sábado, 16 de maio de 2015

ARTIGO DO GATO



Assuntos palpitantes

O deputado Eduardo Cunha desce e sobe o Brasil em busca de apoio político para sua reeleição para presidência da Câmara Federal. O Norte, lógico, entrou na sua rota e ele trouxe na sua bagagem não só uma entourage de responsa, mas dois assuntos que é de extremo interesse para todos os brasileiros. Reforma Política e o Pacto Federativo.

O Norte possui atualmente uma bancada composta por 57 deputados federais, para uma disputa acirrada esse número não deixa de ser atrativo, porém o que interessa para nós do Amapá é a força que pode dar o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) para nossas questões estratégicas como o Porto de Santana que está inserido nessa nova rota da soja do Mato Grosso para mercados internacionais.

No interesse geral de todo o Brasil está sem dúvida a repactuação da federação, sobretudo no que concerne, e aí me parece ser esse o tema mais nevrálgico, que a divisão do bolo orçamentário nacional. Hoje a Federação fica com 80% do dinheiro nacional e de forma dragoniana repassou responsabilidades para Estados e municípios e não repassou recursos financeiros para viabilizar os serviços transferidos. Ficam governadores e prefeitos na necessidade de realizarem verdadeiras romarias rumo a Brasília para, com pires nas mãos, pedirem dinheiro para toda poderosa União, que na maioria das vezes faz os repasses, porém cobra muito caro por isso.

A Proposta de Emenda Constitucional de número 172, de autoria do deputado federal Mendonça Filho (DEM/PE) que propõe a rediscussão desse modelo injusto de divisão ataca o problema bem no seu amago, pois exige que haja proporcionalidade entre responsabilidade e recurso financeiro. Essa proposta já foi aprovada na quarta-feira (13) na Câmara Federal, foi encaminha a uma comissão especial, pois recebeu admissibilidade pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.  A mudança mexe no Artigo 160 da Constituição, que veda a retenção ou qualquer restrição aos recursos destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Pela PEC, a lei passa a prever, em um parágrafo, a proibição de a União impor ou transferir encargo ou a prestação de serviços sem a previsão de repasses de custeio.

José Carlos Aleluia (BA), relator da proposta na CCJ, considerou que a PEC 172 não atropela as cláusulas pétreas da Constituição e afirmou que alteração pode aliviar as contas dos gestores locais que hoje, são responsáveis, por exemplo, pela manutenção de creches. Se aprovada na comissão especial, a matéria segue para o plenário da Câmara.


Pra finalizar minha colher de pau sobre o assunto pacto federativo opino de que os problemas ocorrem nos Estados e nos municípios e as riquezas são geradas nestes, portanto nada mais óbvio que quem gera a riqueza administre-as e consequentemente dê soluções mais ágeis para problemas que são locais. A União cuida da União de acordo com a sua proporcionalidade, não querendo assumir o papel de tutora dos Estados e municípios, controlando os seus recursos financeiros.

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