segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

ARTIGO DO REI


Os jovens e a crise
 Reinaldo Coelho
A atual geração (16 a 24 anos) está vivenciando sua primeira crise econômica e politica. Aperto financeiro para a maioria deles é o corte das mesadas ou as historias narradas pelos pais ou através de informações escolares.
Esta crise, segundo especialistas, deve também deixar sua marca na história. Chega para essa geração em um momento decisivo, no qual se escolhe um curso superior e ingressa no mercado de trabalho.
Um dos indicadores da economia que mais traduz a ideia de mal-estar, o desemprego atinge primeiro e com intensidade os mais jovens, que enfrentam mercado hostil e uma taxa equivalente ao dobro da média para toda a população.
 No Brasil, praticamente um a cada cinco jovens está desempregado. A redução nos postos de trabalho tem impacto na renda e no sonho de manter a qualificação, ponte para fugir da roda-viva de baixos salários. A proporção de desempregados de quase 20% no grupo de brasileiros de 18 a 24 anos é mais de duas vezes a média de 7,9%.
Dados do IBGE mostram que em 2016, 24,1% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam desempregados, um crescimento de 6,5% em relação ao mesmo período de 2015. Para a população geral, a taxa de desocupação no início do ano foi de 10,9%.

Assim, essa crise financeira não abre novas vagas de estágio, deixa de contratar jovem em aprendizado, e não dá oportunidades para recém-formado. Lidar com isso virou estratégia de sobrevivência para muitos deles e de uma maneira positiva os está forçando a amadurecer no trato das questões financeiras e o cuidado na escolha de uma profissão rentável e de maior empregabilidade.  
Depois de anos de consumo fácil, custo de vida relativamente estável e expansão econômica, o Brasil entrou em um período de inflação acima do limite de tolerância e aumento do desemprego.
O que se vive hoje tem origem, em parte, em gastos públicos de baixa qualidade e acima do que se tinha em caixa. Na prática, quanto mais se gasta dinheiro público, mais pressão é gerada sobre a inflação. Se essas despesas são alocadas em folha de pagamento e em gastos que não geram riqueza para o país, o peso sobre o custo de vida aumenta ainda mais.
Esse fenômeno não é privilégio do Brasil. Em todo o mundo, os profissionais em início de carreira são considerados o segmento mais afetado pelas ondas de desemprego. A crise econômica que abalou o mundo em 2008 fez a taxa de desemprego entre jovens alcançar percentuais entre 40% e 50% em países como Portugal e Espanha.
Influenciados por esse conjunto de fatores negativos, eles acabam escolhendo segmentos da economia com menos dificuldades. Muitos buscam o primeiro emprego no setor do comércio e depois não conseguem mudar de área em função da pouca experiência em outras atividades.
  
Ainda que a crise econômica seja o desencadeador da falta de emprego, há outro ponto que deve ser levado em consideração quando o assunto é mercado de trabalho: a educação. Nesse quesito, o Brasil vive uma contradição. Embora o ensino superior tenha chegado à classe C e mais pessoas se qualifiquem em faculdades, cursos de extensão e técnicos, o mercado de trabalho apresenta condições ruins para absorver essa nova mão de obra especializada porque o sistema educacional não prepara o aluno para a vida profissional. Desde a formação básica, o ensino brasileiro é pautado no desempenho em provas, como vestibular Ainda que a crise econômica seja o desencadeador da falta de emprego, há outro ponto que deve ser levado em consideração quando o assunto é mercado de trabalho: a educação.
Nesse quesito, o Brasil vive uma contradição. Embora o ensino superior tenha chegado à classe C e mais pessoas se qualifiquem em faculdades, cursos de extensão e técnicos, o mercado de trabalho apresenta condições ruins para absorver essa nova mão de obra especializada porque o sistema educacional não prepara o aluno para a vida profissional. Desde a formação básica, o ensino brasileiro é pautado no desempenho em provas, como vestibular.
Temos de reaprender a lidar com o dinheiro e não deixar que o orçamento familiar caísse no mesmo desatino do público. E os jovens têm de aprender agora e ajudar a mudar essa situação. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...