Febre Amarela
& Malária
Municípios amapaenses estão no mapa da recomendação
de vacinação
Mosquito Aedes aegypti |
Reinaldo Coelho
Desde que os casos de febre amarela começaram a
aumentar em Minas Gerais a preocupação com a doença e a procura por vacinas
cresceram em todo o Brasil. Pelo menos oito mortes por febre amarela foram
confirmadas no estado mineiro. A Febre Amarela desde 1942 não está mais urbanizada, mas é um risco
sempre presente a sua reurbanização devido a presença do Aedes aegypti que é responsável
pela sua transmissão na zona urbanae também da dengue, zika virus e chikungunya
.
Em todo o ano de 2016, apenas sete casos de Febre
Amarela foram confirmados em Goiás, São Paulo e Amazonas. Cinco deles levaram à
morte os pacientes, segundo o Ministério da Saúde.
Não foi o caso do Amapá, o coordenador da CVS,
Clóvis Miranda, afirma que O Amapá não tem casos de Febre Amarela, “os casos
que aparecem aqui e são muito vagamente,
são pessoas de outros estados”. Porém alerta que a melhor forma de
prevenção é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, mantendo casas e
quintais limpos sem o acúmulo de água parada. Ele conta que é necessária a
ajuda da população para diminuir os índices das doenças por ele transmitido na
zona urbana das cidades.
Com referencia ao surto que estão acontecendo em
Minas Gerais e no Espirito Santo ele explica que são potencialmente perigosos, justamente devido
as pessoas que circulam pelos lugares infectados, nas áreas de várzeas ou florestas,
nem sempre estão vacinadas e isto é um risco.
”A infecção
acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado
a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito
infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para
o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também
pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela
silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para
infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra”,
detalha o coordenador CVS/AP
Clóvis Miranda reforça ainda que “A única prevenção é a vacina, porque não
tem como você controlar os dois vetores que transmitem a febre amarela nas
florestas que são mosquitos com hábitos estritamente
silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes”,
A vacinação sendo a única maneira de prevenir-se da
infecção, porém de acordo com o infectologista amapaense. “A vacina contra a Febre Amarela é de maior complexidade, tem uma
indicação, tem seus riscos e ela mudou no decorrer do tempo a respeito da idade
de receber a vacina. Antes era aplicada de dez em dez anos, hoje ela dependendo
da região tem um retorno de 10 a 12
meses da primeira dose e uma dose de reforço em 4 anos e não vacina mais. Há
não ser em alguns casos mais específicos”, define.
Na área rural a única prevenção é vacinação
exclusivamente, porque não tem como controlar os vetores da febre amarela. As
regiões de fronteiras. De acordo com o Coordenador da CVS/Ap, é um problema,
por quê? “Temos de cuidar da nossa parte.
E os outros países tem que fazer dentro da politica deles. Eles não obrigam a
vacinação como é caso do Brasil”.
Áreas
recomendadas
Após cumprir o protocolo da vacinação o paciente é considerado imune, mas tem outras
situações. Em algumas regiões continua o prazo de dez em dez anos, em outras é
recomendado a fazer a vacinação continua, são “áreas recomendadas”, é o caso da
Região Amazônica, das áreas de transição e área de situação que é o caso de
Minas Gerais.
Clóvis ressalta que há muito tempo a Febre Amarela
deixou de ser uma doença da Região Amazônica. “É uma doença que está escondida
e por diversos fatores, um deles é o chamado Ecoturismo onde as pessoas de
diversas regiões entram e locais recomendados e ao retornar a origem podem está
infectadas”.
No Estado do Amapá todos os 16 municípios estão com
recomendação da vacina contra a febre amarela. A informação consta no site do
Ministério de Saúde, alertando que a recomendação de vacinação para o restante
do país continua a mesma.
Ou seja, toda pessoa que reside em áreas com
recomendação da vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para
regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, deve se imunizar. Os
estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe,
Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a
vacina.
Em entrevista ao Blog da Saúde, a coordenadora do
Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues,
esclareceu que não há mudança no esquema vacinal da febre amarela. A estratégia
de duas doses, adotada no Brasil, é segura e garante proteção durante toda a
vida. A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a
essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento.
Para turistas que forem se dirigir a uma área com
recomendação de vacina – tanto estrangeiros quanto brasileiros – e que não
completaram o esquema de duas doses, a recomendação é que seja vacinado pelo
menos dez dias antes da viagem, que é o tempo que a vacina leva para criar
anticorpos e a pessoa estar devidamente protegida. Quem tomou a primeira dose
há menos de dez anos não precisa adiantar o reforço.
O Ministério da Saúde confirma que distribuiu, no
mês de janeiro, 650 mil doses da vacina de febre amarela para todo o país, como
parte da rotina de abastecimento do Calendário Nacional de Vacinação.
Em 2016, assegura o ministério, o total distribuído
foi de mais de 16 milhões de doses de vacina. A vacina é altamente eficaz e
segura para o uso, a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes
a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da
doença.
População
assustada
No município
de Macapá a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) tem registrado nas últimas
semanas um aumento significativo na procura pela vacina contra a febre amarela
nas Unidades Básicas de Saúde da capital. Isso devido aos últimos noticiários
sobre o registro da doença em cidades da região sul do país. Em Macapá, em
2016, nenhum caso da doença foi registrado, estando a capital fora da área de
risco de surto da doença.
Segundo a coordenadora de Imunização de Macapá,
Jorsette Cantuária, a vacinação contra a febre amarela em todo o Brasil segue o
protocolo de imunização da Organização Nacional de Saúde, que estabelece regras
e um público específico.
“A população não precisa correr para as UBS’s, como
está acontecendo. Não temos casos da doença no município. A vacina tem duração
de 10 anos, e existe um público específico para ser vacinado. As pessoas
precisam se atentar aos critérios e só então procurar a unidade se realmente
for necessário”.
A imunização deve ser feita em crianças de 9 meses
de vida até 4 anos 11 meses e 29 dias; pessoas a partir de 5 anos de idade, que
nunca foram vacinadas ou que receberam a primeira dose até 4 anos 11 meses e 29
dias; idosos a partir de 60 anos; pessoas que residem ou que irão viajar
(apresentar comprovante de viagem) para as regiões identificadas com casos da
doença e aquelas pessoas que já ultrapassaram o prazo de dez anos da última
dose (comprovada por meio do cartão de vacina).
Em Macapá, todas as UBS’s disponibilizam a vacina,
de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Para ter acesso, pais ou responsáveis
deverão apresentar no ato da vacinação um documento de identificação do
responsável, o cartão da criança, e, em caso de adolescente, o cartão de
vacinação do mesmo.
Malária no Amapá
A intenção da CVS é formar uma estratégia para combater ao avanço da malária na região |
De acordo com dados disponibilizados pela Coordenadoria de Vigilância em
Saúde (CVS), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), houve uma
redução de 7% nos casos de malária no Amapá entre os anos de 2015 e 2016. Os
números mostram que de janeiro a dezembro de 2015 foram confirmados 13.068
casos em todo o Estado, já em 2016 foram 11.520.
Mesmo com a diminuição, a CVS continua monitorando e avaliando as ações
executadas pelos municípios, principalmente aqueles que são considerados como
área de risco, entre eles Mazagão, Santana, Macapá, Pedra Branca, Serra do
Navio, Tartarugalzinho, Porto Grande e Calçoene (garimpo do Lourenço).
Segundo o chefe de Vigilância Ambiental da CVS, Emanuel Bentes, a maior
parte dos casos se concentra em Mazagão. “No ano passado, em Mazagão, foram
2.311 diagnósticos positivos de malária, concentrando o maior número de casos
do Estado. O município sempre liderou as estatísticas de malária devido a
geografia”, explicou.
De acordo com exames analisados, existem no Amapá quatro tipos de
protozoário que causam a malária: o plasmodium falciparum, que agride mais o
organismo; o vivax, forma mais branda e de maior predominancia no Estado; a
mista (vivaxe falciparum) e o plasmodium malariae.
Os dados mostram que no geral houve queda nos casos de malária. Porém, a
do tipo falciparum teve um aumento significativo de 645 em 2015 para 1.195 no
ano passado. “Os números do tipo falciparum nos causou espanto, mas a doença
pode não ter sido contraida no Amapá e sim importada de outro estado. Em
Almerim, município do Pará que faz fronteiro com o Amapá, tem uma área de
garimpo recém-criada. Os casos podem ter sido importados de lá”, acredita
Emanuel.
As áreas de garimpo, pela precariedade e condições ambientais, têm
tendência de concentrar casos de malária. Em Calçoene, dos 1.346 e casos da
doença, 95% são do garimpo do Lourenço.
Fique atento aos sintomas
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e
depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares,
taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por
falciparum, os sintomas correntes é a rigidez na nuca, perturbações sensoriais,
desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça.
Prevenção
É de responsabilidade dos municípios a borrifação intradomiciliar, que
ajuda na redução da doença com a eliminação dos mosquitos do gênero anofeles. A
utilização de mosquiteiros e repelentes também auxiliam no combate.
Tratamento
O tratamento da malária envolve medidas de suporte assim como
medicamentos disponibilizados nas Unidades Básicas de Saúde. Com tratamento
apropriado a pessoa pode esperar recuperação total da doença.
Sintomas da Febre Amarela
Os sinais e sintomas mais comuns da doença são:
febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos
que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer
icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências hepática e renal,
manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações
do Ministério da Saúde, Carla Domingues, esclarece que não há mudança no
esquema vacinal da febre amarela. A estratégia de duas doses, adotada no
Brasil, é segura e garante proteção durante toda a vida. A população que não
vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa
buscar a vacinação neste momento. Segundo ela, a vacina tem eficácia de 95%.
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