Mobilidade Urbana
Perigo:
Bueiros no caminho
“Não bastasse
os transtornos causados pelos buracos, os moradores também são obrigados a
conviver com outro tipo de problema: as bocas de lobo abertas.”
Reinaldo
Coelho
Bueiros têm um papel muito
importante no escoamento de água da chuva nas cidades. Em Macapá, por exemplo,
centenas estão instaladas ao longo das vias pavimentadas. O problema é que
vários deles na cidade estão destampados, o que coloca em perigo a população.
Essa quantidade considerável
de bueiros e galerias sem tampa tem levado perigo a pedestres e motoristas. No
centro da cidade, os mesmos problemas permanecem, mesmo após meses de denúncias
junto a Prefeitura de Macapá.
Na Ataíde Teive, entre o
Mercado Central e a Feira do Camarão, são 'bocas de lobo' em um trecho de
aproximadamente 300 metros: nenhuma delas tem tampa e estão exaurindo o esgoto
sanitário. "Não sei se roubam para vender nos ferros-velhos. Não sei. Mas
o risco é demais", afirmou o feirante César Borges.
Os riscos são,
principalmente, para os ciclistas e motociclistas. O percurso do repositor de
mercadorias Erisson Viana, de casa para o trabalho, é de 17 quilômetros. Como
existem muitos obstáculos no caminho, principalmente esgotos sem tampa, ele
sabe que não pode se descuidar. "Quando se passa entre um carro e outro e
vai pelo meio, a gente em uma situação ruim", reclamou.
Na Rua Manoel Eudóxio
Pereira, onde o tráfego é intenso, pois fica ao lado do Fórum de Macapá, mais
uma armadilha. Um 'bueiro' está sem tampa há anos. Na Rua Sete de Setembro,
mais um problema para quem passa pelo local. "Você fica sujeito a quebrar
as peças da suspensão do carro", disse o padeiro Marco Aurélio.
Na Avenida Beira Mar, além
do calçamento da Orla não existir, tem bueiros sem tampa. O problema de bueiros
e esgotos a céu aberto perdura há anos e o perigo é visível tanto para o carros que trafegam
pelo local, como para as pessoas que podem cair no buraco e sofrer alguma
lesão. Os buracos estão sem nenhuma proteção, as grades se desprenderam e
nenhuma sinalização aponta o perigo. Isso é responsabilidade do poder
municipal.
Os moradores descrentes da
resolução do problema procuraram a mídia para denunciar, a fim de apresentar o
problema a sociedade e avisar para tentar prevenir que pessoas venham a se
acidentar nos locais.
Galerias
pluviais
Praticamente invisíveis
durante a seca, as bocas de lobo ficam em evidência quando o período chuvoso
começa em Macapá. Construídas para escoar as águas e evitar a inundação das
ruas ao direcionar o fluxo para uma rede coletora, elas se tornam um verdadeiro
perigo para quem passa por perto. Isso porque são comuns os casos de
entupimentos, faltam de tampas, pedaços quebrados ou soltos, e estrutura muito
maior do que o padrão, de 23 centímetros.
Perigo à vista
Não bastasse os transtornos
causados pelos buracos, os moradores também são obrigados a conviver com outro
tipo de problema: as bocas de lobo abertas. Na Avenida Claudiomiro de Morais,
Bairro dos Congós, o tamanho de duas bocas de lobo sem proteção, a pouco mais
de 30 metros de distância, impressiona. São mais de 50 centímetros de altura em
uma região onde existem duas escolas e uma igreja, com grande movimento de
pedestres. Pela dimensão da abertura, um adulto poderia se acidentar com certa
facilidade.
O que já aconteceu. A dona
de casa Gabriela Sousa, de 26 anos, caiu em um bueiro aberto, de
aproximadamente um metro de profundidade, na Rua Claudomiro de Moraes, no
Bairro Congós, na Zona Sul de Macapá. A queda aconteceu na noite do dia 9
de junho, quando ela caminhava pelo local, junto com o marido e a filha de três
meses de idade. A Secretaria Municipal de Obras (SEMOB) informou que as tampas
de todos os bueiros estão sendo feitas, e que o problema será resolvido em
breve.
Até o fechamento dessa
edição o bueiro continuava sem tampa. Além de dezenas de outros no canteiro
central daquela principal artéria do bairro. Um deles está com parte da sua
estrutura quebrada, sem pedaços do concreto que protege minimamente a frente das
bocas, dando a impressão de que são ainda maiores. Além disso, problemas como
rachaduras fazem a população desconfiar da obra e preferir andar pelo
gramado que camufla o perigo.
“Esta rua tem bastante
movimento de carros e de pessoas, principalmente de crianças, que frequentam a
escola aqui perto. Dia desses, eu vi quando uma criança quase caiu dentro do
buraco. Imagine o tamanho do problema para as autoridades se isso tivesse
acontecido de fato”, apontou uma moradora.
Outro morador disse que faz
tempo que a boca do bueiro está aberta e ninguém faz nada. “Não estamos falando
de um buraquinho qualquer, estamos falando de um buraco enorme, que pode
engolir uma pessoa”, comparou a reclamante.
Macapaense reclama, e com
razão.
Os macapaenses estão se virando
para alcançar o alcaide de Macapá, através das Associações de Bairros, quando
seus presidentes pegam “chá de cadeira” nos gabinetes municipais ou apelam para
mídia, mas o Clécio Luís não se comove, antes quando era oposição bradava que
Macapá sofria com a falta de saneamento.
“Hoje Macapá vive um quadro
dramático na questão do saneamento básico desde a coleta de resíduos sólidos à
drenagem das águas pluviais. Temos aqui índice de chuva altíssimo, seis a sete
meses de chuvas. E também problemas graves de água potável e do esgotamento
sanitário, que é sempre deixado por último em importância. Nós, já nos
primeiros meses, fizemos esforços para montar nosso plano municipal de
saneamento. Está em fase final para uma licitação. A construção deste
instrumento, que deve nos custar uns R$ 800 mil, é investimento altíssimo para
nossa prefeitura, mas que será importante pelo menos por uma década”, declarou
o prefeito em uma entrevista ao Estadão, no blog da Garoa de Pablo Pereira em
02 Setembro 2013, fazem quase dois anos e até agora nada foi feito.
E o cidadão continua a
conviver com as inundações, mau cheiro, um desfavor a saúde de todos. Mais uma
vez o cidadão está cobrando, já que a prefeitura não consegue ter planos de
ação, que pelo menos sejam rápidos para a limpeza dos bueiros, bocas de lobo
espalhadas pela cidade, pois a sociedade não merece viver em meio a tanto lixo
e mau cheiro por todos os lados.
Promessa de Clécio
Quantas vezes você escuta o
barulho da descarga aí na sua casa? O gesto é tão corriqueiro que a gente nem
se dá conta do destino de uma descarga. Em Macapá infelizmente o que deveria
ser comum na zona rural, onde na grande maioria das vezes, o que sai do vaso
sanitário vai parar no sumidouro, também conhecido como fossa negra, e o
sumidouro nada mais é do que um buraco na terra, sem tratamento e que permite a
penetração do dejeto direto no solo, normal em 97% das residências urbanas e o
esgoto doméstico é jogado diretamente na rua, contaminando as áreas de ressaca
e lençóis freáticos.
Uma das responsabilidades da
prefeitura, de acordo com a Lei do Saneamento - nº. 11.445/2007, é ter um plano
de saneamento básico para o município. Porém de acordo com o gestor de Macapá,
os R$ 800 mil são para fazer o plano. “A partir daí vamos ter noção da
necessidade, compreendidas as quatro dimensões, resíduos sólidos, drenagem de
água, esgotamento e abastecimento de água. Mas aqui em Macapá há uma
peculiaridade. Aqui, água e esgoto são responsabilidade do Estado”.
Contestado pelo
entrevistador da responsabilidade legal do município, Clécio Luís afirmou que
“a ideia é ter o nosso plano para trabalhar com uma companhia de água que já
existe. E vamos complementar, focados em resíduos sólidos e drenagem”. As duas
responsabilidades assumidas não estão sendo realizadas a contento e até agora o
plano não foi apresentado.
Profeticamente o blogueiro
do Estadão, Pablo Pereira, diz: “Mas aí o senhor vai demorar ainda pelo menos
um ano para fazer o plano. E já se foram então dois anos do seu mandado”. Ele
acertou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário