Fora da cadeira, José Dirceu fala em "guerra"
Ex-ministro fez análise sobre o PT e não mostrou abatimento após prisão

O reencontro em liberdade foi em São Paulo, na casa de Joana, antes da viagem rumo a Brasília, de carro. Bem mais magro, Dirceu não reclamou nem mesmo da tornozeleira que agora tem de usar. O ex-ministro não demonstrou abatimento. Afirmou, porém, que sentia muita falta da filha de 5 anos, que mora em Brasília com a mãe, Simone.
Ex-presidente do PT, Dirceu afirmou que o partido precisa mudar rapidamente, atrair a juventude e os movimentos sociais, apresentar um novo projeto e ir para o "enfrentamento" contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o PSDB, na tentativa de eleger Lula para o Palácio do Planalto.
Antes da parada em São Paulo, ele passou na casa do advogado Daniel Godoy, em Curitiba. "Não teve uísque nem pizza. Ele passou ali porque era hora do rush. Foi uma conversa entre amigos", contou um dos presentes.
Recebeu várias ligações e também fez telefonemas. Um deles foi para cumprimentar José Genoino, o ex-presidente do PT que na quarta-feira (3) completou 71 anos.
Ao discorrer sobre o que chama de "fracasso do governo Temer", disse que a "direita" rompeu o pacto constitucional de 1988 que permitiu a redemocratização do País.
— Deram o golpe para impedir Lula de ser candidato.
Condenado a 32 anos e um mês, em duas ações penais da Lava Jato, ganhou habeas corpus do STF na quarta. Disse ter sido bem tratado na cadeia e revelou o medo — praticamente uma certeza — de não ficar muito tempo em liberdade. Foi o único momento em que pareceu se emocionar.
Ex-ministro foi recebido com protesto no apartamento onde vai morar, em Brasília.
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