Surpresa! Você está na lista de Fachin...
O procurador geral da República, Rodrigo
Janot e o Ministro Relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, acabaram com o feriado
prolongado da Semana Santa dos políticos brasileiros. Para muitos começou a Via
Dolorosa (caminho das Dores) que não terminou no Domingo de Páscoa, a
via-crúcis será longa. Ela somente começou na quarta-feira (12) com a divulgação
da lista de Fachin, onde estão nada mais, nada menos que 108 denunciados. Foram
oito ministros do governo Temer, 24 senadores e 39 deputados federais, entre
eles os presidentes das duas Casas. Também serão investigados no Supremo um
ministro do Tribunal de Contas da União, três governadores e 23 outros
políticos e autoridades inclusive seis prefeitos de capitais que, apesar de não
terem foro no tribunal, estão relacionadas aos fatos narrados pelos
colaboradores. É certamente o núcleo político do esquemão de corrupção do
Petrolão.
Uma lista de nomes é boa quando agrada todo
mundo ou desagrada todo mundo. Só resta saber: quem está surpreso com isso e
por qual motivo, o caldo entornou.
A maior virtude da última lista é tirar o
caráter cínico, hipócrita do “combate” à corrupção que a esquerda sempre
utiliza, arguindo de perseguição aos partidos ditos da esquerda mais que adoram
“Caviar”, andar de Rilux, e de primeira classe, assim como a direita que
sonhava com um Mensalão 2, com todos os holofotes e todas as acusações
centradas no PT, tinha um imenso telhado de vidro. E de acordo com o patriarca
Emilio Odebrecht, há 30 anos a modalidade de corrupção vem sendo praticado, ou
seja, o PSDB e o DEM estavam lá junto com o PMDB.
Uma vez que o PT tinha as chaves do cofre,
era evidente que gerenciaria o esquemão de corrupção. Nenhum outro partido
poderia chegar a tal grau de coordenação por não ter as mesmas condições que o
PT para fazê-lo. PMDB e PP só poderiam mesmo ser coadjuvantes no esquema.
Mas o chocolate do Ovo de Páscoa desandou com
o surgimento do nome de um ex-psolista e atual da cúpula nacional e do
Diretório Estadual da REDE no Amapá, Clécio Luís, prefeito de Macapá, que foi
denunciado pela PGR por ter recebido R$ 450.000,00 da Construtora Odebrecht, a
mãe de todas as propinas.
No vídeo, virilizado nas redes sociais, o
depoimento do ex-diretor da construtora, Alexandre José Lopes Barradas, que
disse que a campanha do político amapaense recebeu R$ 450 mil de forma ilícita
em 2012, quando concorreu à prefeitura de Macapá pelo PSol.
Em nota, o prefeito de Macapá disse que nunca
teve contato com representantes da Odebrecht "antes, durante ou
depois" de ter sido eleito prefeito. Ele completa dizendo que não existe
obra ou contrato com a empresa na capital.
No caso de Clécio, as suspeitas serão ainda
apuradas. Por ordem de Fachin, os episódios que envolvem o prefeito foram
enviados para a Procuradoria Regional da República da 1ª Região, foro
competente para julgá-lo. Caberá ao órgão analisar o pedido e autorizar, ou
não, o início das diligências.
Mas mesmo tendo direito a presunção de
inocência, a pergunta que não quer calar: Porque um alto executivo de uma
empresa multinacional iria olhar para Macapá e investir em político novato no
próprio Estado e desconhecido nacionalmente.
Fontes ligadas ao prefeito afirmam que a
delação tem informações falsas, com o objetivo de atingir o maior aliado de
Clécio, o senador Randolfe Rodrigues (REDE), que não é alvo de nenhum
inquérito.
Porém, no vídeo, o delator diz que foi
convidado por um advogado – a ir no gabinete do senador Randolfe Rodrigues
(REDE) – que pediu ajuda para o afilhado político. Mistério!!!
Mas o que importa agora é que o inevitável
enfraquecimento dos maiores partidos políticos brasileiro pode desbloquear o
caminho para uma reforma política decente que inclua a origem maior da
corrupção – o financiamento privado das campanhas, um expediente pelo qual a
plutocracia toma de assalto a democracia – ‘para o bem do Brasil, do Amapá e de
Macapá’.
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