Governo exonera "infiéis" para garantir aprovação da reforma da Previdência
Analistas afirmam que, se der errado, retrocesso econômico prejudicará os mais pobres.
O governo de Michel Temer inicia a semana decisiva para seu futuro enquadrando infiéis para tentar uma tramitação mais calma das reformas no Congresso. Pelas redes sociais, Temer defenderá, hoje, a necessidade das reformas trabalhistas e previdenciária, durante vídeo para celebrar o 1º de maio. Amanhã, acertado com os aliados, o Diário Oficial da União trará a perda de cargos dos deputados que não votaram alinhados ao Planalto no projeto que alterava pontos da CLT. “A atitude do governo de consolidar a base está correta. Não adianta pensar que temos uma margem ampla. Precisamos trabalhar com a segurança de 320 a 350 votos assegurados”, defendeu o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).
A previsão é que a matéria seja colocada em votação na comissão especial amanhã. O encaminhamento para o plenário é que segue uma incógnita. Depois do almoço com os governadores, na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu que a reforma poderia ser analisada pelo conjunto da Casa a partir de 8 de maio. Na semana passada, em conversa com o Correio, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), considerou mais prudente uma ampliação nas conversas para garantir a aprovação. Efraim concorda. “Mais do que o tempo em que vamos demorar, é importante definir um texto que dê segurança para a base apoiar”, completou o parlamentar demista.
Analistas do mercado acompanham com atenção os próximos dias. “Se, porventura, a reforma da Previdência não for aprovada, o país terá que rever todo seu planejamento de curto e médio prazos”, afirmou o analista político da XP Investimentos Richard Back. Ele lembra que existe todo um estoque de recursos estrangeiros prontos para aportar no país, caso as reformas sejam aprovadas. Isso porque, em todo o mundo, o cenário é de juros negativos, à exceção do Brasil. “Se os investimentos não vierem, o governo terá de emitir moeda para equilibrar a dívida, a inflação volta e os juros retomam trajetória de aumento. Paradoxalmente, sem a reforma da Previdência, quem perde são os mais pobres e os trabalhadores. Não o contrário”, resumiu.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/63,65,63,14/2017/05/01/internas_polbraeco,592422/governo-exonera-infieis-para-garantir-aprovacao-da-reforma-da-previd.shtml
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