João
Bosco Rosa Ferreira - Educador
“Necessariamente,
teremos de optar por uma mudança cultural onde o fator educação é o fulcro
fundamental. Notadamente estamos vendo uma "Revolução Digital" já
supera a revolução industrial e essa realidade não pode ser obscurecida por
nada, pois torna-se um desafio às competências de todos”.
Reinaldo Coelho
Um Estado se faz forte
e próspero pelo protagonismo de sua gente. Nesses 70 anos de criação, o Amapá
sempre teve em sua comunidade a sua grande marca de identificação. Para
homenagear todos aqueles que ajudaram a construir essa história, o Jornal
Tribuna Amapaense criou esta editoria do Pioneirismo que destaca as
personalidades que representam, ao longo de nossa trajetória, o esforço e a
coragem de um povo que sempre soube valorizar a sua terra. Homens e mulheres
que, de uma forma ou de outra, contribuíram para escrever nossas páginas mais
gloriosas.
Esta semana estaremos
homenageando um grande educador e eficiente administrador educacional, o mestre
João Bosco Rosa Ferreira, paraense de nascimento e amapaense por adoção. Hoje,
João Bosco reside em Olhos D’Água em Goiás.
Nascido em Cametá (PA),
28 de março de 1944, completando 71 anos de idade, filho de Leandro Passos de
Lima Ferreira (Comissário de Policia) e Adalgisa Rosa Ferreira (Dona de Casa)
sendo membro de uma prole de sete irmãos.
João Bosco narra que
fez seus primeiros passos na educação no município de Cametá e que seu genitor
por ter uma formação rigidamente religiosa, pois foi seminarista lhes transmitiu
uma formação baseada no respeito e cidadania.
Devido à profissão de
Seu Leandro Passos, a família veio a residir no município de Mazagão, no
recém-criado Território Federal do Amapá, mas precisamente em Mazagão Velho,
onde atuou como uma espécie de Coletor de Impostos. Logo em seguida retornaram
ao Pará, passando a residir no distrito de Icoaraci.
Aos 17 anos João Bosco,
retorna ao Amapá para trabalhar com um tio paterno, Evilásio, que residia no
município de Oiapoque, onde deu continuidade aos seus estudos e ajudava o tio
nas atividades de auxiliar de despachante de serviço aéreo, chegando a ocupar o
serviço de despachante da Viação Aérea Cruzeiro do Sul.
O pioneiro João Bosco
estudou nas Escolas São João Batista (Cametá/PA); Grupo Escolar Coronel
Juvêncio Sarmento (Icoaraci/PA); Escola Estadual Joaquim Nabuco (Oiapoque/AP);
Colégio Saleciano Nossa Senhora do Carmo; IETA e UFPA (Núcleo Amapá).
Histórico
Escolar
Para dar continuidade
aos estudos, nosso pioneiro retorna a Macapá e faz sua formação pedagógica no
IETA e a graduação em Historia pela Universidade Federal do Pará, no Núcleo do
Amapá, que ajudou em transformar na atual Universidade Federal do Amapá.
Pós-graduado em Planejamento, Especialista em Administração de Empresas, de RH
e de Planejamento e Curso de Direito (não concluso).
Caminhada
como Educador
Em 1965 foi aprovado em
um Concurso para Professor do Ensino Primário, passando a atuar nas Escolas:
Escola Rural de Kuriw, em uma aldeia Indigina; Escola Rural de Kumurumã; Escola
de Bela Vista, na Fazenda do Coronel Arlindo; Escola Rural da Fazendinha;
Escola Alexandre Vaz Tavares; Escola Santina Rioli; Escola Santa Bartolomeu
Capitani; Professor e Vice-Diretor da Escola Castelo Branco; Aluno, Professor,
Vice-Diretor e Diretor Substituot do Instituto de Educação do Território do
Amapá (IETA); Ginásio Augusto Antunes; Ginásio Polivalente Tiradentes, Escola
Comercial do Amapá (hoje Gabriel de Almeida Café) e Escola de Artes Candido
Portinari.
Defensor
e pioneiro da criação da UNIFAP
João Bosco foi um dos
grandes batalhadores pela criação da Universidade Federal do Amapá dentro do
gabinete governamental. Como porta voz da ansiedade da sociedade e dos alunos
que eram obrigados a concluir fora do Amapá seus estudos superiores. Essa
verdade não consta dos anais da UNIFAP e essa é uma das magoas do educador João
Bosco “há muito não se conta a verdade do início da UNIFAP e quem foi que lutou
pela sua criação”. (Qualquer dúvida tem documentos e reportagens sobre o
assunto).
Ao assumir a Secretaria
de Educação e Cultura em 1985, na gestão do então governador Jorge Nova da
Costa ele levantou a bandeira da criação da UNIFAP e consegui dar a partir na
estruturação técnica dessa importantíssima instituição para a formação dos
jovens amapaense e o futuro do Estado do Amapá.
Quando Secretário de
Educação com o apoio da Sub Reitora da UFPA, Núcleo de Educação no Amapá, lançou
as bases para a transformação do Núcleo em Universidade Federal do Amapá e teve
o apoio do então Reitor da UFPA, prof. Seixas Lourenço.
Com o aval do
Governador Jorge Nova da Costa, foi contratado a Assessoria do Dr. Prof. Alcyr
Meira.
“Os trabalhos de
implantação concluídos quando já não éramos Secretário, mas os frutos estão aí.
Chegamos a discutir aspectos com então Deputado Federal Geovani Borges,
responsável pela proposta e publicação da Lei que criou a Universidade do Amapá.
Indiscutivelmente tivemos ampla participação, obviamente entre outras pessoas”.
Outras
atividades educacionais
João Bosco Rosa
Ferreira é membro permanente da Academia Municipal de Letras de São Paulo;
Palestrantes em várias escolas no Amapá, Pará e Brasília; Tem artigos
publicados em jornais e informativos, inclusive na Câmara Federal; reverenciado
publicamente com o Poema Persona Grata, de autoria da Professora Aracy Miranda
Mont’Alverne (falecida); Votos de congratulações do Oficio 154/98 da Câmara
Municipal de Macapá do então vereador Evandro Milhomem; membro por duas vezes
do Conselho Estadual de Educação e Cultura do Amapá; Coordenador de Cursos
Vestibulares realizados no período de 1976 a 1985 no IETA, entre outros.
Família
Em 1965 João Bosco que
já se encontrava em Oiapoque quando conheceu a jovem professora e Diretora
Maria Odete Guedes Ferreira, que desde 15 anos já exercia o magistério que
veria ser sua esposa em 1969. O enlace aconteceu em Serra do Navio e este
relacionamento que durou 21 anos gerou quatro filhos: Mauricio Guedes Ferreira,
funcionário público e acadêmico de Direito; Elcio Guedes Ferreira, Sociólogo;
Roberto Sávio, advogado, Marilia Guedes Ferreira, formada em comunicação social
e o primogênito Antônio Ranolfo, funcionário público. Em 1989 o casal se
separou e hoje João Bosco mantem um relacionamento com a professora Maria
Alvanéia Henriques.
A aposentadoria veio
muito cedo e o ritmo profissional de João Bosco Rosa Ferreira estava muito
dinâmico e alguns órgãos educacionais aproveitaram a oportunidade para
usufruírem da inteligência desse grande pioneiro amapaense.
João Bosco assumiu a
Delegacia Executiva do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac/Amapá
por doze anos; Gestor de um Clinica Cardiológica no Pará; Assumiu a Chefia de
Gabinete da Deputada Federal Fátima Pelaes em Brasília; atuou no Gabinete do
deputado Waldenor Guedes; a convite do então governador Joaquim Roriz do
Distrito Federal assumiu a secretaria de Cultura de São Sebastião; se tornou
acadêmico de Direito que ficou inconcluso.
Mensagem
O Amapá é um estado
muito belo, cada vez que apuramos nossa ótica estética, evidências vão se
confirmando. Em que se pese as agruras, muitas esperanças afloram diante de um
futuro melhor que virá, sem nenhuma utopia exagerada. Cremos que o processo
educacional, necessariamente, forjará oportunidades de desenvolvimento
maiúsculo, haverá muita luta, porém, nada será em vão.
Necessariamente,
teremos que optar por uma mudança cultural onde o fator educação é o fulcro
fundamental. Notadamente estamos vendo uma "Revolução Digital" já
supera a revolução industrial e essa realidade não pode ser obscurecida por
nada, pois torna-se um desafio às competências de todos.
Não apelo para lamúrias
nem críticas desmedidas, mas forjo minha palavra no potencial existente e na
crença de um futuro melhor e bastante promissor.
Assim concluo. "O
sono da razão produz monstros" (da série" Los Caprichos",
Francisco Goya, 1799.)
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