sexta-feira, 28 de abril de 2017

Pioneirismo

Dona Ambrósio em
sua missão de evangelizar


“Ninguém nunca esqueceu o que Dona Ambrósia plantou com os ensinamentos pregados por Jesus Cristo, doou-se a todos, sem abandonar o seu lar, amou a todos com o mesmo amor dados aos seus filhos. Até hoje sua imagem está em nossa memória e esquenta nossos corações”. Uma homenagem no mês do Centenário do aparecimento de Nossa Senhora, em Fátima (Portugal)

Maria Ambrósia Costa do Nascimento – Dona Ambrósia (In memoriam) *07/11/1945 + 30/08/2005.

Reinaldo Coelho


Oiapoque, fronteira de acontecimentos épicos registradas na memória histórica nacional, marcadas por fatos cercados de mistérios, alguns já perdidos no tempo, outros relatados por pesquisadores, historiadores e escritores, de pessoas que aqui fixaram sua morada, como também de descendentes que cresceram ouvindo essas histórias da criação de nossa rica fronteira mestiça. Oiapoque das tribos indígenas, povoado por portugueses, espanhóis e de diversas tentativas de posso pelos franceses e que até hoje mantém uma relação de amor e ódio entre seus habitantes (Oiapoque e Guiana Francesa).

Esta semana estaremos contando a história de uma Oiapoquense que desde menina dedicou-se a ensinar o ABC até a evangelização. E aproveitando o centenário de Nossa Senhora em Fátima (Portugal) pela sua dedicação a Paroquia Nossa Senhora de Fátima.
Dona Ambrósia Nascimento

Nascida em 07 de novembro de 1945, dois anos e três meses após a criação do Território Federal do Amapá (13 de setembro de 1943) nasceu da união de João Batista da Costa e Marcelina do Nascimento Costa. Ela é Maria Ambrósia Costa do Nascimento, uma jovem que tinha na formação e na religiosidade a moldagem de seu caráter.
Mesmo nascida em uma pequena vila fronteiriça, esquecida pelos governantes e isolados do mundo civilizado encontrou nos estudos o seu esteio de vida. Oiapoque que na década de 1940 tinha predominância de habitantes indígenas e tornou-se uma colônia militar onde eram alocados presos políticos (Cleveland) e essa região é reconhecida como a “Guiana brasileira”, estando pautada culturalmente em origens distintas, como a créole e caribenha, a cabocla, a indígena e a amazônica.

Essa mistura mundial deu origem aos habitantes de Oiapoque entre eles nossa pioneira Dona Ambrósia que bem jovem tornou-se professora leiga na região indígena Curipi-Oiapoque. De acordo com sua filha primogênita, Anilce Costa do Nascimento, essa aldeia dos karipunas localiza-se a 10 hs de motor de popa da cidade de Oiapoque. “A maior parte da população indígena que atualmente se define como Karipuna encontra-se nas margens do rio Curipi, principalmente no seu baixo e médio curso, na Área Indígena do Uaçá”.

Filhos e netos  de Dona Ambrósia

Como todos os moradores de comunidades ribeirinhas ou isoladas, a falta de laser e outras atividades profissionais, levavam os jovens ao um casamento precoce, foi mais uma vez o caso de Dona Ambrósia que casou-se com Sr. Manoel João do Nascimento ainda em Oiapoque em meados dos anos 60. Dessa união, nasceram 5 filhos : Anaice Niullei Costa do nascimento (já falecido ), Anilce Costa do Nascimento, Ailce Costa do Nascimento, Anilson Costa do Nascimento, Adilson Costa do Nascimento.
Netos : Anaice William, Any Karolyne, Anilma Larissa, Rita de Cássia, Kevelim Andressa, Marcos Vinicius, Eduardo Henrique, Gabriel Nascimento, Aline Nascimento, André Luís, Ana Laura. Bisnetos : Agnes Victória, Maria Alyce.

Vinda para Macapá

Dona Ambrósio e os filhos Anaice e Ailsen
O Manoel João do Nascimento que vinha se destacando no futebol local, recebeu convite para jogar em um dos maiores clubes macapaense, o azulino da Avenida FAB, o Esporte Clube Macapá, também chamado como Leão Azul. “Por esse motivo dona Ambrósia, minha mãe, o acompanhou e vieram residir em Macapá”, conta Anilce.
A experiência em educar, deu continuidade na evangelização e na formação de seus filhos. “Uma mulher, dedicada a família, não era uma dona de casa, era uma mãe de família, que abrigava além dos filhos biológicos, os meninos da Avenida Euclides da Cunha, onde residíamos”, depõe Maria Margarete Coelho do Nascimento, moradora e conterrânea da família.

Igreja Nossa Senhora de Fátima
 Em Macapá dona Ambrósia, como era conhecida pela comunidade do bairro Santa Rita, se dedicou exclusivamente à família e à Igreja, era devota de Nossa Senhora de Fátima.
Na Igreja Nossa Senhora de Fátima, hoje Santuário de Fátima em Macapá, cuja base foi uma das maiores colaboradores e desempenhou várias atribuições em missão, como: Ministra da Eucaristia, Coordenadora da Catequese, Coordenadora da Comunidade Nossa Senhora do Livramento. Também atuou como membro da Pastoral da Saúde no Hospital Escola São Camilo e São Luís, participou também do grupo de oração da Ordem das Irmãs Carmelitas dos pés descalços (Carmelo).

Ações sociais na comunidade.
 
Festa Junina promovido pela Dona Ambrósia
Na década de 80 era grande o número de jovens da comunidade da Euclides da Cunha e Dona Ambrósia e seu esposo João Nascimento, passaram a organizar  atividades lúdicas e religiosas e inicialmente pequenas quadras juninas no terreno ao lado de sua residência, para animar as crianças e jovens da av. Euclides da Cunha, com o passar do tempo essas festinhas ganharam maiores proporções e tiveram que ser realizadas no quarteirão da rua Euclides da cunha entre as ruas Manoel Eudóxio Pereira e professor Tostes.

Os moradores mais antigos, não esquecem da visita eucarística que Dona Ambrosia fazia toda a semana em cada residência da Euclides da Cunha, fazendo visitas aos doentes, quando trazia o vigário da Paroquia Nossa Senhora de Fátima que dava a comunhão e a confissão.

Quanto acontecia um falecimento, ela reunia as senhoras e senhores da comunidade e organizavam os velórios e terços, além da encomenda da alma do falecido(a). Muitos do que aqui chegaram a mais de 30 anos atrás já se foram, como a Dona Ambrosia, a Dona Merandolina. Arlindo Oliveira, Dona Maria Nascimento, Dona Nair Amanajás, Dona Celerina. Dona Leonor, Professor Frederico.  



Dona Ambrósia deixou sua família, seus amigos e conterrâneos da Euclides da Cunha, além de sua paroquia terrena onde ajudou a evangelizar e a pregar a palavra de Deus de surpresa. Faleceu no dia 30/08/2005 e hoje 12 anos depois estamos prestando uma homenagem a essa grande mulher, fiel a seus princípios familiares e religiosos, abraçando com amor a formação do ser humanos com o fluido da sabedoria divina. “Ninguém esqueceu o que Dona Ambrósia plantou com os ensinamentos pregados pro Jesus Cristo, doou-se a todos, sem abandonar o seu lar, amou a todos com o mesmo amor dados aos seus filhos. Até hoje sua imagem está em nossa memória e esquenta nossos corações”.

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