Pirâmide Econômica invertida
Que
o Brasil está em crise, isso nem é preciso dizer, estamos todos sentindo na
pele e, principalmente no bolso. E, num clima de recessão e inconsistências
políticas, se voltarmos nossas atenções para o Norte, vamos encontrar um Amapá
diferente, um Estado que além da crise geral, ainda enfrenta problemas
estruturais, as mazelas deixadas pelo descaso e incompetência do governo
passado e, a inversão de valores e prioridades na economia, onde o setor
terciário (comércio e serviços) forma a base da pirâmide econômica local.
Diretamente
ligado a preservação ambiental, o Amapá ainda se arrasta com suas principais
fontes de renda, a pecuária, a mineração e os serviços, este último que
representa mais de 85% do PIB amapaense, e, claro, o comércio que também se
esforça para impulsionar a economia local.
Uma
economia diretamente dependente dos recursos naturais, caracterizando-se pela
exploração de matérias-primas, produtos primários e semielaborados. O setor
primário é caracterizado por baixo nível tecnológico. O secundário está
concentrado nas atividades do extrativismo mineral, da construção civil e da
indústria de transformação e, tem sua capacidade de expansão limitada pela
oferta de energia e por outras deficiências em infraestrutura. E, por fim, o
setor terciário, incluído aí a administração pública, o mais representativo da
economia amapaense, apesar de não ser o principal empregador.
O
setor industrial, pouco desenvolvido, hoje destacado nos setores de mineração e
alimentação, também deverá receber a atenção do atual governo, que se mostra
preocupado com as dificuldades de infraestrutura nos serviços de energia,
comunicação e transporte.
Apesar
de o Amapá ter conseguido lugar de destaque entre os Estados brasileiros,
quando o assunto é renda mensal dos trabalhadores formais e renda média no
Brasil, fruto da velha ‘economia do contracheque’, isso não representa
desenvolvimento.
Mesmo
com toda a riqueza existente, economicamente não se destaca como um grande
produtor, mas contribui de maneira reduzida na composição do PIB nacional, e
consome muitos produtos oriundos dos outros Estados.
Ora,
quando se exporta quase 40% de ouro, quase 30% de madeira e pouco mais de 20%
de minério de ferro e se importa mais de 40 milhões de dólares em materiais
eletroeletrônicos, escavadoras, perfuradoras, carregadoras, caminhões,
solventes, bens de informática e artigos de perfumaria, além de ferro e aço,
motores, produtos de couro e peles e equipamentos médicos, é lógico que a
estratégia tem que mudar.
Visando
reverter essa situação, o governador Waldez Góes, através de um termo de cooperação,
assinado esta semana com o SEBRAE, busca o desenvolvimento econômico do Estado
com ênfase na produção florestal e de alimentos.
E
este parece ser o melhor caminho, impulsionar o cultivo de arroz, feijão,
milho, mandioca, frutas, pimenta-do-reino, e, obviamente a soja, entre outros,
além de melhorar as condições para a pesca, que hoje exerce grande participação
na economia estadual, investimentos públicos em infraestrutura e uma espécie de
chamamento as organizações empreendedoras para a construção de uma nova realidade
rentável para o Amapá.
É
preciso motivar os setores envolvidos para que se possa gerir com
responsabilidade, avançar com determinação e viabilizar as condições para que
esse desenvolvimento seja possível.
A
meta parece ser proporcionar visibilidade à agricultura comercial e familiar, pecuária,
pesca, extrativismo alimentar e as potencialidades do setor primário como os
grãos, açaí, pecuária bubalina e bovina, piscicultura e mel, apresentar as
potencialidades da madeira e oleaginosas como andiroba, pracaxi, copaíba,
castanha do Brasil e dar chance ao setor de produção florestal de oferecer na
industrialização de produtos como alimentos, cosméticos e farmacêuticos.
Só
assim, se conseguirá inverter a pirâmide econômica do Amapá, transformando este
Estado num grande polo de desenvolvimento.
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