segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

FEBRE AMARELA

    
Febre Amarela & Malária
Municípios amapaenses estão no mapa da recomendação de vacinação

Mosquito Aedes aegypti




Reinaldo Coelho



Desde que os casos de febre amarela começaram a aumentar em Minas Gerais a preocupação com a doença e a procura por vacinas cresceram em todo o Brasil. Pelo menos oito mortes por febre amarela foram confirmadas no estado mineiro. A Febre Amarela desde 1942 não está mais urbanizada, mas é um risco sempre presente a sua reurbanização devido a  presença do Aedes aegypti que é responsável pela sua transmissão na zona urbanae também da dengue, zika virus e chikungunya .

Em todo o ano de 2016, apenas sete casos de Febre Amarela foram confirmados em Goiás, São Paulo e Amazonas. Cinco deles levaram à morte os pacientes, segundo o Ministério da Saúde.
 
Coordenador Estadual de Vigilância da Saúde, Clóvis Miranda
Não foi o caso do Amapá, o coordenador da CVS, Clóvis Miranda, afirma que O Amapá não tem casos de Febre Amarela, “os casos  que aparecem aqui e são muito vagamente,  são pessoas de outros estados”. Porém alerta que a melhor forma de prevenção é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, mantendo casas e quintais limpos sem o acúmulo de água parada. Ele conta que é necessária a ajuda da população para diminuir os índices das doenças por ele transmitido na zona urbana das cidades.


Com referencia ao surto que estão acontecendo em Minas Gerais e no Espirito Santo ele explica que  são potencialmente perigosos, justamente devido as pessoas que circulam pelos lugares infectados, nas áreas de várzeas ou florestas, nem sempre estão vacinadas e isto é um risco.  

”A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra”, detalha o coordenador CVS/AP

Clóvis Miranda reforça ainda que “A única prevenção é a vacina, porque não tem como você controlar os dois vetores que transmitem a febre amarela nas florestas que   são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes”,

A vacinação sendo a única maneira de prevenir-se da infecção, porém de acordo com o infectologista amapaense. “A vacina contra a Febre Amarela é de maior complexidade, tem uma indicação, tem seus riscos e ela mudou no decorrer do tempo a respeito da idade de receber a vacina. Antes era aplicada de dez em dez anos, hoje ela dependendo da  região tem um retorno de 10 a 12 meses da primeira dose e uma dose de reforço em 4 anos e não vacina mais. Há não ser em alguns casos mais específicos”, define.

Na área rural a única prevenção é vacinação exclusivamente, porque não tem como controlar os vetores da febre amarela. As regiões de fronteiras. De acordo com o Coordenador da CVS/Ap, é um problema, por quê? “Temos de cuidar da nossa parte. E os outros países tem que fazer dentro da politica deles. Eles não obrigam a vacinação como é caso do Brasil”.

Áreas recomendadas

Após cumprir o protocolo da vacinação  o paciente é considerado imune, mas tem outras situações. Em algumas regiões continua o prazo de dez em dez anos, em outras é recomendado a fazer a vacinação continua, são “áreas recomendadas”, é o caso da Região Amazônica, das áreas de transição e área de situação que é o caso de Minas Gerais.

Clóvis ressalta que há muito tempo a Febre Amarela deixou de ser uma doença da Região Amazônica. “É uma doença que está escondida e por diversos fatores, um deles é o chamado Ecoturismo onde as pessoas de diversas regiões entram e locais recomendados e ao retornar a origem podem está infectadas”.


No Estado do Amapá todos os 16 municípios estão com recomendação da vacina contra a febre amarela. A informação consta no site do Ministério de Saúde, alertando que a recomendação de vacinação para o restante do país continua a mesma.

Ou seja, toda pessoa que reside em áreas com recomendação da vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, deve se imunizar. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.

Em entrevista ao Blog da Saúde, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, esclareceu que não há mudança no esquema vacinal da febre amarela. A estratégia de duas doses, adotada no Brasil, é segura e garante proteção durante toda a vida. A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento.

Para turistas que forem se dirigir a uma área com recomendação de vacina – tanto estrangeiros quanto brasileiros – e que não completaram o esquema de duas doses, a recomendação é que seja vacinado pelo menos dez dias antes da viagem, que é o tempo que a vacina leva para criar anticorpos e a pessoa estar devidamente protegida. Quem tomou a primeira dose há menos de dez anos não precisa adiantar o reforço.

O Ministério da Saúde confirma que distribuiu, no mês de janeiro, 650 mil doses da vacina de febre amarela para todo o país, como parte da rotina de abastecimento do Calendário Nacional de Vacinação.

Em 2016, assegura o ministério, o total distribuído foi de mais de 16 milhões de doses de vacina. A vacina é altamente eficaz e segura para o uso, a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.


População assustada

 No município de Macapá a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) tem registrado nas últimas semanas um aumento significativo na procura pela vacina contra a febre amarela nas Unidades Básicas de Saúde da capital. Isso devido aos últimos noticiários sobre o registro da doença em cidades da região sul do país. Em Macapá, em 2016, nenhum caso da doença foi registrado, estando a capital fora da área de risco de surto da doença.

Segundo a coordenadora de Imunização de Macapá, Jorsette Cantuária, a vacinação contra a febre amarela em todo o Brasil segue o protocolo de imunização da Organização Nacional de Saúde, que estabelece regras e um público específico.

“A população não precisa correr para as UBS’s, como está acontecendo. Não temos casos da doença no município. A vacina tem duração de 10 anos, e existe um público específico para ser vacinado. As pessoas precisam se atentar aos critérios e só então procurar a unidade se realmente for necessário”.

A imunização deve ser feita em crianças de 9 meses de vida até 4 anos 11 meses e 29 dias; pessoas a partir de 5 anos de idade, que nunca foram vacinadas ou que receberam a primeira dose até 4 anos 11 meses e 29 dias; idosos a partir de 60 anos; pessoas que residem ou que irão viajar (apresentar comprovante de viagem) para as regiões identificadas com casos da doença e aquelas pessoas que já ultrapassaram o prazo de dez anos da última dose (comprovada por meio do cartão de vacina).

Em Macapá, todas as UBS’s disponibilizam a vacina, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Para ter acesso, pais ou responsáveis deverão apresentar no ato da vacinação um documento de identificação do responsável, o cartão da criança, e, em caso de adolescente, o cartão de vacinação do mesmo.





Malária no Amapá

A intenção da CVS é formar uma estratégia para combater ao avanço da malária na região


De acordo com dados disponibilizados pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), houve uma redução de 7% nos casos de malária no Amapá entre os anos de 2015 e 2016. Os números mostram que de janeiro a dezembro de 2015 foram confirmados 13.068 casos em todo o Estado, já em 2016 foram 11.520.
Mesmo com a diminuição, a CVS continua monitorando e avaliando as ações executadas pelos municípios, principalmente aqueles que são considerados como área de risco, entre eles Mazagão, Santana, Macapá, Pedra Branca, Serra do Navio, Tartarugalzinho, Porto Grande e Calçoene (garimpo do Lourenço).
Segundo o chefe de Vigilância Ambiental da CVS, Emanuel Bentes, a maior parte dos casos se concentra em Mazagão. “No ano passado, em Mazagão, foram 2.311 diagnósticos positivos de malária, concentrando o maior número de casos do Estado. O município sempre liderou as estatísticas de malária devido a geografia”, explicou.
De acordo com exames analisados, existem no Amapá quatro tipos de protozoário que causam a malária: o plasmodium falciparum, que agride mais o organismo; o vivax, forma mais branda e de maior predominancia no Estado; a mista (vivaxe falciparum) e o plasmodium malariae.
Os dados mostram que no geral houve queda nos casos de malária. Porém, a do tipo falciparum teve um aumento significativo de 645 em 2015 para 1.195 no ano passado. “Os números do tipo falciparum nos causou espanto, mas a doença pode não ter sido contraida no Amapá e sim importada de outro estado. Em Almerim, município do Pará que faz fronteiro com o Amapá, tem uma área de garimpo recém-criada. Os casos podem ter sido importados de lá”, acredita Emanuel.
As áreas de garimpo, pela precariedade e condições ambientais, têm tendência de concentrar casos de malária. Em Calçoene, dos 1.346 e casos da doença, 95% são do garimpo do Lourenço.
Fique atento aos sintomas
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por falciparum, os sintomas correntes é a rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça.
Prevenção
É de responsabilidade dos municípios a borrifação intradomiciliar, que ajuda na redução da doença com a eliminação dos mosquitos do gênero anofeles. A utilização de mosquiteiros e repelentes também auxiliam no combate.
Tratamento
O tratamento da malária envolve medidas de suporte assim como medicamentos disponibilizados nas Unidades Básicas de Saúde. Com tratamento apropriado a pessoa pode esperar recuperação total da doença.


Sintomas da Febre Amarela


Os sinais e sintomas mais comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiências hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, esclarece que não há mudança no esquema vacinal da febre amarela. A estratégia de duas doses, adotada no Brasil, é segura e garante proteção durante toda a vida. A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento. Segundo ela, a vacina tem eficácia de 95%.







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