OSTEOPENIA E
OSTEOPOROSE: PREVENÇÃO E FATORES DE RISCO
Os ossos são constituídos por três tipos
de células, sendo estas responsáveis pela formação da estrutura óssea
(osteoblastos), regulação da quantidade de minerais (osteócitos) e as responsáveis
pela reabsorção óssea no osso já maduro (osteoclastos). Um osso saudável
apresenta equilíbrio entre essas três fases. Entretanto, existem fatores que
podem interferir neste equilíbrio, podendo levar a uma diminuição considerável
na quantidade de cálcio (Ca) nos ossos, processo que recebe o nome de osteopenia.
A osteopenia não é uma doença e pode
ser corrigida, mas permanecendo por um longo período sem tratamento adequado
poderá desenvolver osteoporose. A osteopenia, portanto, é a diminuição de massa
óssea causada pela perda de cálcio.
Já
a osteoporose é uma doença
metabólica do tecido ósseo, caracterizada pela perda gradual de massa óssea ou
densidade óssea. Os ossos ficam mais finos e porosos, o que os tornam mais
fracos e suscetíveis a traumas e fraturas.
Considera-se doença quando há perda da
massa óssea em 30%, na qual o osso se torna frágil, quebrando-se com facilidade
e ás vezes até espontaneamente diante de um maior esforço. Os locais mais
comuns dessas fraturas são nos ombros, punhos, vértebras e fêmur. Dores
intensas na coluna em paciente idoso, com sensações parestésicas
(amortecimentos e perda de força muscular) devem ser avaliadas imediatamente
pelo Médico, pois pode se tratar de fratura de vértebra.
As mulheres que entram na fase da
menopausa (45 a 50 anos) têm maior propensão a desenvolver a doença, devido à
baixa secreção de hormônio estrogênico, que influencia as células formadoras
dos ossos (estimula sua produção) e atua também sobre as que retiram ou
reabsorvem os ossos velhos.
Entre fatores de risco que estão
associados à osteopenia e, consequentemente, à osteoporose: a idade avançada (+ de 65 anos), história prévia de fratura,
imobilização prolongada, o baixo peso, o sexo feminino, a hereditariedade
caucasiana (pessoa de pele branca), os fatores genéticos, os fatores
ambientais, os hábitos de vida, além da baixa ingestão de cálcio, do estado
menstrual (menopausa precoce, menarca tardia (primeira menstruação mais tarde)
ou amenorréias (falha na menstruação) e as doenças endócrinas (relacionadas aos
hormônios).
Como
prevenir a osteopenia? Os hábitos de vida são muito importantes para a prevenção da
osteopenia e reduzir os riscos de osteoporose.
A DIETA ALIMENTAR:
A atenção com a dieta é muito
importante. O cálcio é um elemento essencial para os ossos, sendo que sua falta
deve ser compensada, de acordo com prescrição médica e /ou de nutricionista.
Embora o leite seja propagandeado como uma das melhores fontes de cálcio,
também podendo ser encontrado em alguns vegetais verdes, grãos integrais e suplementos.
O gergelim, por exemplo, em 100g, contém mais Ca que o leite. Uma vitamina
indispensável para a absorção do cálcio no intestino é a Vitamina D, que pode
vir de 2 fontes: do sol, pois com a exposição ao sol, nosso organismo consegue
fabricar esta vitamina. E a fonte de vitamina D vinda dos alimentos, como ovos,
peixes (salmão, sardinha, atum).
OS EXERCÍCIOS FÍSICOS:
Os exercícios são fundamentais para
fortalecer os músculos e os ossos. Quanto mais solicitamos o nosso osso, mais
osso ele forma. Os melhores exercícios para isto são os exercícios com peso
(musculação). Mas a atividade física geral, como as caminhadas, alongamentos,
natação, aeróbica, andar de bicicleta, a dança terapias corporais e outras
atividades podem contribuir para o fortalecimento muscular, articular e ósseo.
As atividades com peso e os
alongamentos musculares estão ligados a melhora significativa da saúde, como a
força muscular, resistência, qualidade do osso, postura, prevenção de quedas e
melhora na qualidade de vida.
HABITOS E ERROS ALIMENTARES:
Além da dieta e dos exercícios, evitar
o fumo, o uso excessivo de álcool, cafeína e refrigerantes, principalmente a
coca-cola, café e guaraná (ricos em xantinas), também ajudam a evitar a perda
de massa óssea. O hábito de tomar cafezinho o dia todo (como se vê nas
repartições públicas) é prejudicial à saúde dos ossos, pois a cafeína faz o
organismo eliminar o Ca consumido nos alimentos.
PREVENIR AINDA É O MELHOR
TRATAMENTO
Portanto, como em tudo na vida, a prevenção
é essencial! E na osteopenia não é diferente. E o certo é a prevenção começar
desde a infância, alimentando-se bem, praticando exercícios físicos regulares,
pois 90% de todo o osso que a pessoa terá é formado até os 18 anos de idade. Nas
mulheres esse tempo pode se estender até os 21 anos. Por isso, qualquer
alteração óssea, como os desvios de coluna devem ser corrigidos logo cedo,
antes da formação total dos ossos, para poder obter melhorias e evitar doenças
degenerativas (com a artrose).
ENVELHECIMENTO E SEDENTARISMO
Alguns estudos demonstram que as
perdas da flexibilidade com o envelhecimento são associadas ao desuso dos
músculos e com limitações que o corpo apresenta com a idade, assim ocasionando
diminuição das nossas habilidades e do estado de saúde dos indivíduos mais
velhos. Todos os idosos devem realizar atividade física, ate mesmo os idosos
que possuem condições médicas, pois a atividade física também pode atuar como
uma forma que trata de certas condições, mas é claro, sempre respeitando tal condição de saúde e conforme
orientação medica e de educador físico.
Essa doença será um problema social, econômico e de saúde
pública nas próximas décadas no Brasil e no mundo. Antes a idade média do
brasileiro era de 55 anos (5% da população). A projeção para 2025 é de 15% da
população acima de 60 anos, o que corresponde a cerca de 23 milhões de pessoas
com uma expectativa de vida de 75 anos. Com isso, a incidência de doenças
típicas da terceira idade irá aumentar, entre elas a osteoporose.
Caso não exista o cumprimento da política pública (Política de
Prevenção da Saúde do MS) para prevenir e tratar, os gastos públicos com as
conseqüência -- as fraturas -- serão altíssimos, para realizar as cirurgias complexas
de alto risco e custo elevado. Na década de 90 nos USA o custo anual com
fraturas por osteoporose foi de US$ 7 bilhões. No Amapá instituições como
CREAP, CEREST e CRTN deveriam ter uma ação conjunta nesse sentido, a fim de
enfrentar esse desafio da saúde pública em nosso estado. Cabe aos gestores
cumprirem as políticas públicas já existentes. JARBAS
DE ATAÍDE, Macapá-Ap, 25.02.2015.

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