sexta-feira, 3 de julho de 2015

Mobilidade Urbana Perigo: Bueiros no caminho

Mobilidade Urbana
Perigo: Bueiros no caminho

“Não bastasse os transtornos causados pelos buracos, os moradores também são obrigados a conviver com outro tipo de problema: as bocas de lobo abertas.”


Reinaldo Coelho

Bueiros têm um papel muito importante no escoamento de água da chuva nas cidades. Em Macapá, por exemplo, centenas estão instaladas ao longo das vias pavimentadas. O problema é que vários deles na cidade estão destampados, o que coloca em perigo a população.
Essa quantidade considerável de bueiros e galerias sem tampa tem levado perigo a pedestres e motoristas. No centro da cidade, os mesmos problemas permanecem, mesmo após meses de denúncias junto a Prefeitura de Macapá.
Na Ataíde Teive, entre o Mercado Central e a Feira do Camarão, são 'bocas de lobo' em um trecho de aproximadamente 300 metros: nenhuma delas tem tampa e estão exaurindo o esgoto sanitário. "Não sei se roubam para vender nos ferros-velhos. Não sei. Mas o risco é demais", afirmou o feirante César Borges.
Os riscos são, principalmente, para os ciclistas e motociclistas. O percurso do repositor de mercadorias Erisson Viana, de casa para o trabalho, é de 17 quilômetros. Como existem muitos obstáculos no caminho, principalmente esgotos sem tampa, ele sabe que não pode se descuidar. "Quando se passa entre um carro e outro e vai pelo meio, a gente em uma situação ruim", reclamou.
Na Rua Manoel Eudóxio Pereira, onde o tráfego é intenso, pois fica ao lado do Fórum de Macapá, mais uma armadilha. Um 'bueiro' está sem tampa há anos. Na Rua Sete de Setembro, mais um problema para quem passa pelo local. "Você fica sujeito a quebrar as peças da suspensão do carro", disse o padeiro Marco Aurélio.
Na Avenida Beira Mar, além do calçamento da Orla não existir, tem bueiros sem tampa. O problema de bueiros e esgotos a céu aberto perdura há anos e o perigo  é visível tanto para o carros que trafegam pelo local, como para as pessoas que podem cair no buraco e sofrer alguma lesão. Os buracos estão sem nenhuma proteção, as grades se desprenderam e nenhuma sinalização aponta o perigo. Isso é responsabilidade do poder municipal.
Os moradores descrentes da resolução do problema procuraram a mídia para denunciar, a fim de apresentar o problema a sociedade e avisar para tentar prevenir que pessoas venham a se acidentar nos locais.

Galerias pluviais



Praticamente invisíveis durante a seca, as bocas de lobo ficam em evidência quando o período chuvoso começa em Macapá. Construídas para escoar as águas e evitar a inundação das ruas ao direcionar o fluxo para uma rede coletora, elas se tornam um verdadeiro perigo para quem passa por perto. Isso porque são comuns os casos de entupimentos, faltam de tampas, pedaços quebrados ou soltos, e estrutura muito maior do que o padrão, de 23 centímetros.

Perigo à vista



Não bastasse os transtornos causados pelos buracos, os moradores também são obrigados a conviver com outro tipo de problema: as bocas de lobo abertas. Na Avenida Claudiomiro de Morais, Bairro dos Congós, o tamanho de duas bocas de lobo sem proteção, a pouco mais de 30 metros de distância, impressiona. São mais de 50 centímetros de altura em uma região onde existem duas escolas e uma igreja, com grande movimento de pedestres. Pela dimensão da abertura, um adulto poderia se acidentar com certa facilidade.
O que já aconteceu. A dona de casa Gabriela Sousa, de 26 anos, caiu em um bueiro aberto, de aproximadamente um metro de profundidade, na Rua Claudomiro de Moraes, no Bairro Congós, na Zona Sul de Macapá.  A queda aconteceu na noite do dia 9 de junho, quando ela caminhava pelo local, junto com o marido e a filha de três meses de idade. A Secretaria Municipal de Obras (SEMOB) informou que as tampas de todos os bueiros estão sendo feitas, e que o problema será resolvido em breve.
Até o fechamento dessa edição o bueiro continuava sem tampa. Além de dezenas de outros no canteiro central daquela principal artéria do bairro. Um deles está com parte da sua estrutura quebrada, sem pedaços do concreto que protege minimamente a frente das bocas, dando a impressão de que são ainda maiores. Além disso, problemas como rachaduras fazem a população desconfiar da obra e preferir  andar pelo gramado que camufla o perigo.
“Esta rua tem bastante movimento de carros e de pessoas, principalmente de crianças, que frequentam a escola aqui perto. Dia desses, eu vi quando uma criança quase caiu dentro do buraco. Imagine o tamanho do problema para as autoridades se isso tivesse acontecido de fato”, apontou uma moradora.
Outro morador disse que faz tempo que a boca do bueiro está aberta e ninguém faz nada. “Não estamos falando de um buraquinho qualquer, estamos falando de um buraco enorme, que pode engolir uma pessoa”, comparou a reclamante.

Macapaense reclama, e com razão.



Os macapaenses estão se virando para alcançar o alcaide de Macapá, através das Associações de Bairros, quando seus presidentes pegam “chá de cadeira” nos gabinetes municipais ou apelam para mídia, mas o Clécio Luís não se comove, antes quando era oposição bradava que Macapá sofria com a falta de saneamento.
“Hoje Macapá vive um quadro dramático na questão do saneamento básico desde a coleta de resíduos sólidos à drenagem das águas pluviais. Temos aqui índice de chuva altíssimo, seis a sete meses de chuvas. E também problemas graves de água potável e do esgotamento sanitário, que é sempre deixado por último em importância. Nós, já nos primeiros meses, fizemos esforços para montar nosso plano municipal de saneamento. Está em fase final para uma licitação. A construção deste instrumento, que deve nos custar uns R$ 800 mil, é investimento altíssimo para nossa prefeitura, mas que será importante pelo menos por uma década”, declarou o prefeito em uma entrevista ao Estadão, no blog da Garoa de Pablo Pereira em 02 Setembro 2013, fazem quase dois anos e até agora nada foi feito.
E o cidadão continua a conviver com as inundações, mau cheiro, um desfavor a saúde de todos. Mais uma vez o cidadão está cobrando, já que a prefeitura não consegue ter planos de ação, que pelo menos sejam rápidos para a limpeza dos bueiros, bocas de lobo espalhadas pela cidade, pois a sociedade não merece viver em meio a tanto lixo e mau cheiro por todos os lados.

Promessa de Clécio



Quantas vezes você escuta o barulho da descarga aí na sua casa? O gesto é tão corriqueiro que a gente nem se dá conta do destino de uma descarga. Em Macapá infelizmente o que deveria ser comum na zona rural, onde na grande maioria das vezes, o que sai do vaso sanitário vai parar no sumidouro, também conhecido como fossa negra, e o sumidouro nada mais é do que um buraco na terra, sem tratamento e que permite a penetração do dejeto direto no solo, normal em 97% das residências urbanas e o esgoto doméstico é jogado diretamente na rua, contaminando as áreas de ressaca e lençóis freáticos.
Uma das responsabilidades da prefeitura, de acordo com a Lei do Saneamento - nº. 11.445/2007, é ter um plano de saneamento básico para o município. Porém de acordo com o gestor de Macapá, os R$ 800 mil são para fazer o plano. “A partir daí vamos ter noção da necessidade, compreendidas as quatro dimensões, resíduos sólidos, drenagem de água, esgotamento e abastecimento de água. Mas aqui em Macapá há uma peculiaridade. Aqui, água e esgoto são responsabilidade do Estado”.
Contestado pelo entrevistador da responsabilidade legal do município, Clécio Luís afirmou que “a ideia é ter o nosso plano para trabalhar com uma companhia de água que já existe. E vamos complementar, focados em resíduos sólidos e drenagem”. As duas responsabilidades assumidas não estão sendo realizadas a contento e até agora o plano não foi apresentado.
Profeticamente o blogueiro do Estadão, Pablo Pereira, diz: “Mas aí o senhor vai demorar ainda pelo menos um ano para fazer o plano. E já se foram então dois anos do seu mandado”. Ele acertou.



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