sábado, 27 de maio de 2017

Urbanização e drenagem otimizarão trânsito de barqueiros no canal


Igarapé das Mulheres
Urbanização e drenagem otimizarão trânsito de barqueiros no canal



Licitação para execução das obras deverá ser lançada no segundo semestre deste ano.


Reinaldo Coelho
Na Amazônia brasileira, as cidades são fundadas e permanecem dependentes da hidrografia para inúmeras atividades, como o transporte de pessoas e mercadorias, caracterizam por outra temporalidade, o tempo lento das embarcações maiores, que só conseguem atracar ou sair dos portos no momento da maré cheia.
Essa característica é vista com profundidade, na orla de Macapá. Um deles é o Igarapé das Mulheres, que há anos deu suporte como atracadouro para as pequenas embarcações de produtores ribeirinhos do Amapá e das ilhas paraenses.
O porto do Igarapé das Mulheres é um dos mais importantes de Macapá e movimenta a economia com a comercialização de pescado, camarão e frutas. A dragagem é necessária porque a correnteza do Rio Amazonas empurra a sedimentação e o lixo para dentro do canal de navegação, elevando o fundo do rio. Com o canal mais raso, barcos encalham ou arrastam o fundo causando rachaduras.
Para os que dependem do Igarapé das Mulheres para a sobrevivência econômica uma notícia alvissareiras, o  projeto de urbanização e drenagem do canal do Igarapé das Mulheres, está pronto e deverá ser apresentado pelo governador do Estado, Waldez Góes, nos próximos dias. Idealizado pela Secretaria de Estado de Transportes (Setrap), a previsão é que o lançamento de edital para contratação da empresa executora da obra seja feito assim que o projeto for apresentado.
A drenagem do local é uma reivindicação antiga de barqueiros que chegam do interior do Amapá e do Pará e atracam no local para embarcar ou desembarcar produtos na capital. O último serviço de desassoreamento feito pela Secretaria de Estado dos Transportes (Setrap) ocorreu em 2013 e, mesmo assim, realizado de forma precária
A natureza é responsável por uma parte do assoreamento, pois através da correnteza, junto com a maresia, vai aterrando essa área onde os barcos ficam, porém é o lixo que é arremessado pelos embarcadiços e moradores que ajuda aterrar os igarapés.
É comum encontrar (quando a maré está seca), no leito do rio, bagaços de cana-de-açúcar, madeira e todo o lixo que os ambulantes e moradores jogam no local. Ou seja, a área vai aos poucos virando uma lixeira pública. Já dá para perceber a diferença: antes, o ramal tinha aproximadamente nove metros de profundidade, hoje não passa dos seis metros.

Dificuldades no transito
Pescadores e donos de embarcações reclamam que estão enfrentando dificuldades para atracar ou sair do Igarapé das Mulheres, no bairro Perpetuo Socorro. Segundo eles, é urgente o trabalho de desassoreamento do canal.
Jairo Trindade, que mora às margens do Rio Jurupari, no município de Afuá (PA), trabalha em uma pequena embarcação. Ele contou que, semanalmente, seu patrão traz cana-de-açúcar para vender em Macapá e relatou que somente com a maré cheia é possível atracar no canal. “Nesta viagem tivemos que atracar depois da meia-noite, que foi o horário em que a maré deu condições para embarcação entrar no canal”, contou.
Setrap
O responsável pelo projeto e diretor de Engenharia da Setrap, Albério Pantoja, destacou que a obra será realizada em duas etapas. A primeira contempla os serviços de drenagem no canal. Além da drenagem, o projeto também inclui a construção de barreias de contenção às margens do canal com objetivo de evitar a queda de barrancos nas laterais.
“Como o local sofre ação direta das marés, toda vez que a maré atinge seu ápice, ela acaba trazendo sedimentos. Já na vazante, a maré não consegue levar de volta todo esses sedimentos trazido pelas águas e isso vai acumulando ao longo do tempo e provoca o assoreamento”, explicou Pantoja.
Problemas econômicos
Com o assoreamento, os barcos ficam na praia esperando a maré encher. Isso pode gerar problema econômico para a capital, porque, pela entrada do Canal do Jandiá, no Igarapé das Mulheres, no Santa Inês, é que são escoados vários produtos como frutas, verduras, pescados. Esses locais, com pouca profundidade, permitem a entrada apenas de barcos de pequeno porte.
Na segunda etapa serão realizados os serviços de urbanização e mobilidade no entorno. De acordo com o diretor, os sedimentos retirados do canal serão depositados em uma área próxima. Com a conclusão da obra prevista para seis meses


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