SUGESTÕES A UM PLANO DE CARREIRA, CARGOS E VENCIMENTO PARA MÉDICOS.
É efervescente a discussão de questões trabalhistas no seio das
categorias ligadas à saúde e educação no Estado do Amapá. Qualquer gestor ou
governante que pense dar prioridade a esses
serviços essenciais da sociedade não pode se furtar de discutir e buscar meios
de comunicação e interlocução com os servidores públicos, buscando corrigir e
garantir a aquisição de conquistas trabalhistas. Em sua campanha e em seus propósitos
e promessas, o Governador Waldez Góes sinalizou nesse sentido, de buscar a
negociação com as categorias de servidores
.
No caso específico dos servidores da saúde, já nesse começo da
atual gestão estadual, estão passando
por movimentos das entidades buscando essa aproximação, a fim de evitar medidas
mais radicais, como paralisações e greves, que provocam desgastes e impactam
negativamente na credibilidade da administração e causam transtornos na
prestação dos serviços.
Para evitar tais medidas legítimas para os servidores, mas desgastantes
para a gestão pública, foi estabelecido pelo atual governo o Gabinete Integrado
de Saúde, envolvendo vários setores específicos e de fiscalização e a Mesa de
Negociação com os servidores. Esse é o caminho mais viável à curto prazo, para
evitar o que está acontecendo com a administração municipal de Macapá, cujos
servidores da educação exigem o cumprimento do teto constitucional, prevista em
Lei, e os da saúde a reposição de perdas inflacionárias e incorporação de ganhos
salariais.
No caso da categoria médica o Estado passa por uma série de
dificuldades, pois esses servidores são regidos pelo mesmo PCCS dos demais
funcionários da saúde, o que lhes retira uma série de direitos e
especificidades da profissão, gerando conflitos, insatisfação e, o pior,
causando a perda de profissionais qualificados já raros em nosso Estado. Por
isso, a categoria e as entidades médicas, almejam e propõem a nível nacional e
local um Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos para Médicos, contemplando
especificamente essas garantias.
Com o intuito de colaborar com o movimento médico nesse processo, a Federação Nacional dos
Médicos (FENAM) e a Fundação Getúlio Vargas(FGV) elaboraram uma proposta de Plano
de Carreira, em colaboração com o Conselho Federal de Medicina(CFM) e a
Associação Médica Brasileira (AMA), que mostra e “expressa as particularidades
do exercício da profissão, já que é
flexível para utilização em todo o país, tanto no setor público quanto
no privado, e por estar de acordo com as diretrizes para elaboração de PCCS no
SUS determinadas pelo Ministério da Saúde(MS)”, disse o Dr. Waldir A. Cardoso,
Coordenador geral do PCCV da FENAM.
As “Diretrizes Nacionais para
instituição de Planos de Carreira, Cargos e Salários no âmbito do SUS-PCCS/SUS”, foram
aprovadas pela “Mesa Nacional de
Negociação Permanente do Sistema Único de Saúde- MNNPSUS, mediante o Protocolo nº 006/2006 e a Portaria nº
1.318, de 05 de junho de 2007, do Ministério de Estado da Saúde”.
Trata-se de um instrumento importantíssimo nas mãos da categoria médica,
das entidades de classe e do próprio gestor público, os quais conjuntamente
poderão discutir a incorporação das diretrizes, contribuições, sugestões e
opiniões colhidas nos Fóruns realizados no Brasil no período de 9 a 20 de
setembro de 2007, visando principalmente o desenvolvimento da atividade médica
no complexo universo de atuação do SUS.
É público e notório que de longa data os médicos vêm sofrendo um
progressivo processo de precarização das relações trabalhistas, que incluem
vários fatores que envolvem todos os servidores da saúde. Mas no Amapá, nas
últimas décadas estamos observando o aviltamento e degradação progressiva das
condições de trabalho e de remuneração, chegando ao absurdo dos médicos serem
tachados recentemente de “sonegadores fiscais” por erros
jurídico-administrativos da gestão e de sofrermos com a judicialização e
criminalização de plantões médicos.
No setor público do Amapá existem várias
situações de contratações e vínculos trabalhistas do Médico: o concursado e
efetivo (servidor estatutário), o contratado temporariamente (contrato
administrativo) e o médico servidor público federal (do antigo Ex-GTFA), todos
incluídos no bojo do plano de carreira dos outros servidores, porém sem
distinguir as particularidades e aspectos inerentes do exercício profissional.
Uma Carreira de Estado para os servidores do SUS seria o ideal para os futuros
médicos, que teriam deveres, direitos e prerrogativas previstos e bem delineados.
Esse modelo proposto de Carreira Medica do SUS “está fundamentado em
princípios que visam assegurar as características essenciais de um instrumento
de Gestão de Pessoas capaz de permitir, à instituição, ( ao governo) e aos profissionais, o desenvolvimento das
atividades com eficiência, eficácia e efetividade, que se refletirão na
qualidade dos serviços prestados aos
cidadãos”. Imbuídos dessa orientação,
vamos expor no próximo artigo os princípios norteadores, que poderão contribuir
para o PCCS dos Médicos. Macapá-AP,
21.05.2015, JARBAS ATAÍDE (Fonte: Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos para
Médicos. FGV,FENAM, AMB, CFM).
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