Dieta Alcalina X Dieta Ocidental
– antagonismo saúde e doença
JARBAS ATAÍDE
Durante
o ensino da Medicina as disciplinas de Bioquímica, Fisiologia, Físico-química
falavam pouco ou esporadicamente sobre alguns alimentos, mas sem muita ênfase
quanto à importância na saúde humana. Dava-se maior importância para as
matérias que tratavam do mecanismo de ação e da prescrição dos remédios e da
descrição das doenças. Quase não havia essa interrelação da saúde com
alimentação ou nutrição humana, com supervalorização e influência da
terapêutica farmacológica.
Para
ilustrar melhor essa distância entre o ensino do conhecimento médico e as
noções de nutrição e alimentação humana,
vamos lembrar das pesquisas e trabalhos do alemão Otto Wan Burgher, que em 1930
( pasmem!, 85 anos atrás) foi agraciado com o Prêmio Nobel de Fisiologia e
Medicina por descrever as possíveis causas dos tumores cancerosos,
relacionando-os aos erros da alimentação ocidental, da acidificação do sangue e
da má oxigenação dos tecidos, conhecimentos esses, reconhecidos pela comunidade
científica, que não foram ensinados durante toda a formação acadêmica. Vem a
pergunta se a academia já tem um trabalho científico e sistematizado que diz
qual é a causa dos cânceres, porque continuam dizendo que o câncer não tem
cura, depois de instalado? Quais os interesses por trás dessa negação
sistêmica, institucionalizada e globalizada dos cientistas?
A
alimentação alcalina não é apenas uma dieta. É uma proposta de estilo de vida
que contém ensinamentos já constatados desde os primórdios da medicina,
passando pelas chamadas terapias naturais e comprovadas por estudos mais
recentes, como os de Otto Wam Burgh (1930), Prof. A. Balbach e D. Boarim (1992)
Dr. Robert Young e os autores do livro “Honestly Healthy”, Vicki Edgson e
Natasha Corrett. Contém vários princípios da Macrobiótica e da Trofologia, de
Acharan,M. Lezaeta (1979), que é a ciência que nos ensina a cultivar ou
restabelecer a saúde mediante uma alimentação adequada às necessidades do nosso
corpo.
Os
estudos de Vam Burgh chegaram à conclusão que varias doenças, em especial os
cânceres, só se desenvolviam e cresciam em tecido celular ácido e com
deficiência de oxigênio. Ao contrário os cânceres não crescem e nem se
multiplicam em ambiente alcalino e bem oxigenado. Num organismo saudável em que
prevalece o anabolismo, onde há equilíbrio da composição química dos fluidos,
humores e do sangue, ou seja, onde se estabelece a homeostase, a maioria das
células e líquidos orgânicos é ligeiramente alcalino (Ph entre 7,36 -7,42). O
Ph define se um elemento é ácido ou básico (alcalino). Portanto, uma
alimentação que incorpora substâncias ou radicais ácidos ao corpo estaria
contrariando a natureza intrínseca e a higidez do organismo, ocasionado desequilíbrios,
distúrbios e doenças.
A
chamada dieta ocidental que contém alimentos ricos em ácidos como refrigerantes
(incluindo água com gás e água tônica) – café, chá-preto, açúcar, adoçantes,
amendoim, grãos e vegetais ricos em amido (trigo, massas e feijão), farinhas
brancas, todos os produtos processados, lácteos e chocolate, provoca
acidificação do sangue. Outras situações em que se constata sangue extremamente
ácido são as provocadas por estresse, envelhecimento precoce, poluição e
alimentação desregrada, aumentando a acidez e diminuindo o Ph do sangue.
Não
existe uma fórmula pronta. Mas também não basta apenas incorporar alimentos
considerados alcalinos para obter o emagrecimento ou um corpo e mente
saudáveis. A saúde não tolera exageros e nem excluirmos totalmente certos
alimentos. Mas existem alguns alimentos que possuem unanimidade em desenvolver
bem estar e saúde, que devem ser incluídos na dieta alcalina, que são ricos em
minerais alcalinos (magnésio, potássio, cálcio e sódio) como: óleo de peixe,
chá verde, grãos integrais, vegetais e amêndoas, inhame, lentilha, melão,
brócolis, repolho, maçã, mamão, frutas cítricas e secas, folhas verdes,
legumes, raízes, azeite de oliva, milho verde, abobrinha, quiabo e chuchu cru e
de bebidas saudáveis que não contenham cafeína ou açúcar, como suco de vegetal
fresco, água destilada, água de limão, chá de ervas, caldo de legumes, entre
outros.
Uma
das doenças degenerativas que provoca acidez é a Diabetes, cuja descompensação
se chama Acidose Metabólica ou Cetoacidose, somente controlada em ambiente
hospitalar e Unidade de Terapia Intensiva, exigindo um acompanhamento e
monitorização permanente, pois a persistência desse distúrbio metabólico pode
levar ao óbito. Assim acontece com as demais doenças que se instalam lentamente
e continuamente quando prevalece na nossa alimentação a dieta ocidental
desproteinizada, pobre em nutrientes e minerais alcalinos e rica em gordura saturada
e substancias ácidos, que estimulam o aparecimento de radicais livres,
responsáveis pela destruição das membranas celulares, envelhecimento precoce e
acelera o catabolismo.
Para
normalizar a acidez o organismo se vale do mecanismo regulatório da homeostase,
lançando mão de reservas minerais (cálcio, potássio, magnésio) que deveriam
existir nessas ocasiões. Acontece que essas reservas são constantemente
depletadas, inibidas ou consumidas pela nossa alimentação fortemente ácida
(exagero no consumo de pizza, batata frita, bolos, biscoitos, refeições
requentadas, pão, cafeína, queijo, alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas,
refrigerantes (que contém cola), tabaco, bebidas lácteas, etc.
O
nosso organismo resulta da qualidade dos alimentos que o formam e mantêm.
Assim, um sangue bem nutrido por frutas cruas será fluído, vitalizado e
alcalino, isento de matérias ácidas, pois as frutas mais ácidas têm ainda
reação alcalina no sangue. Na Medicina Natural quem fabrica o sangue são os
intestinos. “São os ácidos provenientes das fermentações pútridas do intestino
que acidificam o sangue, irritam, inflamam e congestionam os tecidos e órgãos
nobres do nosso corpo... produzindo os sintomas e manifestações da única
enfermidade que existe: a impurificação do sangue por má nutrição e deficientes
eliminações” (Medicina Natural ao Alcance de Todos – Manuel Lezaeta Acharan –1979)
Para
o emagrecimento é necessário que haja o equilíbrio na ingestão de alimentos
ácidos e alcalinos, mas também na quantidade de alimentos consumidos. Essa
dieta, baseada nas pesquisas do Dr. Robert Young, propõe o consumo de 60% de
alimentos ricos naqueles minerais alcalinos, conforme a tabela abaixo.
Podemos
dizer que a alimentação e dieta alcalina não servem apenas para estabelecer um
regime de emagrecimento, mas também como maneira de melhorar a alimentação,
tornando-a mais saudável e contribuindo para a saúde em geral e a qualidade de
vida, pois ela oferece princípios gerais de inclusão ou exclusão de comidas
para evitar doenças, prevenir agravos e até curar doenças instaladas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário