Da Editoria
A perspectiva dos óleos de andiroba e
pracaxi, extraídos de sementes coletadas na Área de Proteção Ambiental da
Fazendinha (Macapá (PA), serem comercializados para o exterior por uma
exportadora do Pará, foi o assunto de uma reunião entre a Embrapa Amapá,
extratores da APA e a empresa 100% Amazônia, sediada em Belém. O encontro
ocorreu em Macapá, com o objetivo de elaborar um plano de trabalho para
estruturar a parceria comercial entre a empresa e extratores de óleo da
Fazendinha. O primeiro passo é estabelecer uma relação mútua de valorização da
floresta e em seguida uma compra-teste para avaliar a qualidade dos produtos e
a viabilidade de mercado.
Esta ação faz parte do Projeto Kamukaia
III, liderado pela Embrapa Amapá, com foco na valorização dos produtos
florestais não-madeireiros na Amazônia. A programação constou de
apresentação, na sede da Embrapa Amapá, feita pela pesquisadora Ana Cláudia
Lira Guedes, líder do projeto, descrevendo o histórico das pesquisas realizadas
pela Embrapa nesta Área de Proteção Ambiental e as atividades propostas para a
comunidade na etapa atual do projeto. Foram apresentadas
informações como dados do censo das andirobeiras, monitoramento de safra, teste
de rendimento, monitoramento da regeneração, manual de boas práticas, e também
as pesquisas que estão em andamento como o inventário de pracaxizeiros, entre
outras.
A pesquisadora
Ana Euler informou aos participantes sobre a articulação iniciada com a empresa
100% Amazônia, em relação à parceria com a Embrapa e produtores da
APA. Coordenadora de comunicação e sustentabilidade da empresa, Mariana
Faro, explicou as condições e o fluxo adotado para operacionalizar o
relacionamento com comunidades. “Trabalhamos principalmente com comunidades
tradicionais para obtenção de produtos florestais renováveis não-madeireiros.
Comercializamos para o mercado externo o ingrediente processado de produtos
segmentados em óleos, manteiga, pó e polpa, de produtos não-madeireiros
renováveis da Amazônia. Buscamos uma aproximação cada vez maior, e
estabelecemos relações de longo prazo com as comunidades fornecedoras porque em
resumo a essência da 100% Amazônia é trabalhar pela conservação da
floresta”.
Os extratores de óleo da
APA da Fazendinha descreveram o histórico e a capacidade de produção da
comunidade local, principais desafios e as expectativas da comunidade quanto à
parceria com Embrapa e a empresa 100% Amazônia. No segundo e último dia da
programação, a proposta foi discutida na própria APA, onde há atualmente 20
extratores de óleos de andiroba e pracaxi – a maioria mulheres. “A intenção é beneficiar o óleo da andiroba e do
pracaxi extraídos da nossa comunidade, mas precisamos nos estruturar. Por
exemplo, com um espaço adequado para extrair o óleo. Na parte do conhecimento
técnico temos uma boa parceria com a Embrapa, que trabalha com a gente a parte
da organização e nas recomendações para a qualidade de óleo, como extrair um
óleo bem limpo, tudo dentro das boas práticas”, ressaltou Nerivan da Silva da
Conceição, presidente da Associação dos Moradores da Fazendinha e Instituto
Socioambiental Cumau.
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