Caso sério!
Confesso que a gente se surpreende todos os
dias com os absurdos que acontecem e que nos chegam, de várias formas, pelas
redes sociais, telefone, tv, rádio e jornais. Agora é a essa tal de "Blue
Whale” – ou Baleia Azul – uma espécie de desafio, perigoso, sobre tudo para os
incautos adolescentes, que culmina com mutilação e suicídio. Grupos fechados
nas redes sociais, onde só pode entrar quem tem a permissão de um curador
(administrador do grupo).
Mas que onda é essa? Desafios, músicas
psicológicas de suicídio, vídeos de suicídios, filmes de terror...
Mas que loucura é essa? Onde elencam até
sugestões de como se suicidar – pular de um prédio, se enforcar, pular na
frente de um trem – isso é muito doido...
Parece bobagem, que ninguém vai entrar num
jogo onde se deve morrer. Do seu ponto de vista sim, você pode até estar certo.
Mas no ponto de vista de um jovem com problemas não, talvez esta seja a forma
de “apertar eject” com certa honra ou uma das únicas maneiras de sentir uma
alta estima e se despedir de violência doméstica, bullying, rejeição, abuso
sexual, etc.
O Desafio Baleia Azul nasceu na Europa e já
gerou mais de 150 suicídios diretos. O Brasil é o oitavo país em taxa de
suicídio do mundo. Sabemos muito pouco sobre isso, e costumamos lidar com este
grave problema de saúde mental de forma preconceituosa e sem grande
importância.
O quadro é simples – temos neste momento
milhares de jovens que por falta de expectativa em suas vidas, se tivessem uma
tecla de “morrer”, apertariam sem pestanejar. E fazer um chamamento para um
“desafio” parece ser um trunfo de quem está por detrás deste jogo macabro. Logo
de cara ao entrar no “desafio baleia azul” o jovem cede endereço, documentos,
filiação e os responsáveis, caso as tarefas não sejam cumpridas, ameaçam matar
familiares, e compartilhar coisas íntimas. Mesmo que eles não possam fazer
isso, a chantagem surte efeito numa mente perturbada.
Você deve estar pensando que basta rastrear o
nome “baleia azul” e seu filho está protegido. Não. No Brasil os casos que a
polícia já está investigando eram sites e comunidades de “empoderamento para
gordinhos” e “vença o bullying”. A inspiração do jogo é uma crença popular
segundo a qual a baleia azul seria capaz de se suicidar indo voluntariamente
encalhar na praia. O “desafio” consiste em incitar os participantes, geralmente
em grupos secretos no Facebook, a completar 50 desafios, que conduzem lentamente
à morte.
Além do jogo macabro, o suicídio está sendo
abordado em uma série que virou “febre” no Netflix, o 13 Reasons Why, que é a
história de um estudante que encontra em casa uma caixa contendo sete fitas
cassete, gravadas por uma colega que tinha se matado. Nas fitas, ela explica a
treze pessoas como eles desempenharam um papel na sua morte. Nunca tivemos uma
juventude tão frágil, uma estrutura familiar tão incompetente e uma mídia tão
irresponsável. Nunca se consumiu tanto drogas para dormir e levantar.
Suicídio é coisa séria!
Existem pessoas propensas ao suicídio e
outras não. E não é você que vai conseguir definir isso julgando o outro.
Existem fatores genéticos, comportamentais, químicos e do meio que podem
influenciar e dar o start neste desejo. Doenças como depressão e outros
transtornos de humor; transtornos de personalidade como borderline (quando a
pessoa tem momentos de estabilidade emocional), pedofilia; uso de drogas como
maconha, cocaína, chás alucinógenos podem despertar o demônio suicida que
estava dormindo – e até a moda dos hormônios (testosterona, hgh, etc.) para
malhar e ficar sarado podem ativar estes processos mentais em estado latente.
Pais devem ficar alerta. Devem conversar com
seus filhos sobre o suicídio – isso não vai os fazer despertarem para isso, do
contrário – vai gerar comunicação, informação, carinho, preocupação e respeito.
Já existe outra página em resposta a jogo
Baleia Azul, que lança desafios de valorização da vida.
A verdade é que precisamos ficar atentos!
Como forma de esclarecimento sobre o tema
suicídio, conversamos com o Dr. Felipe Menezes, da Federação Espírita do Amapá,
e ele nos respondeu a alguns questionamentos.
O que é suicídio?
– Para Doutrina Espírita, suicídio
é o aniquilamento do corpo apenas. Mata-se o corpo, mas não a alma que é a
nossa individualidade, o ser essencial, o que somos de verdade, ou seja, o
eu verdadeiro.
O que leva a pessoa a se servir desse subterfúgio
em detrimento a vida?
– Geralmente é a ideia materialista de que somos o
corpo e que seu fim decretaria a morte de nossos problemas. Na maioria dos
casos a pessoa desesperada que matar o problema, a dor que sente e não o corpo
que é apenas um instrumento que a alma se serve para viver no mundo material. Porém,
como somos imortais o espírito leva para o além todas as dores que sentia
acrescida do trauma que impôs ao corpo, ou seja, continua sofrendo as dores que
provocou com a morte dolorosa.
O que pode ser feito
para diminuir os índices?
– Propagando a
ideia da imortalidade, dos objetivos da vida, da Lei Divina e da realidade do
mundo espiritual.
Como o espiritismo
se posiciona frente ao assunto?
– O espiritismo
privilegia a vida, entendendo que ela é oportunidade de crescimento espiritual
e que os dissabores naturais do viver são oportunidade de fortalecimento
espiritual se bem compreendido.
O que a Federação
Espírita do Amapá faz quanto a esse problema, já que somos os campeões
nacionais em suicídio e aborto na juventude?
– A Federação
criou o projeto SEMEAMAR, que leva cine debate às escolas de ensino médio
esclarecendo os jovens quanto as consequências espirituais desses dois flagelos
que assolam as famílias amapaenses.
O caso é muito
sério!
Nenhum comentário:
Postar um comentário