RINS: QUANDO OS REMÉDIOS PREJUDICAM A
LIMPEZA DO CORPO
JARBAS ATAÍDE - MÉDICO
Entre
as funções dos rins está eliminação de substâncias residuais, toxinas e
metabólitos resultantes das reações químicas, da poluição e dos alimentos
contaminados com pesticidas, agrotóxicos. Mas também quando ingerimos
medicamentos inadequadamente, sem uma prescrição médica, podemos estar
introduzindo no corpo substancias prejudiciais à saúde, particularmente
para os rins.
Os rins filtram o sangue, retirando as
substâncias tóxicas produzidas pelas células durante a respiração celular e as
resultantes do metabolismo dos nutrientes e drogas ingeridos. Quando isso não
acontece de maneira eficiente, pode ocorrer um processo de intoxicação, acúmulo
de metabolitos, que não tratado levará à insuficiência
renal.
Essa filtragem é altamente seletiva e
especializada, feita por canalículos e células especializadas que absorvem,
reabsorvem e secretam resíduos e impurezas. Além das toxinas produzidas pelo
corpo, os rins têm ainda a função de eliminar e excretar substâncias
provenientes de antibióticos, medicamentos e aditivos químicos e ainda drogas.
Apesar
de a formação farmacêutica indicar e até incentivar a automedicação, os
profissionais médicos não recomendam a administração de qualquer que seja remédio,
mesmo os isentos de prescrição médica, como as plantas medicinais e
fitoterápicos.
Então,
como forma de alerta e utilidade pública, neste artigo, vamos apresentar os
vários remédios que podem fazer mal aos rins, pois possuem efeitos adversos
considerados nefrotóxicos. Entre
eles temos: anti-inflamatórios,
analgésicos, antibióticos, corticoides, contraste de exames radiológicos.
ANTIINFLAMATÓRIOS: livres
de prescrição, esses remédios possuem efeitos de reduzir as inflamações dos
tecidos. Porém, o uso inadequado dos anti-inflamatórios não esferoidais-AINEs,
poderá reduzir a capacidade de filtração dos rins. Nas pessoas saudáveis os
efeitos desaparecem com o fim do uso. Nas pessoas com rins já comprometidos,
pode ser perigoso, pois há uma diminuição de uma função já comprometida. Em
situações mais raras pode causar nefrite intersticial e síndrome nefrótica.
Entre eles: Ibuprofeno, Indometacina, Butazona, Cetoprofeno, Nimesulida.
ANALGÉSICOS: O
uso constante de medicamentos com propriedades analgésicas (contra a dor) podem
dar origem a lesões renais. Ocorre com
mais frequência no uso continuado de Paracetamol.
O risco aumenta quando esse analgésico é utilizado em conjunto com o AAS (ácido acetilsalicílico).
ANTIBIÓTICOS:
podem provocar uma reação alérgica dos rins, denominada nefrite intersticial. Apesar de não provocar perda tão acentuada de
proteínas como nos anti-inflamatórios, estão intimamente relacionados com insuficiência renal aguda. Substancias
presentes nos antibióticos são potenciais causadores dessa doença: penicilinas, rifampicina, cipofloxacino e
sulfametoxazol/trimetropim (Bactrim) e
aminoglicosídeos (gentamicina, amicacina).
CORTICÓIDES: os
glicocorticoides possuem ações biológicas diversas em muitos órgãos e sistemas,
diante de situações de estresse e modulação do sistema de defesa. Contudo, seu
uso desnecessário ou em doses excessivas podem provocar alteração
cardiovascular, pois influencia na regulação da excreção renal de sódio,
podendo levar a hipertensão arterial e retenção hídrica
CONTRASTE DE EXAMES RADIOLOÓGICOS: nos
exames que necessitam de contraste, ou seja, da introdução no corpo de um
líquido que ira servir de contraste para melhor visualização da imagem, os rins
podem sofrer consequências sérias em seu funcionamento, o que é desaconselhado
em doentes com insuficiência renal.
OUTROS MEDICAMENTOS:
existem medicamentos, que além dos citados, são considerados tóxicos para os
rins: antidepressivos ( Escitalopram, Citalopram, Fluoxetina, Sertralina);
Indinavir (contra AIDS); Ciclofosfamida (imunossupressor usado em
transplantes);
Dessa
forma, exige-se prescrição médica para uso desses medicamentos, pois podem ser
benéficos para alguma doença, porém pode ser bastante prejudicial para a função
renal. JARBAS ATAÍDE, 17.04.2017.
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