O Tribuna Amapaense conversou com a Professora Marialva do Socorro
Ramalho de Almeida, que tomou posse do cargo de Reitora eleita do Instituto
Federal do Amapá (IFAP), em solenidade presidida pelo ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, em Brasília. O IF Amapaense tem 51 cursos
regulares em modalidade presencial e a distância divididos pelos campi Macapá, Santana, Laranjal do Jari e Porto Grande.
A função do instituto, criado em 2008 por lei federal em todos os Estados,
é levar educação profissional ao interior do país e possibilidade de formação
superior para pessoas que antes não poderiam estudar sem deixar suas cidades.
O Brasil conta com 38 institutos federais de educação, ciência e
tecnologia. Várias de suas unidades são fruto da integração com centros
de educação anteriormente existentes.
A ideia é oferecer a possibilidade de uma pessoa entrar como técnico,
fazer o curso superior e eventualmente mestrado e doutorado, caso tenha
interesse.
Acompanhe o bate papo com a primeira reitora eleita do IFAP:
Tribuna Amapaense - A senhora assumiu a reitoria do IFAP, sendo a primeira reitora eleita.
Como a senhora vê essa nova experiência?
Marinalva Ramalho - Como uma oportunidade de mostrar que a Educação
Técnica, Científica e Tecnológica – na esfera Federal – caminha rumo à
consolidação, com base no sólido
trabalho implantado pelo professor Emanuel Alves de Moura, nosso reitor Pró-Tempore, mas com o toque de uma
mulher que luta há mais de 29 anos mostrando que a Educação é o CAMINHO mais
honroso e certo e digno de construir uma sociedade igualitária, onde
DIREITOS e DEVERES, além de se
configurarem como interfaces de uma mesma moeda, atinjam (e contemplem) todos
os cidadãos.
TA – A senhora atua no IFAP desde sua criação, quais foram os cargos que
já ocupou? E sua origem é da Universidade Federal do Amapá, essa experiência
ajudará na administração?
MR - Minha história no IFAP teve início em 2008, participei de todo o
processo de implantação, desde as audiências públicas para a implantação dos
primeiros cursos até o início das atividades letivas das primeiras turmas de
ensino técnico nos campi Macapá e Laranjal do Jari, em 2010.
No IFAP, ocupei o cargo de Pró-Reitora de Extensão de março de 2011 a maio de
2014. Em junho de 2014, a convite do então Reitor Pró-Tempore, professor Emanuel Alves de Moura, assumi a
Direção-Geral do campus Macapá, onde
fiquei até o dia 26 de outubro de 2015.
Minha origem vem da educação básica
(percorrendo Escolas de Ensino Fundamental, Médio, Técnico e Tecnológico, até a
Universidade Federal do Amapá-UNIFAP e outras Instituições de Ensino Superior –
nestas atuando na Graduação e na Pós-Graduação) e, ao longo da minha carreira,
acumulei experiência em todos os níveis de ensino, desde o ensino infantil,
passando pelo ensino fundamental e médio até o ensino superior, são quase 30
anos de dedicação a esse trabalho.
Com certeza minha experiência na educação
em sala de aula, somada à experiência de gestão dentro do IFAP irá contribuir
para o sucesso de nossa administração.
TA -Qual é a atual estrutura oferecida pelo IFAP?
MR - O IFAP conta hoje com quatro Campi
em funcionamento, em Macapá, Laranjal do Jari, Santana e Porto Grande, além
de uma unidade avançada do PRONATEC em Pedra Branca do Ampari. Temos também o Campus Avançado de Oiapoque que está em
processo de implantação.
Os campi em Macapá e Laranjal
do Jari, que iniciaram suas atividades em 2010, já funcionam em prédio próprio,
que dispõe, além das salas de aulas, de biblioteca, laboratórios de diversas
áreas, ginásio e etc. Os campi de
Santana e Porto Grande iniciaram suas atividades em prédios temporários, porém,
terão prédio próprio e todas as estruturas dos demais campi ainda no início de 2016. A unidade de Pedra Branca do Amapari
também funciona em prédio próprio.
TA - Atualmente, com a crise qual é o maior desafio para o instituto
federal?
MR - Visto que a crise econômica pela qual o País está atravessando,
neste momento, gera impacto sobre orçamento público, o desafio é consolidar o processo
de expansão do instituto no Amapá. Mas o desafio vai além, garantir a formação
de profissionais qualificados para o mundo do trabalho, em áreas com potencial
para o desenvolvimento econômico do Amapá. Assim, temos certeza de que o IFAP
vai contribuir para o Estado não só atravessar a crise, mas também buscar o
crescimento econômico dentro das suas principais vocações.
TA - Os Institutos Federais em cidades-pólo acaba fortalecendo a
economia regional?
MR - Sem dúvida, o IFAP trabalha com base nos arranjos produtivos
locais. Os eixos tecnológicos implantados em cada campus busca formar profissionais qualificados para desenvolver as
principais vocações econômicas de cada região. As estruturas físicas, de
laboratórios e bibliotecas, somadas à experiência de professores especialistas,
mestres e doutores que atuam em cada campus,
garante a qualidade dos profissionais que ingressarão no mundo do trabalho e,
consequentemente, fortalece o setor econômico dessas regiões.
TA - No caso de Santana e Porto Grande,
quais os cursos oferecidos nas novas unidades do IFAP?
MP - Em Santana são ofertados os cursos
de Técnico em Marketing, Técnico em Comércio Exterior e Técnico em Logística,
todos na modalidade presencial. Existem diversos cursos ofertados na modalidade
à distância (meio ambiente, serviços públicos, serviços jurídicos, finanças
entre outros).
Em Porto Grande, iniciamos com o curso de
Técnico em Agronegócio, e para 2016, também estamos ofertando Técnico em
agropecuária.
TA - Qual é a média de empregabilidade
dos formados?
MR - O IFAP está em fase de estudos que
visam mapear esta e outras situações, através do Observatório do Mundo do
Trabalho. Ainda em 2016, teremos uma visão consistente de um dos itens que está
sendo mapeado, a saber, a empregabilidade dos nossos egressos.
TA – Seus projetos em curto prazo para os campi do IFAP?
MR - Temos muitos projetos e desafios.
Durante a consulta pública para a escolha do Reitor(a), depois de muita
análise, discussões e debates com a comunidade escolar e acadêmica, propomos
101 compromissos para nossa gestão. Vamos trabalhar para cumprir cada um deles,
mas principalmente continuar elevando a qualidade do ensino ofertado pelo IFAP,
hoje somos a melhor escola pública do Estado e a segunda no geral. Nosso objetivo
é continuar melhorando.
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