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As dificuldades do recém formado para arranjar um emprego ou montar um negocio |
Eu me formei. E agora?
Os recém-formados e o ingresso no mercado de trabalho: Tornar-se
empregado ou patrão?
Reinaldo Coelho
Quando um jovem ingressa na faculdade, independente de qual é o curso,
tem em geral, a expectativa de sair preparado para assumir uma profissão e ter
sucesso. Uma das dificuldades do jovem recém-formado é justamente ingressar no
mercado de trabalho. Infelizmente nossas universidades focam demais o lado
técnico científico e muito pouco, ou quase nada, o lado mercadológico.
O ainda acadêmico precisa ir desde cedo
olhando as exigências do mercado. Muitos cursos oferecem chances de montar as
empresas dos estudantes, nichos empresariais ou estágios. Os especialistas
explicam que essas ações ajudam na procura do primeiro trabalho ou em
empreender em sua área profissional.
O mercado precisa de pessoas empreendedoras, ousadas, que agem com
inteligência para obter lucratividade. Para quem tem todas estas
características mas nenhum entrevistador conseguiu enxergar, não vale a pena
desanimar, basta ter iniciativa para apostar em novos projetos, realizar ações,
desenvolver ou dinamizar novos produtos ou serviços e ao invés de ganhar
dinheiro para os outros, passar a ganhar para si mesmo e não ter medo de
começar em um negócio pequeno, o vendedor de pastel de hoje pode ser o dono de
uma rede de pastelaria amanhã.
De acordo com a Anamaíra Spaggiari, coordenadora de carreiras da
Fundação Estudar, o Brasil vive uma crise e a taxa de desemprego supera os 11%.
O mercado está ainda mais competitivo, também porque o número de universitários
vem aumentando nos últimos anos.
Mesmo que ainda falte mão de obra qualificada no país está difícil
conseguir um primeiro emprego no qual se consiga construir uma carreira. É
quando muitos jovens recém formados partem para o empreendedorismo afim de investir
em um negócio próprio.
E é nesta hora que as políticas públicas de governo podem ajudar este
jovem empreendedor, recém saído da faculdade, e com ideias que vão ajudar o
desenvolvimento econômico e social do Estado.
É para esse segmento que os planos e projetos do poder público devem
estar voltados e ajudar que os sonhos sejam concretizados. E como os gestores
estaduais e municipais podem ajudar? Oferecendo a infraestrutura e os recursos
financeiros necessários.
O Amapá apoiando seus
jovens
O Estado do Amapá já tem diversos programas voltados para o
empreendedorismo jovem, entre eles o Centro de Incubação de Empresas, que tem a
finalidade de estimular empreendedores no desenvolvimento de seus negócios,
desde o processo de criação até a produção de um novo produto, e ainda os
suportes necessários para o sucesso da empresa. O processo de incubação do
governo estadual é desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Cientificas e
Tecnológicas do Amapá (IEPA), com o intuito de oferecer suporte a
empreendedores para que eles possam desenvolver ideias inovadoras.
No último fim de semana (27/06) o Programa de Incubação de Empresas do
Amapá emitiu a primeira diplomação de sua história ao certificar a InovaDados,
empreendimento voltado para soluções tecnológicas da área educacional.
Porém, o Amapá, através da atual gestão, vem apresentando mais de 20
linhas de créditos para os empreenderes amapaenses através da Agência de
Fomento do Amapá (AFAP).
Financiando a ideia do
jovem recém-formado
Com um mercado de trabalho em queda de ofertas de emprego, a maioria
muitas vezes recebe ofertas de subemprego, então o jovem recém formado parte
para o empreendedorismo, pois tem de buscar realizar o seu sonho grande.
Nesse caso o incentivo e a ajuda ao pensar em como realizar esse sonho são
importantes. A dificuldade para conseguir um emprego e os baixos salários
oferecidos por algumas vagas foram fatores determinantes na decisão do
fotógrafo Adam dos Santos Tavares, de 23 anos, em empreender. Mesmo sem ter
adquirido experiência suficiente durante o período em que fazia o curso de
Design Digital e com o problema da falta de capital de giro para iniciar seu
negócio, o então recém-formado resolveu mesmo assim ingressar no mercado de
trabalho por conta própria.
Esse tipo de iniciativa já é bastante comum. De acordo com o IBGE a
porcentagem de jovens de idade entre 18 e 24 anos que preferem empreender a
buscar um cargo em alguma empresa durante ou depois do Ensino Superior chega a
20,8%. Para a Fundação Getúlio Vargas, o que impulsiona esse tipo de atitude é
a falta de postos de trabalho para o recém-formado.
É claro que nem todos que tem essa vontade possuem verba para iniciar o
negócio e esse é o maior obstáculo para a concretização do sonho. Pois apenas a
formação acadêmica, a verba e a empolgação não são suficientes para entrar no
mundo dos negócios. Os especialistas aconselham a quem quer entrar em qualquer
ramo, a pesquisar e a fazer um plano de negócios sólido para avaliar a situação
e conseguir uma boa financiadora que acredite nas ideias do recém-formado.
Amapá financia seus
recém-formados em Direito
É nesse patamar que o Governo do Estado do Amapá lançou um programa
financeiro, através da Agência de Fomento do Amapá (AFAP) para financiar jovens
em início de carreira pós-universidade.
E a escolha da AFAP se deve a experiência de sucesso já garantida nos seus
17 anos de funcionamento. De janeiro de 2015 a abril de 2017, a atual gestão da
AFAP criou seis novas linhas de crédito e atendeu 2.618 empreendimentos gerando
mais de 7 mil postos de trabalho. A expansão de oportunidades específicas para
algumas áreas possibilitou que a instituição financeira do Governo do Estado do
Amapá realizasse 3.438 operações, injetando assim mais de R$ 17 milhões em
financiamentos neste período. “Mudamos o
foco das operações visando a profissionalização, investindo até em capital
intelectual como meta de aquecer o mercado que ainda respira os reflexos da
crise”, comentou o gestor da AFAP, Francisco de Assis Costa.
A AFAP, no ano de seu aniversário, aproveitou para lançar três novas
linhas de financiamento que entraram em vigor a partir do mês de maio. Foram as
linhas AFAP Jovem Advogado, AFAP Mestrado e AFAP Piscicultura que passaram a fazer parte dos serviços
oferecidos para abertura de crédito, que contarão com 20 opções para os
clientes.
A primeira será dedicada a profissionais do direito recém-formados ou
com menos de cinco de atuação na área; a segunda contemplará pessoas graduadas
em qualquer área interessadas em qualificar seus estudos acadêmicos; e a
terceira será voltada aos produtores de peixe com a finalidade de
fortalecimento e inovação da atividade.
“AFAP Jovem Advogado”
Essa linha de crédito que pode ser acessada pelos advogados
recém-formados com registro na Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá (OAB/AP) e,
de acordo com o governador Waldez Góes, vai incentivar ainda mais o
empreendedorismo local e oportunizar a inserção no mercado de trabalho dos
recém-formados em Direito.
A OAB estima que em média 300 novos advogados são inscritos por ano na
seccional Amapá, tendo estes, a partir de agora, apoio para iniciar suas
atividades advocatícias em um mercado cada vez mais competitivo, no atual
cenário de crise econômica. Esta linha específica e inédita oportuniza pessoas
físicas o acesso a até R$ 10 mil em financiamento, que poderá ser pago em até
24 meses, com juros de 2,5% ao mês.
A AFAP possui subgerências em Santana, Laranjal do Jari e Oiapoque,
podendo assistir, portanto, não só profissionais que atuam na capital do
Estado, mas também nestas regiões. O acesso ao crédito poderá ser feito também
através de grupo solidário, formado por três interessados no financiamento para
a mesma atividade. “Um torna-se avalista
do outro, sendo esta uma forma de facilitar o acesso ao crédito”, explicou
o presidente da AFAP, Francisco de Assis.
Em seu discurso, quando da apresentação da linha de crédito aos jovens
advogados, o governador do Amapá, Waldez Góes, destacou que – “Se o Estado diminui a velocidade do seu
crescimento econômico por conta da crise, na condição de máquina
administrativa, ele tem que compensar essa economia em políticas de fomento
para a iniciativa privada, para o profissional liberal, para as pequenas e
médias iniciativas, nas mais diversas áreas e é isso que estamos fazendo”.
O chefe do Executivo reforçou que o trabalho através da AFAP vai gerar
mais postos de trabalho direto ou indireto, beneficiando mais famílias
amapaenses e fortalecendo o Estado, por consequência.
Pré-requisitos
Para usufruir da linha de crédito “AFAP Jovem Advogado” o profissional
deve possuir até cinco anos de registro na OAB/AP e estar adimplente com a
anuidade paga à instituição. Além disso, não poderá ter restrição no Cadastro
de Pessoa Física (CPF).
O acesso ao financiamento necessita de apresentação de garantias, como
avalista e bens de atividade. Ainda, ao solicitar o investimento fixo – em
mobília ou construção do prédio, por exemplo – o profissional deverá
apresentar um projeto de utilização do recurso, como arquitetônico,
econômico, dentre outros.
Outras possibilidades
Os demais advogados com mais de cinco anos de registro na OAB/AP, não
ficarão desassistidos. Estes podem ter acesso a fomento por meio da Linha
Profissional Liberal, também gerenciada pela AFAP.
Diferente da linha Jovem Advogado, esta é específica para os
profissionais que já possuem CNPJ, que poderão pleitear crédito de até R$ 20
mil, com juros de 2% ao mês.
A Agência de Fomento do
Amapá (AFAP)
“A AFAP está de portas abertas para receber qualquer classe
empreendedora e discutir financiamentos. O governador Waldez apoia e incentiva
esse tipo de ação para fortalecer e amadurecer o mercado local”, destacou o
presidente da AFAP, Francisco de Assis Costa.
Evasão escolar nas
universidades do Amapá
A
evasão no ensino superior é um problema que atinge até mesmo o cenário
internacional, afetando os resultados dos sistemas educacionais, além disso,
são desperdícios sociais, acadêmicos e econômicos.
A
evasão conceitua-se como a saída do estudante da universidade ou de um de seus
cursos, de maneira definitiva ou temporária, por qualquer motivo, financeiro,
econômico ou social, exceto a diplomação.
De
acordo com a edição do Mapa do
Ensino Superior no Brasil publicado em 2016 onde é apresentado os números de
matrículas e de ingressantes no ensino superior em 2015 e projeções para 2016
e, também, ao trazer dados sobre as Instituições do Ensino Superior do Amapá.
Crescimento de Cursos
superiores no Amapá
Em
16 anos o Amapá registrou um crescimento de 807% no total de cursos
presenciais, saindo de 15 cursos em 2000 e chegando a 136 em 2014. Na rede
privada houve um grande aumento saindo de 4 cursos em 2000 para 73 em 2014.
Vale destacar que os tradicionais cursos presenciais de Direito (4,6 mil),
Enfermagem (1,9 mil) e Administração (1,6 mil matrículas) foram os mais
procurados pelos estudantes nas IES privadas no Estado. Na modalidade de ensino
a distância (EAD), o curso de Pedagogia liderou a procura com 1,9 mil matrículas
registradas.
Concluintes dos Cursos
Superiores no Amapá
Em
2014 o número de concluintes em cursos presenciais (que finalizam o último ano
de um curso) totalizou 3,2 mil alunos (2,2 mil na rede privada e 1 mil na
pública), número 14% maior que em 2013 quando registrou 2,8 mil concluintes.
Evasão escolar
A
porcentagem de evasão anual dos cursos presenciais no Estado chegou a 20,7% na
rede privada e 20,1% na pública, ficando a mesorregião Sul do Amapá com índice
igual à do estado (20,7%). Nos cursos a distância (EAD), o índice de evasão
anual chegou a 32,6% na rede privada e 28% na pública.
Outro
dado interessante revela que o Estado do Amapá tem entre a população
economicamente ativa apenas 21,5 mil trabalhadores empregados com carteira
assinada, ou 16,2% do total, têm nível superior completo. No entanto, de 2013
para 2014, houve um crescimento nesse índice de 21,3%. O maior contingente de
trabalhadores com carteira assinada no estado é formado por pessoas com ensino
médio completo: 81,7 mil, ou 61,5% do total. Também nesse grau de instrução
houve crescimento de 4,1%.
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