sábado, 22 de abril de 2017

Artigo do Rei







 Surpresa! Você está na lista de Fachin...

O procurador geral da República, Rodrigo Janot e o Ministro Relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, acabaram com o feriado prolongado da Semana Santa dos políticos brasileiros. Para muitos começou a Via Dolorosa (caminho das Dores) que não terminou no Domingo de Páscoa, a via-crúcis será longa. Ela somente começou na quarta-feira (12) com a divulgação da lista de Fachin, onde estão nada mais, nada menos que 108 denunciados. Foram oito ministros do governo Temer, 24 senadores e 39 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas. Também serão investigados no Supremo um ministro do Tribunal de Contas da União, três governadores e 23 outros políticos e autoridades inclusive seis prefeitos de capitais que, apesar de não terem foro no tribunal, estão relacionadas aos fatos narrados pelos colaboradores. É certamente o núcleo político do esquemão de corrupção do Petrolão.
Uma lista de nomes é boa quando agrada todo mundo ou desagrada todo mundo. Só resta saber: quem está surpreso com isso e por qual motivo, o caldo entornou.
A maior virtude da última lista é tirar o caráter cínico, hipócrita do “combate” à corrupção que a esquerda sempre utiliza, arguindo de perseguição aos partidos ditos da esquerda mais que adoram “Caviar”, andar de Rilux, e de primeira classe, assim como a direita que sonhava com um Mensalão 2, com todos os holofotes e todas as acusações centradas no PT, tinha um imenso telhado de vidro. E de acordo com o patriarca Emilio Odebrecht, há 30 anos a modalidade de corrupção vem sendo praticado, ou seja, o PSDB e o DEM estavam lá junto com o PMDB.
Uma vez que o PT tinha as chaves do cofre, era evidente que gerenciaria o esquemão de corrupção. Nenhum outro partido poderia chegar a tal grau de coordenação por não ter as mesmas condições que o PT para fazê-lo. PMDB e PP só poderiam mesmo ser coadjuvantes no esquema.
Mas o chocolate do Ovo de Páscoa desandou com o surgimento do nome de um ex-psolista e atual da cúpula nacional e do Diretório Estadual da REDE no Amapá, Clécio Luís, prefeito de Macapá, que foi denunciado pela PGR por ter recebido R$ 450.000,00 da Construtora Odebrecht, a mãe de todas as propinas.
No vídeo, virilizado nas redes sociais, o depoimento do ex-diretor da construtora, Alexandre José Lopes Barradas, que disse que a campanha do político amapaense recebeu R$ 450 mil de forma ilícita em 2012, quando concorreu à prefeitura de Macapá pelo PSol.
Em nota, o prefeito de Macapá disse que nunca teve contato com representantes da Odebrecht "antes, durante ou depois" de ter sido eleito prefeito. Ele completa dizendo que não existe obra ou contrato com a empresa na capital.
No caso de Clécio, as suspeitas serão ainda apuradas. Por ordem de Fachin, os episódios que envolvem o prefeito foram enviados para a Procuradoria Regional da República da 1ª Região, foro competente para julgá-lo. Caberá ao órgão analisar o pedido e autorizar, ou não, o início das diligências.
Mas mesmo tendo direito a presunção de inocência, a pergunta que não quer calar: Porque um alto executivo de uma empresa multinacional iria olhar para Macapá e investir em político novato no próprio Estado e desconhecido nacionalmente.
Fontes ligadas ao prefeito afirmam que a delação tem informações falsas, com o objetivo de atingir o maior aliado de Clécio, o senador Randolfe Rodrigues (REDE), que não é alvo de nenhum inquérito.
Porém, no vídeo, o delator diz que foi convidado por um advogado – a ir no gabinete do senador Randolfe Rodrigues (REDE) – que pediu ajuda para o afilhado político. Mistério!!!

Mas o que importa agora é que o inevitável enfraquecimento dos maiores partidos políticos brasileiro pode desbloquear o caminho para uma reforma política decente que inclua a origem maior da corrupção – o financiamento privado das campanhas, um expediente pelo qual a plutocracia toma de assalto a democracia – ‘para o bem do Brasil, do Amapá e de Macapá’.

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