sexta-feira, 6 de março de 2015

SAÚDE EM FOCO

    OSTEOPENIA E OSTEOPOROSE: PREVENÇÃO E FATORES DE RISCO
          Os ossos são constituídos por três tipos de células, sendo estas responsáveis pela formação da estrutura óssea (osteoblastos), regulação da quantidade de minerais (osteócitos) e as responsáveis pela reabsorção óssea no osso já maduro (osteoclastos). Um osso saudável apresenta equilíbrio entre essas três fases. Entretanto, existem fatores que podem interferir neste equilíbrio, podendo levar a uma diminuição considerável na quantidade de cálcio (Ca) nos ossos, processo que recebe o nome de osteopenia.
         A osteopenia não é uma doença e pode ser corrigida, mas permanecendo por um longo período sem tratamento adequado poderá desenvolver osteoporose. A osteopenia, portanto, é a diminuição de massa óssea causada pela perda de cálcio. Já a osteoporose é uma doença metabólica do tecido ósseo, caracterizada pela perda gradual de massa óssea ou densidade óssea. Os ossos ficam mais finos e porosos, o que os tornam mais fracos e suscetíveis a traumas e fraturas.
Considera-se doença quando há perda da massa óssea em 30%, na qual o osso se torna frágil, quebrando-se com facilidade e ás vezes até espontaneamente diante de um maior esforço. Os locais mais comuns dessas fraturas são nos ombros, punhos, vértebras e fêmur. Dores intensas na coluna em paciente idoso, com sensações parestésicas (amortecimentos e perda de força muscular) devem ser avaliadas imediatamente pelo Médico, pois pode se tratar de fratura de vértebra.
As mulheres que entram na fase da menopausa (45 a 50 anos) têm maior propensão a desenvolver a doença, devido à baixa secreção de hormônio estrogênico, que influencia as células formadoras dos ossos (estimula sua produção) e atua também sobre as que retiram ou reabsorvem os ossos velhos.
Entre fatores de risco que estão associados à osteopenia e, consequentemente, à osteoporose: a idade avançada (+ de 65 anos), história prévia de fratura, imobilização prolongada, o baixo peso, o sexo feminino, a hereditariedade caucasiana (pessoa de pele branca), os fatores genéticos, os fatores ambientais, os hábitos de vida, além da baixa ingestão de cálcio, do estado menstrual (menopausa precoce, menarca tardia (primeira menstruação mais tarde) ou amenorréias (falha na menstruação) e as doenças endócrinas (relacionadas aos hormônios).
            Como prevenir a osteopenia?  Os hábitos de vida são muito importantes para a prevenção da osteopenia e reduzir os riscos de osteoporose.  
A DIETA ALIMENTAR:
        A atenção com a dieta é muito importante. O cálcio é um elemento essencial para os ossos, sendo que sua falta deve ser compensada, de acordo com prescrição médica e /ou de nutricionista. Embora o leite seja propagandeado como uma das melhores fontes de cálcio, também podendo ser encontrado em alguns vegetais verdes, grãos integrais e suplementos. O gergelim, por exemplo, em 100g, contém mais Ca que o leite. Uma vitamina indispensável para a absorção do cálcio no intestino é a Vitamina D, que pode vir de 2 fontes: do sol, pois com a exposição ao sol, nosso organismo consegue fabricar esta vitamina. E a fonte de vitamina D vinda dos alimentos, como ovos, peixes (salmão, sardinha, atum).
OS EXERCÍCIOS FÍSICOS:
         Os exercícios são fundamentais para fortalecer os músculos e os ossos. Quanto mais solicitamos o nosso osso, mais osso ele forma. Os melhores exercícios para isto são os exercícios com peso (musculação). Mas a atividade física geral, como as caminhadas, alongamentos, natação, aeróbica, andar de bicicleta, a dança terapias corporais e outras atividades podem contribuir para o fortalecimento muscular, articular e ósseo.
        As atividades com peso e os alongamentos musculares estão ligados a melhora significativa da saúde, como a força muscular, resistência, qualidade do osso, postura, prevenção de quedas e melhora na qualidade de vida.
HABITOS E ERROS ALIMENTARES:
         Além da dieta e dos exercícios, evitar o fumo, o uso excessivo de álcool, cafeína e refrigerantes, principalmente a coca-cola, café e guaraná (ricos em xantinas), também ajudam a evitar a perda de massa óssea.  O hábito de tomar cafezinho o dia todo (como se vê nas repartições públicas) é prejudicial à saúde dos ossos, pois a cafeína faz o organismo eliminar o Ca consumido nos alimentos.
PREVENIR AINDA É O MELHOR TRATAMENTO
          Portanto, como em tudo na vida, a prevenção é essencial! E na osteopenia não é diferente. E o certo é a prevenção começar desde a infância, alimentando-se bem, praticando exercícios físicos regulares, pois 90% de todo o osso que a pessoa terá é formado até os 18 anos de idade. Nas mulheres esse tempo pode se estender até os 21 anos. Por isso, qualquer alteração óssea, como os desvios de coluna devem ser corrigidos logo cedo, antes da formação total dos ossos, para poder obter melhorias e evitar doenças degenerativas (com a artrose).
ENVELHECIMENTO E SEDENTARISMO
         Alguns estudos demonstram que as perdas da flexibilidade com o envelhecimento são associadas ao desuso dos músculos e com limitações que o corpo apresenta com a idade, assim ocasionando diminuição das nossas habilidades e do estado de saúde dos indivíduos mais velhos. Todos os idosos devem realizar atividade física, ate mesmo os idosos que possuem condições médicas, pois a atividade física também pode atuar como uma forma que trata de certas condições, mas é claro, sempre respeitando tal condição de saúde e conforme orientação medica e de educador físico.
Essa doença será um problema social, econômico e de saúde pública nas próximas décadas no Brasil e no mundo. Antes a idade média do brasileiro era de 55 anos (5% da população). A projeção para 2025 é de 15% da população acima de 60 anos, o que corresponde a cerca de 23 milhões de pessoas com uma expectativa de vida de 75 anos. Com isso, a incidência de doenças típicas da terceira idade irá aumentar, entre elas a osteoporose.
Caso não exista o cumprimento da política pública (Política de Prevenção da Saúde do MS) para prevenir e tratar, os gastos públicos com as conseqüência -- as fraturas -- serão altíssimos, para realizar as cirurgias complexas de alto risco e custo elevado. Na década de 90 nos USA o custo anual com fraturas por osteoporose foi de US$ 7 bilhões. No Amapá instituições como CREAP, CEREST e CRTN deveriam ter uma ação conjunta nesse sentido, a fim de enfrentar esse desafio da saúde pública em nosso estado. Cabe aos gestores cumprirem as políticas públicas já existentes.  JARBAS DE ATAÍDE, Macapá-Ap, 25.02.2015.




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