ANTÔNIO MUNHOZ
‘Cidadão do mundo’
*
10/02/32 - + 22/05/17
Sua história foi
repleta de grandes feitos nas letras que lhe deram louros em seu mestrado
Sua história foi repleta de grandes
feitos nas letras que lhe deram louros em seu mestrado. Seu cabedal de
conhecimentos foi premiado pelas viagens empreendidas por vários países e
continentes, diploma de Honra ao Mérito expedido pela Câmara Municipal de
Macapá, além do colar do Mérito Judiciário e outras honrosas concessões. Meu
caro Mestre Antônio Munhoz, receba através dessa crônica um valioso abraço
fraternal deste velho batalhador do Amapá. Por Bellarmino Paraense de Barros**
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Antônio Munhoz Lópes, Professor e membro da Academia de
Letras do Amapá. * 10/02/32 - + 22/05/17
Reinaldo Coelho
ANTÔNIO MUNHOZ LÓPES
– “O MESTRE” *- Morre Em Macapá O nosso querido
Mestre, no dia 22 de maio de 2917, às 13h30min no Hospital Geral de Macapá. O
professor Munhoz sofria de insuficiência renal e desde 2015 começou a ter
problemas relacionados à doença. Ele faleceu aos 85 anos, cercado de carinho e
cuidados dos amigos, ex-alunos e familiares. Sua história foi repleta de
grandes feitos nas letras que lhe deram louros em seu mestrado. Seu cabedal de
conhecimentos foi premiado pelas viagens empreendidas por vários países e
continentes, diploma de Honra ao Mérito expedido pela Câmara Municipal de
Macapá, além do colar do Mérito Judiciário e outras honrosas concessões.
***Antônio Munhoz Lópes, nasceu no dia 10 de fevereiro de 1932, em
Belém-PA. Filho de José Ayres Lópes e Izabel Munhoz Lópes. Chegou a cursar
filosofia, foi seminarista, mas acabou bacharelando-se em Direito. Chegou ao
Amapá em 1959 e ingressou no funcionalismo do Território, ocupando o cargo de
delegado no antigo DOPS. Porém, como escreveu o cônego Ápio Campos no jornal A
Província do Pará, Munhoz emprestou à pacata segurança pública da época
"um clima de cenáculo literário". Mas foi a partir de 1960 que ele
deu início a uma das mais profícuas e brilhantes carreiras do magistério do
antigo Território, sendo hoje reconhecido como mestre de várias gerações de
ilustres figuras de destaque do Amapá.
Antônio Munhoz Lopes exerceu inúmeros cargos e funções importantes,
sempre se destacando pela inteligência, a sensibilidade e o carisma. Até hoje é
o nosso maior epistológrafo, pois se corresponde pelo velho e bom Correio com
pessoas do mundo inteiro. Anualmente, o professor Munhoz faz uma viagem
internacional e visita museus, igrejas, monumentos históricos. Foi assim que
adquiriu uma cultura humanística invejável. Tornou-se um verdadeiro
globe-trotter, cujas memórias há muito são aguardadas por todos nós.
A figura simpática e respeitável do professor Munhoz já faz parte da
paisagem urbana do Centro de Macapá, em suas caminhadas diárias visitando a
Biblioteca, Confraria Tucuju, livrarias, bancas de jornais, agência dos
Correios (onde possui uma das mais antigas caixas postais!).
Como o mais globalizado dos pioneiros do Amapá, conhece muitos países e
culturas, pois é um incansável visitador de museus, monumentos históricos,
igrejas, teatros, restaurante e locais históricos. Seu acervo fotográfico se
constitui no mais relevante arquivo que registra sua peregrinação cultural que
tanto o estimula a cultivar os valores humanos e cristãos. Para mim, Munhoz é o
exemplo maior de um cidadão que dedicou sua vida para usufruir da Arte e da
Cultura e de tudo de bom que advém dessa escolha tão inteligente.
Abaixo, o poema que
Alcy Araújo dedicou ao Mestre:
JARDIM, PODE
(Ao cidadão do mundo Antônio Munhoz)
Como tenho sido pisado
espezinhado, espinhado, repisado
pela vida, pelos desencantos
e desesperos, angústias, desamores.
Canto a terra
a dor dos aflitos
e a inútil esperança dos desesperançados
também os negros, os índios e o verde
e presto relevantes serviços topográficos
demarcando itinerários de poesia
Quando eu morrer
algum vereador
que leu ou sentiu meu verso
que sabe ou ouviu falar do meu cantar
apresentará projeto de lei
para que eu vire beco, rua ou avenida
Não quero esta homenagem
Recuso até ser praça
alameda, assim também parque ou estrada
Quero ser um teatro
um obelisco, uma escola
Academia, também não.
Rua, avenida, beco, não quero não
Não quero que continuem pisando em mim.
Pisar em mim,
só se eu virar jardim.
( * ) Edição de 21 de novembro de
1999- Jornal do Dia
(**) Cronista do Jornal do Dia
(***)Texto: Paulo Tarso Barros -
http://twitter.com/paulotbarros
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