terça-feira, 28 de fevereiro de 2017



‘A Banda’
É democrática, é do povo.





Reinaldo Coelho


Há 52 anos saia o “Bloco do Amapá Clube” para dar um balão na cidade era a terça-feira gorda de 1965 e em 1967 foi proibida de passar em frente ao palanque oficial na Avenida FAB e seus componentes decidiram ir para frente da sede do Amapá Clube na Presidente Vargas. De acordo com o historiador Nilson Montoril  “O nome do maior bloco de sujos do setentrião brasileiro não foi dado por seus idealizadores e sim por integrantes do governo militar  do Território Federal do Amapá, que a rotularam de “A Banda”, por usarem a  marchinha “A Banda”, porque havia uma orquestra postada sobre um caminhão executando a marcha famosa marcha composta por Chico Buarque.

Até hoje ‘A Banda’ tem alegria, música, homem vestido de mulher, mulher vestida de homem, super-herói, animal, criança, idoso e turista. A cada ano mostrando mais diversidade, o bloco de rua "A Banda", o maior do Amapá, reúne milhares de brincantes pelas ruas de Macapá no fim da tarde e início da noite das terças-feiras de Carnaval.

Um destaque do maior bloco de sujos do Norte do Brasil são os bonecos  que vão sair todos juntos em 2017. A partida será da sede social da associação responsável pelo bloco ‘A Banda’, localizada na Avenida Ernestino Borges, no Centro.

O desfile sai tradicionalmente na terça-feira “gorda” de carnaval que, este ano, será no dia 28 de fevereiro. Cerca de 160 mil pessoas são esperadas.


Os bonecões são a marca do bloco e cada um sai da casa onde é montado. Os adereços são homenagens a pessoas que ajudaram com a história no bloco: Arizinho, Cutião, Chicona, Iracema e Wanderlei.

Segundo o presidente da Associação de Brincantes e Simpatizantes do Bloco de Sujos A Banda, José Figueiredo Souza, conhecido como Savino, a saída dos bonecos da sede do bloco não será definitiva.

“É só este ano que nós iremos sair todos do centro, porque a tradição nossa, que jamais iremos quebrar, é que cada boneco sai da sua comunidade. Todavia, como havia a possibilidade de inauguração em junho, no ano passado decidimos no projeto que sairemos todos daqui para a Praça Veiga Cabral”, explicou Savino.

O prédio, localizado na Avenida Ernestino Borges, entre as ruas General Rondon e Tiradentes, no Centro de Macapá, está em construção desde 2014. A previsão de entrega da obra é para 2017, segundo Savino. No local serão ofertados cursos profissionalizantes para a comunidade.

Cerca de 160 mil pessoas são esperadas na 52ª edição do tradicional bloco. Os bonecões vão sair da sede e seguir para a Praça Veiga Cabral, no Centro, de onde inicia o trajeto oficial d’A Banda, às 14h: Rua Cândido Mendes, Avenida Henrique Galúcio, Rua Tiradentes, Avenida Feliciano Coelho, Rua Leopoldo Machado, Avenida Ernestino Borges, com chegada à Rua São José, na Praça Barão do Rio Branco.

Historia
A Banda
Marcada pela alegria, criatividade e irreverência dos foliões, A Banda é uma festa democrática existente há 52 anos no carnaval amapaense, segundo o fundador Savino.
"Participam desde pessoas ricas até as pobres. A população em geral espera por esse dia de alegria na época do carnaval", reforçou.

O nome do maior bloco de sujos do setentrião brasileiro não foi dado por seus idealizadores e sim por integrantes do governo do Território Federal do Amapá. Aliás, quando o bloco saiu pela primeira vez, na tarde do dia 2 de março de 1965, o fez sem qualquer rótulo. Naquela ocasião, Macapá iria viver o primeiro carnaval após o golpe militar deflagrado no dia 31 de março de 1964. Fazia uma bela tarde de sol e quase não se via pessoas nas ruas.
Há vários anos era hábito funcionar um jogo de cartas na sede do Amapá Clube, principalmente aos domingos. Os jogadores eram quase sempre os mesmos, todos ligados ao alvinegro da Avenida Presidente Vargas. Naquele dia 2 de março de 1965, mesmo sabendo que seriam vigiados, os partícipes do carteado decidiram ir às ruas e dar um balão na cidade, ou seja, fazer o percurso que o bloco “A Banda” repete anualmente. O grupo improvisou fantasias e saiu. Nada de anormal aconteceu. Em 1966, a terça-feira gorda caiu dia 22 de março e mais uma vez o “Bloco do Amapá Clube” fez o balão, agora contando com a adesão de outros foliões.
Com a vitória de Janary Nunes, que usava a música de Chico Buarque em seus comícios, foi projetado um retumbante arrastão popular, que seria feito no carnaval de 1967. Todas as pessoas que eram vistas com reservas pela ditadura militar, principalmente as que sofreram humilhações e injustiças aderiram o carnaval da vitória, cuja terça-feira gorda caiu no dia 7 de março de 1967.

Ao tomar conhecimento de que o pessoal do deputado Janary Gentil Nunes rumava no sentido da Avenida FAB, com intensão de passar na frente do “Palanque Oficial”, as autoridades territoriais determinaram que um forte contingente da Guarda Territorial fosse colocado na Avenida FAB logo após o cruzamento com a Rua Eliezer Levy, para impedir a passagem do arrastão do povo. A ordem transmitida aos policiais tinha o caráter expresso de não deixa “A Banda” passar.
Ela não passou mais o nome ficou e este ano estará passando em sua 52ª Edição.

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