Quanto custa o “progreço”
Numa primeira vista o
seu primeiro impulso foi passar a mão em uma caneta vermelha e colocar dois “S”
no lugar desse cecidilha. Foi o mesmo impulso do jornalista Pedro Veleda ao
fazer a revisão do texto. Mas ele, como faço com você agora, foi alertado que
esse progresso ao qual me refiro é com “cecidilha” mesmo, pois alguns
empreendimentos, são perversos, e trazem verdadeiramente progreço e não progreso
ao cidadão.
O estado do Amapá tem
sido, coitado, pródigo na recepção de investimento de ação exploratória da sua potencialidade
natural sem receber as contras-partidas que traga verdadeiramente o progresso
social para sua população.
O povo amapaense
assiste chegar nesse estado empresários de biografia empreendedora duvidosa. O
indiano da Zamin Amapá o bilionário Pramod Agarwal.
O Banco Votorantim está pedindo a falência dessa empresa. Os desconhecidos japoneses
da Marubeni, majoritária no consórcio na Ancel, acusados de grilagem de terra. Os
ingleses da Anglos Ferros. O Eike Batista e seu “mega investimento” na
mineradora MMX, denunciado por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica,
formação de quadrilha, além de processos administrativos na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM). O investimento do finado Mário Andreaza com a Novo Astro, o
legado dessa empresa é o distrito de Lourenço e todas suas mazelas sociais.
Esses caras chegam, discurso falacioso
orquestrado, sentam com os governos, fazem um monte de promessa de geração de
emprego, de melhoria na qualidade de vida da comunidade, mas o que tem sido
regra é a empresa encher as burras de dinheiro, destruírem o meio ambiente,
causarem tragédias ambientais, agudizarem os problemas urbanos, promoverem o
aumento do fluxo migratório de outras regiões do País para os locais do onde
localizados o empreendimento e, depois, fazem como a Anglos. Mandam a merda a
todos nós. Somos considerados “bugre”, incivilizados. “Vocês e suas riquezas
não nos interessam mais.”
Ainda hoje estamos com
cara de paisagem com a situação da ICOMI, vendida por R$ 1 real e o passivo
passado para a responsabilidade de um picareta chamado Jorge das couves. Agora
é a vez da população ribeirinha do rio Araguari. Ferreira Gomes, depois será
Cutias e sabe lá mais o que vai acontecer. Essa energia que a empresa EDB vai
gerar não vai servir para nós, já foi leiloada no Sistema Energético Nacional.
Ninguém em sã
consciência é contra o progresso. Queremos nos incluir, pois até hoje estamos
excluídos. O Cientista Social Roberto Mangabeira Unger esteve recentemente no
Amapá e na palestra que promoveu aos gestores do Estado ele disse em alto e bom
som. Os problemas da Amazônia devem ser resolvidos na Amazônia, o Amapá deve se
rebelar, um Amapá rebelado num País rebelado. O que que quis dizer Mangabeira?
Deixem de ser encapachado, levantem suas vozes no Congresso Nacional e gritem
forte e alto as dores da Amazônia que dói doídas em seus filhos. Desemprego,
fome, miséria, falta de educação aff...falta tudo, é necessário que o
rebelamento inicie pelos políticos que verdadeiramente se rebele em Brasília e
façam a diferença em favor do Amapá.
Não queremos progreço,
queremos progresso que melhore a qualidade de vida em todos os seus aspectos. Chega
desses empreendimentos onde o caboclo é iludido com falsas promessas. No
primeiro contato com a população tradicional, aborígene, é armado um belo e bem
articulado discurso recheado de emprego e melhoria significa na renda e
consequentemente o resultado são mazelas e sofrimento. Vide Pedra Branca, Serra
do Navio, Elesbão, Lourenço, agricultores da margem da ferrovia.
Vamos ter o Amapá no
coração e a responsabilidade com nossa riqueza e que ela seja revertida
verdadeiramente para melhorar a vida do povo.
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