Viajando por aí
Gabriel Fagundes
Queridos
leitores...
O
peregrino, que agora vos escreve, decidiu uma vez mais compartilhar a
experiência de viajar pelo Brasil e as impressões que tive e terei ao longo
dessa jornada. O nosso país tem muitas coisas a oferecer, pessoas a conhecer,
lugares para se visitar. Interiores, áreas urbanas, cidades pequenas, grandes,
matos, matas, praias, praças, enfim... vivemos num país de dimensões
continentais, belo e diverso. A minha esperança é que, através dos meus textos,
vocês possam ter contato, mesmo que um singelo contato imaginário, com os
cantos e encantos de nossa pátria.
Pirateando
em Recife
Minha
primeira parada é Recife, Pernambuco. Posso afirmar com veemência que não
poderia ter escolhido melhor lugar. Aqui, escolhi ficar num hostel/albergue
chamado “Piratas da Praia”. Outra escolha certeira. Uma coisa liga a outra.
Recife
me recebeu de braços abertos e com um beijo no rosto, embora estivesse
levemente triste, com céu nublado. As pessoas, na rodoviária, falavam com
gentileza e um sotaque cativante. A primeira impressão que tive foi a melhor. E
tudo só se confirmou quando cheguei ao hostel.
Qual
a bandeira de Pernambuco, tal o interior do ‘Piratas da Praia’. Um lugar
colorido e acolhedor desde o primeiro instante. O caminho até a recepção é
curto, embora faça-se longo porque tudo é chamativo. Quadros, fotos, mensagens,
esculturas... tudo parece ter sido cuidadosamente colocado, numa estratégia
criativa que impressiona. Ao chegar na recepção, a já citada gentileza
recifense faz-se presente.
Basta
alguns minutos mais para se perceber outro ponto que prende a atenção e atiça a
curiosidade: a pluralidade cultural presente no hostel Piratas. Brasileiros
aqui são minoria, diga-se de passagem. E isso torna o lugar ainda mais
interessante. A troca de ideias e a conversação são fáceis, e o ambiente ajuda
muito nisso. Descontraído, aconchegante, jovem, alternativo, animado. São
tantos adjetivos possíveis de se aplicar.
Nos
bastidores, a mente criadora que deu forma ao hostel é um cinquentão
bem-humorado e carismático. Pude conversar com Roberto de Mello, o fundador do
Piratas da Praia, e da conversa absorvi experiências e aventuras e pude, pelo
menos um pouco, entender o porquê do Piratas da Praia ser um lugar tão especial
pra quem quer conhecer Recife e ir além.
Fiquei
curioso quanto ao surgimento da filosofia e da aura que paira sobre todo o
hostel e sobre as pessoas que nele ficam e perguntei a Roberto. “Para além da
ética, dos padrões de transparência e honestidade, sustentabilidade, educação,
o respeito mútuo – nós queremos que as pessoas se livrem do bullying interno e
mostrem o melhor de si”. E o ambiente se faz totalmente propício a essa
“mostragem”.
Goste
você de rock, reggae, samba, axé, funk, sertanejo. Goste você mais de preto no
branco, ou branco no preto ou colorido. Não importa. No Piratas da Praia você
vai achar alguma parte de você, alguma coisa, alguma minúscula partícula que
agrega e se identifica com você. Da mesma forma, você vai deixar algo que se
juntará a outra pessoa. “Cada vez que dou um passo, meu mundo sai do lugar”,
diria Roberto.
Mais
do que um simples lugar para passar a noite, um hostel precisa oferecer uma
experiência para a vida. E o Piratas da Praia tem disso, e tem muito mais. Te
dá amigos, te dá novos destinos, te apresenta universos que você, antes de
chegar, não imaginava que existissem. Um pouco de Recife e do mundo está aqui.
Pessoal,
meu próximo destino é Bahia... ou São Paulo. Ainda não sei. O tempo vai dizer.
Espero que tenham gostado. Saudações e bom carma!
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