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Renato Vianna e esposa Maria Raimunda Coutinho vianna |
Pioneiro, polêmico, reto e humano, de forte
caráter, expressão contrária à Revolução, foi perseguido, mas não se intimidou.
Participou de campanhas políticas. Acreditava nos
ideais do ‘Amapá para os amapaenses’.
Renato Vianna – (In memoriam) – * 4/11/26 / + 6/12/2011
Por Carlos Vianna
Apaixonado por
música popular, política e um bom papo, revolucionário do seu tempo, acompanhou
a transformação do Amapá e do Brasil por mais de oito décadas. Cidadão
comprometido com a instalação do Território Federal e organização da vida
econômica e sócio cultural do Estado do Amapá.
Amazonense,
nascido em Manaus, no dia 4 de novembro de 1926. Técnico Agrícola, filho de
índia tapuia, dos lagos de Óbidos, que se tornou a professora Filomena
Felgueiras, das escolas de Manaus e Oswaldo de Mendonça Vianna, membro da
Academia Paraense de Letras e da Superintendência de Valorização da Amazônia,
figura expressiva da sociedade modernista amazonense e paraense. Era neto de
Adelina de Mendonça, “A Redentora”, célebre protagonista da história amazônica
na libertação dos escravos amazonenses, um ano antes da Lei Áurea.
O nome dado a
Renato Vianna é o mesmo do seu tio, precursor da dramaturgia brasileira. O
jovem Renato imaginava-se artista de teatro, dominando expressões, o espetáculo
real e reflexivo, tocando a alma dos expectadores. Acreditava nessa quimera.
Para isto, acompanhou seu tio em excursões da Companhia do Teatro Escola, em
algumas capitais brasileiras. Associou-se em 1960, ao Teatro de Amadores do
Amapá.
Sua infância em
Manaus à época áurea da borracha e sua marcante juventude na boêmia cidade do
Rio de Janeiro, preparam o jovem Renato para a vida, ao conceder-lhe o destino
de morar no Amapá. Casou-se em 27 de dezembro de 1952, com Maria Raimunda Braga
Coutinho que lhe deu nove filhos, todos encaminhados e participantes do
desenvolvimento do Amapá.
Renato Vianna
chegou ao Amapá em 1950. Atendendo ao convite do Dr. Coaracy Nunes, depois de
cursar operação de máquinas agrícolas no Centro de Treinamento de Engenharia
Rural em São Paulo. Em Macapá começou como Prático Rural, trabalhando na
Divisão de Produção. Cedido à Divisão de Educação, compartilhou seus
conhecimentos inicialmente na Fazendinha, distrito da capital, passando pela
Escola de Iniciação Agrícola instalada na Base Aérea do Amapá, onde foi
professor de moto-mecanização.
Ao retornar para
Macapá reassumiu suas funções na produção, chefiando a Seção de Fomento
Vegetal. Foi Chefe de Fomento da Produção Industrial e Mineral. Chefiou
diversos postos agropecuários. Administrou Colônias e Núcleos Coloniais.
Dirigiu a Divisão de Terras e Colonização.
Pioneiro,
polêmico, reto e humano, de forte caráter, expressão contrária à Revolução, foi
perseguido, mas não se intimidou. Participou de campanhas políticas. Acreditava
nos ideais do “Amapá para os amapaenses”. Autêntico oposicionista, membro
fundador de partidos políticos como: a Aliança Renovadora Nacional e o
Movimento Democrático Brasileiro, no qual foi Presidente do Diretório Municipal
em Macapá.
Funcionário
desbravador exemplar, figura ilustre da vida pública no Amapá. Atuou por trinta
e cinco anos na agricultura, desde o preparo e conservação de solos, suportando
o sol causticante dirigindo um trator, até exercer funções de chefia e
liderança, tendo sido responsável com outros líderes na organização
administrativa e na implantação das atribuições do órgão gestor da produção. Sua
participação técnica foi muito importante para a introdução da Escola de
Iniciação Agrícola, de Núcleos Coloniais e do Museu Industrial. Renato muito
contribuiu para melhorar a gestão da comercialização nesses setores.
Católico
participante do Movimento Cursilho da Cristandade e Membro fundador da
Confraria Tucujú. Espaços onde manifestou importantes contribuições como
Cidadão Macapaense.
Seus dotes artísticos se estendem à parceria musical de tantas expressões amapaenses, seja no rádio novela da Rádio Nacional, nos idos 50, ou em quermesses de clubes ou serestas nas noites de luar da estrelada Macapá.
Seus dotes artísticos se estendem à parceria musical de tantas expressões amapaenses, seja no rádio novela da Rádio Nacional, nos idos 50, ou em quermesses de clubes ou serestas nas noites de luar da estrelada Macapá.
Animador dos
antigos carnavais de rua, comunicava-se de maneira popular. Alegrava-se em
falar aos brincantes, informando roteiros culturais e festivos durante os
carnavais. Participante do movimento musical e instrumental que consagraria a
velha guarda. A boemia aprendida no Rio de Janeiro o fez Presidente da Escola
de Samba Boêmios do Laguinho, e no esporte foi fundador dos Clubes Fazendinha e
Cruzeiro. Presidente do13 Desportivo Clube. Secretário por duas décadas do
Tribunal de Justiça Desportiva do Amapá.
Faleceu no dia 6
de dezembro de 2011. Renasce em todo aquele que expressa ideais assemelhados
aos das suas quimeras.
(Documentário produzido por Carlos Alberto
Coutinho Vianna)
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