A POPULAR COUVE: UM REMÉDIO
FORA DAS FARMÁCIAS
Fazendo parte das dietas de desintoxicação, compondo as
dietas alcalinas e nos chamados sumos verdes, os vegetais em geral contem
substâncias funcionais que ajudam a saúde, retardam o envelhecimento e previnem
doenças, em especial os vegetais verdes. Ingerir pelo menos duas porções de vegetais
por dia concorre 10 % para ter uma saúde razoável, dependendo de outros
fatores. Por isso, pessoas que comem mais vegetais têm chances maiores de viver
mais que aquelas que comem menos.
Neste artigo vamos falar de uma hortaliça, ou melhor, de
uma verdura muito comum, mas que não pode ser desprezada na alimentação.
Trata-se da couve (Brassica oleracea), pertencente à família das Crucíferas,
junto com o brócolis, a couve flor, o repolho, a couve de Bruxelas, o agrião, o
nabo, a mostarda. Esses vegetais parecem ser mais benéficos, pois são fonte
concentrada de substancias conhecidas como glicosinolatos (dão sabor acre),
carotenóides antioxidantes (pigmentos vegetais), além de fibras, clorofila,
vitaminas (Retinol, vit B1, vit B2, niacina e vita C), sais minerais (cálcio,
enxofre, fósforo e sódio) e pouco conteúdo em calorias (25 kcal numa porção de
100 mg).
O segredo da couve estria no seu alto conteúdo em
carotenoides (alfacarotenos), potentes antioxidantes, cujo consumo aumenta em
40% a chance de evitar morrer cedo, de qualquer causa, incluindo doenças
cardíacas e câncer. O enxofre (67,00 mg)
presente também tem ação nas neoplasias. O alfacaroteno é dez vezes mais
potente como antioxidante e no bloqueio de crescimento de células cancerígenas que
o betacaroteno. É encontrado em vegetais verdes e amarelos, como cenoura,
batata-doce, abóbora e vegetais verdes, como a couve e outras crucíferas.
Além de valor alimentar a couve é considerada
antioxidante, remineralizante, laxante e depurativa do sangue, atuando nas
funções de eliminação, sendo empregada nas enfermidades do aparelho
gastrointestinal, cujos princípios ativos podem combater as enfermidades do
fígado, como icterícia, cálculos biliares, cálculos renais, as hemorróidas, a
colite ulcerativa, síndrome do intestino irritável, as cloroses e a
dismenorréia (menstruação difícil e dolorosa). Empregada nas doenças
respiratórias como asma e bronquite, devido o fortalecimento das mucosas pela
vitamina A (retinol). Com o suco da couve-vermelha faz-se um xarope empregado
nas enfermidades respiratórias que cursam com catarros brônquicos crônicos, como
bronquites e rinossinusites.
A propriedade depurativa e desintoxicante devem-se ao
fato de desinfetar o intestino, tendo ação antiinflamatória nas úlceras
gástricas, esofagite, gastrites, e até como vermífuga e contra a teníase. O conteúdo em vitaminas e sais minerais lhe
confere efeito contra anemias e a clorose (anemia associada a distúrbios
menstruais, na mulher), recomendado às crianças em fase de crescimento.
Pode ser usada na forma de suco verde, como tônico,
associada com outras plantas ou verduras frescas, que vai atuar como depurativo
do sangue, agindo no intestino, fígado e alcalinizando o sangue. O suco das
folhas esfregadas sobre o couro cabeludo favorece o crescimento do cabelo,
conforme Leo Manfred. Neste caso pode ser associado com a babosa. Contra a
tosse, rouquidão, asma e outras doenças catarrais, pode ser feito a decocção
das folhas. Conforme o Dr. Dufour, usa-se no tratamento das úlceras varicosas, na
forma de cataplasma. Aplicada topicamente como cicatrizante de feridas (ACOSTA
DE LA LUZ L. 1993 apud ALONSO, 1998). Coloca-se sobre a parte afetada envolta
por uma gaze ou atadura. As folhas, cozidas ao vapor, podem ser aplicadas
topicamente, em forma de cataplasmas mornos, para combater gota, artrite,
ciática, dores reumáticas e nevralgias, renovando de hora em hora. As sementes
agem como vermífugas, principalmente nas crianças.
Na nutrição humana, para aproveitamento de suas vitaminas
e sais minerais, a couve deve ser ingerida crua, em saladas. Devido o alto
conteúdo em celulose e clorofila, pode se tornar indigesta, devendo ser picada
bem fina, ou levemente refogada e bem mastigada. Devido o teor em enxofre pode
provocar gases intestinais, principalmente em pessoas propensas a dispepsias.
O combate ou prevenção dessas doenças e outras pode ser
exemplificado pela dieta dos japoneses, que estão entre os mais longevos do
mundo. Os que vivem em Okinawa, no sul do Japão, vivem mais que os habitantes
do norte e têm um risco menor de desenvolver doenças relacionadas à idade, como
diabetes, ataques cardíacos, derrames e câncer. Será que o segredo estará na
dieta vegetal abundante? Com certeza! A longevidade e o envelhecimento dos
japoneses dessa região são atribuídos a dieta rica em vegetais, com pouca
calorias e antioxidantes em abundância.
A composição em minerais básicos como sódio, potássio,
magnésio e cálcio, confere à couve a propriedade de ajudar a reduzir a pressão
alta. Comer vegetais pode reduzir a PA em cerca de 4,0/1,5 mmHg, reduzindo o
risco de derrames e infartos. Em 2000 estima-se que houve 2,6 milhões de mortes
em todo o mundo devidas ao consumo inadequado de frutas e verduras. A couve
consumida associada a uma dieta, como a alcalina, pode ajudar o seu consumidor
a ter propensão 40% menor de desenvolver hipertensão arterial. Estudos envolvendo mais de 250 mil pessoas
concluíram que comer de três a cinco porções de frutas e vegetais por dia reduz
o risco de derrame em 11%. Outras pesquisas também indicam que reduz em 7% o
risco de doenças coronarianas, em relação aos que consomem e não consomem
vegetais (3 a 5 porções/dia).
Mas de todas as indicações da dieta rica em frutas e vegetais
crucíferos a mais comentada é contra o câncer. Sete em cada dez casos de câncer
estão relacionados à dieta (Dra. Sara Brewer), voltando aos estudos do Nobel de
Fisiologia e Medicina de 1930, Otto Van Burgh, que descobriu a causa de vários
cânceres, atribuídos à má alimentação, acidificação do sangue e má oxigenação
das células. Vários estudos, mais de 200, descobriram que comer vegetais ajuda
a proteger contra câncer de estômago, esôfago, pulmão, boca, garganta, útero,
pâncreas e colo.
O maior benefício não esta em comer apenas um tipo de
vegetal, esporadicamente, mas associar com outros que tenham igual ou superior
efeito antioxidante, de maneira permanente na dieta diária, entre eles cebola,
alho, cenoura, verduras e variedades da família das Crucíferas, como a popular
couve. Comer verdura em abundancia é realmente bom para a saúde, a longevidade
e para um estilo de vida mais saudável.
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