão de Camilo, na opinião de muitos analistas parece não ter limites.

 A Educação é somente mais uma prova de tal afirmação. O sucateamento de muitos estabelecimentos de ensino revela a falta de preocupação com milhares de estudantes e professores. A concessão das licenças para os profissionais da educação confirmou que a ideia era piorar o que já foi deixado ruim. Camilo só não contava que a nova gestão trazia um trunfo na manga, a capacidade de articulação e diálogo que ele nunca teve. De acordo com a secretária, as dificuldades encontradas são inúmeras, mas para todas haverá uma solução. A Seed está mergulhada em dívidas que estão sendo negociadas e se somam a um rombo milionário que acabou inviabilizando muito do que já poderia ter sido feito. No fim de   2014, últimos dias da gestão de Capiberibe, o resultado deste acúmulo de problemas negligenciados resultou em uma explosão de manifestações organizadas por quem levou calote do governo, maioria destas pessoas prestavam serviços para a Secretaria da Educação. Somente em 2014, o então governador deixou de pagar R$ 300 milhões a merendeiras, vigilantes e transportadores escolares. O caso foi para a Justiça e recursos da Seed acabaram sendo bloqueados. Eles também não receberam direitos trabalhistas como FGTS e INSS. 
O problema é tão complexo que o tamanho da dívida gerado pelas ações trabalhistas ainda está sendo mapeado. Em primeira análise, a sub procuradoria do Estado informou que o rombo está na casa das centenas de milhões. A palavra chave para resolver a situação foi o diálogo, que tornou possível as negociações. Aos poucos, o cenário de guerra deixado pela antiga gestão vai dando lugar à reconstrução do Estado recebido em ruínas pela equipe de Waldez Góes. Fazendo um pequeno retrospecto a Educação no governo de Camilo Capiberibe teve uma largada desastrosa e nunca conseguiu decolar. A primeira secretária da pasta, Mirian Flexa, teve que se desligar do cargo depois de um escândalo envolvendo o esposo dela com recebimento de propina. Depois seguiram-se outras equipes que não puderam mudar nada por esbarrar no egocentrismo da gestão. O resultado foram simples problemas ganhando proporções maiores. Um dos exemplos, a falta de merenda em inúmeras escolas que se viam obrigadas a dispensar os alunos mais cedo. A falta de professores também se tornou uma complicação a mais sem solução. Estudantes organizaram manifestações em frente à Seed cobrando explicações e nada era feito. Enquanto isso, na propaganda de R$ 28 milhões, peças publicitárias eram divulgadas mostrando uma educação de primeiro mundo. Por trás das câmeras, tanto alunos quanto professores sabiam da realidade. Em dezembro do ano passado, quando a máscara de Camilo já havia caído, alunos da Escola Estadual Gonçalves Dias, localizada no bairro Buritizal foram para as ruas reclamando da demora e por fim, paralisação das obras do colégio, que fica na rua Santos Dumont. O motivo, mais descaso, o governo não pagava a empreiteira desde agosto. Os responsáveis pela empresa disseram que não poderiam mais continuar com o serviço. A oba foi orçada em R$ 5,5 milhões e maior parte dos recursos é do BNDES. Outra farsa protagonizada pela gestão de Camilo foi a internet banda larga. Enquanto a propaganda governamental mostrava a fibra ótica, mais da metade das escolas públicas do Estado estava sem acesso à rede mundial de computadores. Em números, do total de 771 escolas espalhadas pelos 16 municípios, 533 não oferecem acesso à internet. Em quatro anos de administração, o acesso dos alunos aos computadores para auxiliar nas pesquisas escolares, existiu apenas no mundo fictício da propaganda.

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