INFRAEREO II |
PARQUE DOS BURITIS |
Infraero II e Parque dos
Buritis
Vizinhos dividem o mesmo problema: DESCASO
Reinaldo
Coelho
Da
Editoria
O
macapaense está cantando assim:
(Postado por: Alcinéa Cavalcante em 20/04/2014)
“Era
uma rua muito engraçada
que de asfalto não tinha nada
Ninguém podia andar nela não
Porque buraco tinha um montão
Ninguém podia dirigir ali
Porque o carro ia sumir
Mas era feita com muito esmero
Pelos políticos do Marco Zero”
que de asfalto não tinha nada
Ninguém podia andar nela não
Porque buraco tinha um montão
Ninguém podia dirigir ali
Porque o carro ia sumir
Mas era feita com muito esmero
Pelos políticos do Marco Zero”
Todos
os anos, com o período chuvoso, as ruas e avenidas em situação precária na
capital amapaense ficam ainda pior. Os buracos, às vezes pequenos, com as
chuvas e o tráfego intenso, se transformam em “crateras”. O resultado da falta
de infraestrutura urbana é o aumento do prejuízo para os sofridos motoristas.
Trânsito
caótico, ruas esburacadas e desprovidas de iluminação pública, insegurança,
enfim, estamos todos os dias aumentando o estresse,
nervosismo, ansiedade, infartos, hipertensão e, outros males causados pela
festa da "fartura" de tudo nas vias de Macapá.
A
universitária Luandra Valmor teve, no início deste ano, um prejuízo de R$ 400
reais, com o pneu do carro estourado devido a um buraco em uma das principais
avenidas de Macapá. “Meu namorado estava
com o carro na Avenida Ataíde Teive e havia um buraco no meio da rua, coberto
com água. Não havia como perceber se era um buraco, então ele passou o pneu do
carro estourou. A ‘cratera’ ainda entortou a roda”, comentou a
universitária.
A biomédica
Ivani Furtado também sofreu prejuízos com a situação precária das ruas de Macapá.
“Não dava para ver que tinha um buraco
porque a rua estava alagada. O prejuízo foi alto, por volta de uns R$ 600 reais
em peças, mais a mão de obra do mecânico”, afirmou a jornalista.
Esses
relatos são constantes e inúmeros, Macapá está abandonada e os macapaenses
pedem socorro ao gestor municipal. Nem os ‘tapa buracos’ têm funcionado, pois o
material asfáltico usado é de péssima qualidade, mal são colocados e logo são
dissolvidos pelas águas da chuva, é o famoso “sonrisal”. Porém, se os moradores
dos bairros considerados centrais estão a reclamar, imagine a situação dos
moradores dos setores periféricos.
Bairros Periféricos
Prefeito
de Macapá não tem dado atenção aos bairros que ficam longe do centro. A prova disso são os bairros da Zona Norte de Macapá. Na
semana passada demos uma olhada nos bairros Renascer I, II e Pantanal (leia na
edição 453 – ou acesse www.tribunaamapaense.blogspot.com). Esta
semana fomos aos bairros Infraero II e Parques dos Buritis, esses dois bairros
são interligados pelas próprias avenidas e sofrem da mesma doença crônica, a falta
de trafegabilidade, seja no verão ou no inverno.
Dona
Jurema Anaice, de 87 anos, aposentada pelo INSS, e que ajuda a criar os netos,
diz que pela idade não consegue se equilibrar sobre as tábuas colocadas sobre
os piscinões que se transformaram as vias do seu bairro – o Parque dos Buritis.
“Eu gostaria de saber onde está o prefeito
Clécio, esse moço nos prometeu melhorias, queríamos que ele executasse ao menos
um pouco do que prometeu, já seria menos mal. Prefeito venha dar uma olhada na
Zona Norte de Macapá e principalmente mostrar serviço”.
Convênio Eleitoreiro
O
convênio entre a prefeitura e a gestão estadual do ex-governador Camilo
Capiberibe, para a recuperação asfáltica de ruas e avenidas de mais de 30
bairros, foi interrompido automaticamente, quando saiu o resultado das eleições
de 2014.
De
acordo com o convênio – seriam mais de 150 km de artérias pavimentadas, cujos
trabalhos aguardam somente o cessar das chuvas. Agosto seria o tempo da
Operação Verão, garantindo a execução do Plano de Mobilidade Urbana promovido
pelas duas esferas governamentais.
O
convênio assinado tinha o valor de pouco mais de R$ 27 milhões, que garantiriam
um total superior a 50 km de vias recuperadas, compreendendo serviços de
terraplenagem, pavimentação e drenagem.
Entre
os bairros contemplados estavam Brasil Novo, Beirol, Buritizal, Congós,
Infraero II, Jardim Felicidade, Laurindo Banha, Marabaixo III, Muca, Novo
Buritizal, Perpétuo Socorro, Zerão, Pacoval, Trem e Cuba de Asfalto. E o que se
está vendo, nove meses depois, é que os serviços foram “abortados”.
Bairro Infraero II
Rua Carlos Lins Cortez, principal corredor do bairro é a pior possível. |
Rua Carlos Lins Cortez, principal corredor do bairro é a pior possível. |
TERMINAL IMPROVISADO |
TERMINAL ABANDONADO |
A situação
no Bairro Infraero II, na Rua Carlos Lins Cortez, principal corredor do bairro é
a pior possível. – A rua está tão esburacada que, apesar de ter colocado ônibus
novos para atender o bairro, a empresa Siãothur tem contabilizado inúmeros
prejuízos e a quebra quase diária de veículos. O trajeto total da linha que
ocorria entre 1h50min às 2h, agora está demorando até 3 horas para ser concluído.
O
terminal construído para atender os usuários de coletivos está abandonado e
servindo de covil para a bandidagem. Os passageiros utilizam um comércio da
Ilha Mirim para abrigo.
De
acordo com o senhor Ronaldo Augusto dos Santos, 55 anos, morador a 12 anos e
vizinho do terminal afirma que o mesmo funcionou durante 3 anos, foi abandonado
e hoje funciona na Ilha Mirim.
“Infelizmente o Infraero II se encontra na
mesma condição do restante da cidade, é vergonhosa a situação, ruas esburacadas
e muita sujeira nas ruas”, define o morador Nielsen Rodrigues.
Já Elzo
Netto define que “Bairro muito bom pra se
morar! Porém a Avenida Carlos Lins Cortes, que é a principal do bairro está uma
buraqueira só! De resto, temos lojas, mercados... Não precisa ir ao Centro para
fazer as coisas”.
Parque dos Buritis
Rua Alice Nascimento Pimentel |
Os
moradores do Bairro Parque dos Buritis, localizado na Zona Norte da capital,
passam por um verdadeiro tormento para se locomoverem. Com o estado precário
das vias, problemas de diversas naturezas afligem os moradores.
Rua Maria de Fátima Picanço |
A
principal delas é a falta de transporte coletivo. Por conta das ruas
intrafegáveis, estudantes e trabalhadores caminham até o bairro vizinho,
Infraero II, para pegarem ônibus. “Caminho
muito para poder ir ao meu trabalho, que fica no centro. Andar pelo nosso
bairro é muito difícil, pois quase todas as ruas estão alagadas, com buracos ou
cheias de mato. Quase nenhum carro tem acesso”, reclama a vendedora Alice
Santana.
Rua Santarem |
Outro
problema dos moradores é com referência a iluminação pública no bairro –, a
maioria sem lâmpadas ou queimadas, favorecendo os assaltos aos moradores que
chegam das escolas e universidades. As mulheres são as principais vítimas
desses atos, muitas já foram até estupradas.
“No terminal do Infraereo II é perigoso você
chegar tarde da noite, pois não tem policiamento, esta às escuras e os
assaltantes proliferam”, reclama Luiz Pedro Vasques, aluno do IFAP.
x
Doenças causadas pelas vias
esburacadas
Essa
situação de abandono das vias de Macapá repercute na vida do cidadão
macapaense. O prejuízo financeiro causado pela incompetência dos auxiliares e
do próprio prefeito Clécio Luís, em executar o mínimo que é necessário para
administrar a cidade, está causando problemas de saúde nos munícipes.
Além do
estresse sofrido, por quem enfrenta
um trânsito pesado a semana inteira, e tem que dirigir todos os dias em ruas
cheias de ondulações e buracos, faz mal à saúde. O motorista que faz esse
verdadeiro rali pela cidade pode
sofrer graves problemas físicos, principalmente na coluna. Além deles, os
passageiros de ônibus também se expõem a esses riscos, por causa do asfalto sem
manutenção.
O diretor
da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), Dirceu Rodrigues
Alves Jr., explica em uma entrevista, na TV Bandeirantes, que "A vibração de corpo inteiro recai mais sobre
a coluna vertebral, que é o eixo do corpo, fazendo com que a as vértebras se
toquem, comprimam o disco intervertebral, e isso leva a um desgaste dessa
coluna, produzindo artrose, bico de papagaio e hérnia de disco",
explicou o diretor da ABRAMET.
Esse é
outro ponto crítico da falta de conservação das vias urbanas de Macapá, a saúde
do trabalhador do transporte coletivo, mototaxistas e motoristas em geral. O
prefeito de Macapá deveria ser alertado que ele contribui para os acidentes de
trânsito e pela saúde do seu eleitor.
Alto risco de infestação pela dengue na Zona Norte
De acordo com o relatório do segundo
ciclo do Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo ‘Aedes aegypti’
(LIRAa) – divulgado no fim de março, elaborado pela Secretaria Municipal de
Saúde (SEMSA). A Zona Norte continua classificada como alto risco para
infestação. De acordo com o levantamento, dos 58 bairros visitados 42
apresentaram baixo e médio risco de infestação do mosquito, que é transmissor
tanto da dengue como da febre chikungunya. O relatório apontou que 50% dos
criadouros estão no lixo domiciliar e outros resíduos sólidos, como garrafas
PET. Com base nessas informações, as ações de combate e controle foram
intensificadas em bairros da Zona Norte, como Morada das Palmeiras, Parque dos
Buritis. Haverá também ações no cemitério São José, no Bairro Santa Rita, onde
serão feitas a eliminação de criadouros, borrifação e busca ativa de larvas. O
que tem assustado os moradores!
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