AÇÃO IMEDIATAS
GEA mostra como CUIDAR DAS PESSOAS E DAS
CIDADES
Em
uma ação rápida, governador Waldez Góes e equipe mobilizam força tarefa para
amenizar crise em Ferreira Gomes provocada por enchente. Gestão prova que
mantém o mesmo perfil do primeiro mandato iniciado em 2003, de não se prender
ao gabinete. Mote usado na campanha, de "cuidar das pessoas e das cidades"
vem sendo colocado em prática.
Da Redação
A enchente no município de Ferreira
Gomes que atingiu cerca de 3 mil pessoas na última quinta-feira, 7, teve ação
rápida do Estado. O governador Waldez Góes mostrou que o mote usado durante a
campanha, de "cuidar bem das pessoas e das cidades" não era somente
promessa. Depois de chegar pela manhã de uma viagem a Brasília, Góes foi
informado da inundação logo que desembarcou em Macapá e nem teve tempo de
desfazer as malas. Arregaçou as mangas e seguiu para o município, distante 137
quilômetros da capital, seguido por uma comitiva que forma o gabinete de
crise.
O governador foi aos locais mais
críticos para constatar a gravidade do problema e ouvir os moradores mais
atingidos. Os primeiros boletins divulgados falavam em 117 famílias vítimas da
enchente. A prefeitura local decretou situação de emergência. Waldez junto ao
gabinete composto entre outros órgãos pela Defesa Civil buscou alternativas
imediatas para ao menos amenizar o problema. A primeira foi abrigar as pessoas
em escolas do município. O segundo passo foi garantir alimentação e água.
Também foi determinada a apuração dos fatos para esclarecer a responsabilidade
pela inundação, atribuída pelos próprios moradores a uma das hidrelétricas que
funcionam próximo à cidade.
Uma semana antes, Waldez teve a mesma
iniciativa quando um trecho da estrada que dá acesso ao município de Calçoene
cedeu abrindo uma cratera e impedindo o tráfego de veículos. O problema foi
resolvido em menos de um dia. Na opinião da população, o Estado, hoje, tem um
governo que corresponde às expectativas e mostra resultados de forma rápida,
saindo do gabinete e sentindo o problema de perto.
A
ENCHENTE
O transbordamento aconteceu nas
primeiras horas de quinta-feira ( 7). De acordo com os moradores, tudo foi
muito rápido e pegou todos de surpresa.
A notícia chegou rapidamente à Macapá
pelas próprias vítimas da cheia. O detalhe é que todos foram unânimes em dizer
que na verdade o que houve foi o rompimento da barragem de uma das
hidrelétricas localizadas próximas à cidade. Na tarde de quinta-feira, a
empresa EDP, responsável pela hidrelétrica
Cachoeira Caldeirão, localizada entre Ferreira Gomes e Porto Grande divulgou
nota negando o rompimento. Segundo o texto, o que houve foi a "vazão
controlada da ensecadeira da 2ª fase para permitir a passagem das águas do rio
e garantir a segurança das estruturas e das comunidades ribeirinhas".
A Ferreira Gomes Energia disse não ter havido qualquer problema em sua usina hidrelétrica e que aguarda um laudo técnico para se
pronunciar. Informou também que todas as atividades foram paralisadas e que
colocou sua infraestrutura para ajudar os desabrigados.
Na sexta-feira (8), o Ministério Público
convocou uma audiência com órgãos ambientais e representantes das empresas para
começar as apurações de responsabilidade. O fato começou a ficar confuso logo
nas primeiras que se seguiram à enchente. As hidrelétricas negaram a abertura
ou rompimento de comportas. Depois, a representação da Cachoeira Caldeirão admitiu
ter dado vazão à ensecadeira, mas teria avisado a hidrelétrica de Ferreira
Gomes. O aviso, no entanto, chegou tarde e nenhuma providência pôde ser tomada.
De acordo com a meteorologia, as chuvas
vão continuar fortes durante todo o mês de maio, principalmente nas regiões que
vêm sendo atingidas por enchentes, que inclui Calçoene e Oiapoque. A força
tarefa formada por órgãos do Estado, entre elas a Defesa Civil e o Corpo de
Bombeiros vai permanecer em Ferreira Gomes. As famílias estão recebendo apoio
tanto da prefeitura local quanto do governo do Estado. Na sexta-feira, o nível
da água começava a se normalizar revelando a dimensão do prejuízo para a
população. A orla da cidade e praticamente todos os bairros foram atingidos.
Das residências, pouca coisa deu para ser retirada. Muita gente perdeu tudo e
teve que sair às pressas de casa apenas com a roupa do corpo. No caso dos
comerciantes, o prejuízo material foi completo.
ABRINDO
COMPORTAS
Apesar das notas divulgadas pela direção
das hidrelétricas negando a abertura de comportas, e depois, uma delas, a
Cachoeira Caldeirão, assumindo que liberou a vazão, mas avisou a direção da
Ferreira Gomes, uma grande interrogação ficou no ar. O que na verdade aconteceu
e de quem é a responsabilidade? Na análise de especialistas, o sistema de hidrelétricas
ao longo do rio Araguari se viu frente a um fenômeno originado pelo excesso de
chuvas. A grande quantidade de água inicialmente sobrecarrega o represamento na
hidrelétrica do Paredão. Se a água permanecesse retida naquela estrutura,
seguiria para o município de Porto Grande. A vazão foi dada para Caldeirão, que
também optou pela liberação do fluxo. A última a receber a vazão foi a
hidrelétrica de Ferreira Gomes, que segundo a direção, não foi avisada a tempo.
O volume de água foi tanto que o nível do rio subiu cerca de cinco metros, sendo
um metro por hora.
REVEZANDO
O ALAGAMENTO
Segundo o geólogo Antônio da Justa Feijão,
a enchente ocorrida em Ferreira Gomes é algo que vai ser constante por conta
das hidrelétricas. De janeiro a julho, as chuvas no interior do Estado são
diárias, fortes e duradouras principalmente nas cabeceiras dos rios. O volume
de água segue o curso e eleva o nível normal. No caso do Araguari, a água
excedente tem pela frente as hidrelétricas. A primeira delas é a de Paredão,
mais próxima ao município de Porto Grande. Em seguida está Cachoeira Caldeirão
e por último a hidrelétrica de Ferreira Gomes.
Em uma situação igual a que se
apresentou na última quinta-feira, o alagamento de Porto Grande e Ferreira
Gomes chega a ser uma questão de opção. Feijão explica que se o volume de água
tivesse sido retido e permanecesse nessa condição, o município atingido teria
sido Porto Grande, mas como houve a liberação, o alvo da inundação foi Ferreira
Gomes.
O geólogo também analisa que o Araguari
perdeu muito da força que tinha com o fim das cachoeiras, submersas pelas
hidrelétricas. Eram elas que davam velocidade ao rio. Outro vilão para o
enfraquecimento do Araguari é a criação desorganizada e desorientada de
búfalos. Os animais são os responsáveis pela abertura de inúmeras canaletas ao
longo do rio, que desviam o curso também afetando a velocidade da água que
corre para desaguar no Oceano Atlântico.
Os reflexos do enfraquecimento do Araguari
já pode ser notado nos últimos anos na pororoca, fenômeno resultante do
encontro das águas do rio com as do mar, na região de limite dos municípios de
Amapá e Cutias do Araguari. A força vista nas ondas da pororoca de hoje é muito
menor do que a se via há 10 ou 20 anos. Para Antônio Feijão, a situação ainda
ficará pior com o rio acabando por se tornar um lago.
Ele chegou a escrever um artigo sobre a
situação onde diz: “O Araguari está morrendo, levando junto todos as suas
riquezas naturais". "O baixo rio Araguari está nos estertores
da morte, um fim trágico causado pela inércia do homem e pelas fortes mudanças
no seu gradiente impostas pelas Hidrelétricas e das silenciosas alterações em
sua Foz impostas pelo castigo de manadas de búfalos que abundam a Região."
Feijão reafirma que o aumento das
manadas de búfalos abriu verdadeiros canais que ele chama de novos rios
responsáveis pela ligação do Araguari ao Amazonas, antes de sua foz. No caso
das cachoeiras, Feijão chama de ação danosa a operação das hidrelétricas
Coaracy Nunes e UHE Ferreira Gomes. Para ele, elas anularam a força do rio
quando neutralizaram seu último ponto de
cachoeira e de potencialização de seu gradiente no início do seu baixo curso. A
partir daí houve o assoreamento que restringiu a navegação a um pequeno canal
de 8 metros de largura.
HISTÓRICO
DE ENCHENTES
Em 2011, Ferreira Gomes também enfrentou
o transbordamento do rio Araguari. Mais de 600 pessoas entre desabrigados e
desalojados foram atingidas. A exemplo de 2015, maior parte da cidade foi
tomada pela água. Em Porto Grande, distante poucos quilômetros, a situação era
a mesma, também com desabrigados e desalojados. A diferença é que em 2011, os
problemas das vítimas da enchente foram acompanhados bem à distância pelo
governador da época.
No mesmo 2011, a população de Laranjal
do Jari também enfrentava uma enchente. Metade do município ficou submerso.
Assim como boa parte das casas da cidade, quatro escolas ficaram alagadas e oito
serviram de abrigo. Mais de 3,6 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. O
então governador, também preferiu se manter à distância.
A atitude do governador Waldez Góes, que
desde 2003, início de seu primeiro mandato traça um perfil de proximidade com a
população é avaliada como extremamente positiva pelos moradores dos municípios
atingidos. Muitos lembraram que ele sempre esteve presente no que classificaram
como "momentos ruins". "Sabemos
quem é um bom governante é em momentos assim. É uma sensação de segurança ter o
governador e a equipe dele aqui, lado a lago com a gente, vendo de perto o que
estamos passando", disseram moradores
de Ferreira Gomes.
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