sábado, 9 de maio de 2015

AÇÃO IMEDIATAS GEA mostra como CUIDAR DAS PESSOAS E DAS CIDADES

AÇÃO IMEDIATAS
GEA mostra como CUIDAR DAS PESSOAS E DAS CIDADES

Em uma ação rápida, governador Waldez Góes e equipe mobilizam força tarefa para amenizar crise em Ferreira Gomes provocada por enchente. Gestão prova que mantém o mesmo perfil do primeiro mandato iniciado em 2003, de não se prender ao gabinete. Mote usado na campanha, de "cuidar das pessoas e das cidades" vem sendo colocado em prática. 



Da Redação

A enchente no município de Ferreira Gomes que atingiu cerca de 3 mil pessoas na última quinta-feira, 7, teve ação rápida do Estado. O governador Waldez Góes mostrou que o mote usado durante a campanha, de "cuidar bem das pessoas e das cidades" não era somente promessa. Depois de chegar pela manhã de uma viagem a Brasília, Góes foi informado da inundação logo que desembarcou em Macapá e nem teve tempo de desfazer as malas. Arregaçou as mangas e seguiu para o município, distante 137 quilômetros da capital, seguido por uma comitiva que forma o gabinete de crise. 


O governador foi aos locais mais críticos para constatar a gravidade do problema e ouvir os moradores mais atingidos. Os primeiros boletins divulgados falavam em 117 famílias vítimas da enchente. A prefeitura local decretou situação de emergência. Waldez junto ao gabinete composto entre outros órgãos pela Defesa Civil buscou alternativas imediatas para ao menos amenizar o problema. A primeira foi abrigar as pessoas em escolas do município. O segundo passo foi garantir alimentação e água. Também foi determinada a apuração dos fatos para esclarecer a responsabilidade pela inundação, atribuída pelos próprios moradores a uma das hidrelétricas que funcionam próximo à cidade.

Uma semana antes, Waldez teve a mesma iniciativa quando um trecho da estrada que dá acesso ao município de Calçoene cedeu abrindo uma cratera e impedindo o tráfego de veículos. O problema foi resolvido em menos de um dia. Na opinião da população, o Estado, hoje, tem um governo que corresponde às expectativas e mostra resultados de forma rápida, saindo do gabinete e sentindo o problema de perto. 

A ENCHENTE
O transbordamento aconteceu nas primeiras horas de quinta-feira ( 7). De acordo com os moradores, tudo foi muito rápido e pegou todos de surpresa.


A notícia chegou rapidamente à Macapá pelas próprias vítimas da cheia. O detalhe é que todos foram unânimes em dizer que na verdade o que houve foi o rompimento da barragem de uma das hidrelétricas localizadas próximas à cidade. Na tarde de quinta-feira, a empresa EDP, responsável pela hidrelétrica  Cachoeira Caldeirão, localizada entre Ferreira Gomes e Porto Grande divulgou nota negando o rompimento. Segundo o texto, o que houve foi a "vazão controlada da ensecadeira da 2ª fase para permitir a passagem das águas do rio e garantir a segurança das estruturas e das comunidades ribeirinhas".

A Ferreira Gomes Energia disse não ter havido qualquer problema em sua usina hidrelétrica e que aguarda um laudo técnico para se pronunciar. Informou também que todas as atividades foram paralisadas e que colocou sua infraestrutura para ajudar os desabrigados.  

Na sexta-feira (8), o Ministério Público convocou uma audiência com órgãos ambientais e representantes das empresas para começar as apurações de responsabilidade. O fato começou a ficar confuso logo nas primeiras que se seguiram à enchente. As hidrelétricas negaram a abertura ou rompimento de comportas. Depois, a representação da Cachoeira Caldeirão admitiu ter dado vazão à ensecadeira, mas teria avisado a hidrelétrica de Ferreira Gomes. O aviso, no entanto, chegou tarde e nenhuma providência pôde ser tomada.
De acordo com a meteorologia, as chuvas vão continuar fortes durante todo o mês de maio, principalmente nas regiões que vêm sendo atingidas por enchentes, que inclui Calçoene e Oiapoque. A força tarefa formada por órgãos do Estado, entre elas a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros vai permanecer em Ferreira Gomes. As famílias estão recebendo apoio tanto da prefeitura local quanto do governo do Estado. Na sexta-feira, o nível da água começava a se normalizar revelando a dimensão do prejuízo para a população. A orla da cidade e praticamente todos os bairros foram atingidos. Das residências, pouca coisa deu para ser retirada. Muita gente perdeu tudo e teve que sair às pressas de casa apenas com a roupa do corpo. No caso dos comerciantes, o prejuízo material foi completo.   
ABRINDO COMPORTAS
Apesar das notas divulgadas pela direção das hidrelétricas negando a abertura de comportas, e depois, uma delas, a Cachoeira Caldeirão, assumindo que liberou a vazão, mas avisou a direção da Ferreira Gomes, uma grande interrogação ficou no ar. O que na verdade aconteceu e de quem é a responsabilidade? Na análise de especialistas, o sistema de hidrelétricas ao longo do rio Araguari se viu frente a um fenômeno originado pelo excesso de chuvas. A grande quantidade de água inicialmente sobrecarrega o represamento na hidrelétrica do Paredão. Se a água permanecesse retida naquela estrutura, seguiria para o município de Porto Grande. A vazão foi dada para Caldeirão, que também optou pela liberação do fluxo. A última a receber a vazão foi a hidrelétrica de Ferreira Gomes, que segundo a direção, não foi avisada a tempo. O volume de água foi tanto que o nível do rio subiu cerca de cinco metros, sendo um metro por hora.      

REVEZANDO  O ALAGAMENTO
Segundo o geólogo Antônio da Justa Feijão, a enchente ocorrida em Ferreira Gomes é algo que vai ser constante por conta das hidrelétricas. De janeiro a julho, as chuvas no interior do Estado são diárias, fortes e duradouras principalmente nas cabeceiras dos rios. O volume de água segue o curso e eleva o nível normal. No caso do Araguari, a água excedente tem pela frente as hidrelétricas. A primeira delas é a de Paredão, mais próxima ao município de Porto Grande. Em seguida está Cachoeira Caldeirão e por último a hidrelétrica de Ferreira Gomes.


Em uma situação igual a que se apresentou na última quinta-feira, o alagamento de Porto Grande e Ferreira Gomes chega a ser uma questão de opção. Feijão explica que se o volume de água tivesse sido retido e permanecesse nessa condição, o município atingido teria sido Porto Grande, mas como houve a liberação, o alvo da inundação foi Ferreira Gomes.

O geólogo também analisa que o Araguari perdeu muito da força que tinha com o fim das cachoeiras, submersas pelas hidrelétricas. Eram elas que davam velocidade ao rio. Outro vilão para o enfraquecimento do Araguari é a criação desorganizada e desorientada de búfalos. Os animais são os responsáveis pela abertura de inúmeras canaletas ao longo do rio, que desviam o curso também afetando a velocidade da água que corre para desaguar no Oceano Atlântico.
Os reflexos do enfraquecimento do Araguari já pode ser notado nos últimos anos na pororoca, fenômeno resultante do encontro das águas do rio com as do mar, na região de limite dos municípios de Amapá e Cutias do Araguari. A força vista nas ondas da pororoca de hoje é muito menor do que a se via há 10 ou 20 anos. Para Antônio Feijão, a situação ainda ficará pior com o rio acabando por se tornar um lago.

Ele chegou a escrever um artigo sobre a situação onde diz: “O Araguari está morrendo, levando junto todos as suas riquezas naturais". "O baixo rio Araguari está nos estertores da morte, um fim trágico causado pela inércia do homem e pelas fortes mudanças no seu gradiente impostas pelas Hidrelétricas e das silenciosas alterações em sua Foz impostas pelo castigo de manadas de búfalos que abundam a Região."

Feijão reafirma que o aumento das manadas de búfalos abriu verdadeiros canais que ele chama de novos rios responsáveis pela ligação do Araguari ao Amazonas, antes de sua foz. No caso das cachoeiras, Feijão chama de ação danosa a operação das hidrelétricas Coaracy Nunes e UHE Ferreira Gomes. Para ele, elas anularam a força do rio quando neutralizaram seu último ponto  de cachoeira e de potencialização de seu gradiente no início do seu baixo curso. A partir daí houve o assoreamento que restringiu a navegação a um pequeno canal de 8 metros de largura.

HISTÓRICO DE ENCHENTES
Em 2011, Ferreira Gomes também enfrentou o transbordamento do rio Araguari. Mais de 600 pessoas entre desabrigados e desalojados foram atingidas. A exemplo de 2015, maior parte da cidade foi tomada pela água. Em Porto Grande, distante poucos quilômetros, a situação era a mesma, também com desabrigados e desalojados. A diferença é que em 2011, os problemas das vítimas da enchente foram acompanhados bem à distância pelo governador da época.
No mesmo 2011, a população de Laranjal do Jari também enfrentava uma enchente. Metade do município ficou submerso. Assim como boa parte das casas da cidade, quatro escolas ficaram alagadas e oito serviram de abrigo. Mais de 3,6 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. O então governador, também preferiu se manter à distância.


A atitude do governador Waldez Góes, que desde 2003, início de seu primeiro mandato traça um perfil de proximidade com a população é avaliada como extremamente positiva pelos moradores dos municípios atingidos. Muitos lembraram que ele sempre esteve presente no que classificaram como  "momentos ruins". "Sabemos quem é um bom governante é em momentos assim. É uma sensação de segurança ter o governador e a equipe dele aqui, lado a lago com a gente, vendo de perto o que estamos passando", disseram  moradores de Ferreira Gomes.   




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