Gestão Clécio Luís coloca Macapá em ranking negativo entre as capitais.
ESPERANDO UMA CRECHE EM MACAPÁ |
Reeleito para um segundo mandato, o prefeito Clécio Luís apresenta sete
meses depois um balanço decepcionante de sua administração incipiente e com
agregação de situações que pioram sua imagem de administrador público e
prejudica mais ainda seus planos políticos e do seu grupo.
Reinaldo Coelho
Macapá, infelizmente tem sido impactada com
notícias negativas sobre a atual administração municipal no cenário nacional.
Segundo a pesquisa encomendada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro
(FIRJAN), em todo o país, a respeito do equilíbrio das contas públicas nas
prefeituras municipais, Macapá figura na penúltima posição, de acordo com o
Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF).
A pesquisa que foi divulgada em 11 de agosto,
mostrou que a capital do Amapá ficou com 0,4769 de média nos cinco quesitos,
que dão nota final entre 0 e 1. Macapá teve avaliação crítica nas áreas – "gastos
com pessoal", "receita própria", e investimentos", ficando
na 26º colocação entre as capitais e na 2132º posição entre todos os municípios
brasileiros.
Um levantamento recentemente produzido pelo
Instituto Trata Brasil, mostrou a vulnerabilidade da cidade de Macapá. O estudo
analisou as condições de saneamento básico das 100 maiores cidades brasileiras.
A capital do Amapá sempre ocupa os últimos lugares nas pesquisas sobre
saneamento básico feitas no país, dessa vez esteve colocada entre as três
piores do Brasil, estando em 98º lugar. E sabe quanto o prefeito Clécio Luís
alocou no orçamento para investir no saneamento básico de Macapá? R$ 1 milhão.
Na segunda-feira (14), Macapá apareceu
em mais uma matéria vinculada pela TV Globo, através do Bom Dia Brasil, como
uma das cidades que receberam recursos da União para construção de creches e
não foram construídas.
A reportagem global foi baseada nos estudos da ONG Transparência Brasil que foi a campo analisar os dados fornecidos pelo Ministério da Educação e a conclusão foi de que das 7.453 em andamento, 2.142 estão paradas e 1.255 atrasadas, são mais de R$ 1 bilhão e meio em obras de creches paradas em todo o Brasil. Estes recursos são do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação que paga pela construção de creches e escolas nos municípios brasileiros. De acordo com a ONG somente 37% das obras foram fiscalizadas pelo MEC.
No mesmo estudo da Transparência
Brasil, na capital amapaense, não existe uma creche pública para atender quase
29 mil crianças que aguardam a construção de creches para estudarem. E segundo
o IBGE somente 9% dessas crianças são atendidas por creches em Macapá através
de redes privadas ou de atendimentos sociais.
Entre essas mais de duas mil obras paradas,
Macapá colabora com duas, sendo uma no Distrito de Fazendinhas, somente os
alicerces e outra no Bairro Novo Buritizal com mais de 50% prontas e paralisada
desde setembro de 2016.
Muitas promessas
Neste segundo mandato o prefeito
reiteradamente vem prometendo o retorno das obras e resolveu cortar 50% da
promessa e agora promete a entrega de cinco até o final de 2017. Mas, como as
previsões da atual gestão não se cumprem, tendo vista outras datas remarcadas,
dificilmente isso vai acontecer. Pois, somente 120 dias nos separam do fim do
ano e a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) informou que captou recursos
federais para o início das obras, isso em julho. Ou seja, ainda não houve
licitação.
A única creche que teve sua construção
iniciada no primeiro mandato de Clécio Luís, a creche Tia Chiquinha, no bairro
Novo Buritizal, na Zona Sul de Macapá, está sem data definida para ser
entregue. A previsão de entrega era novembro de 2016. A construção iniciou
em março de 2015 com orçamento de R$ 1.835.374, ou seja, a dois anos.
O titular da SEMED, Moisés Rivaldo, explicou
que todo o processo das dez creches foi iniciado em 2013, e que em função da
defasagem de preços, uma nova proposta foi feita ao Ministério da Educação, que
liberou verba para cinco.
"Reduzimos esse projeto de dez,
porque até mesmo esses recursos já estão defasados. Então conversamos e
reduzimos para cinco e em cada creche dessas vamos ter um atendimento para 240
crianças no nosso município", explicou Moisés.
Na mesma reportagem, do ‘Bom Dia Brasil’,
foi vinculada a inconstâncias de repasse dos recursos e de fiscalização das
obras pela União. Porém, podemos reforçar que se a atual gestão priorizasse o
que determina a Constituição Federal, alocaria recursos e executaria essas
obras que são essências para a educação de crianças e ajudaria a maioria dos
pais a conseguirem empregos.
Esses recursos existem nos cofres municipais, o prefeito vai gastar este ano R$ 5 milhões em publicidade e de acordo com o projeto da Creche Tia Chiquinha de R$ 1.835.374, daria para construir no mínimo duas creches. Acompanhe os supérfluos gastos pela atual gestão.
Um segundo mandato cheio de engodo
A vitória de Clécio no segundo turno para
prefeitura de Macapá marcou como a primeira eleição vencida pela Rede em uma
capital de estado após ter sido recentemente criada pela ex-senadora Marina
Silva.
Clécio que já passeou pelo PT, PSol e hoje na
Rede mostra que está entre os políticos que vão para novas legendas por
ideologia à fisiologia. Antes de ocupar a prefeitura, ele
foi vereador da capital por dois mandatos consecutivos, o primeiro pelo PT e o
segundo pelo PSOL, mesmo partido em que se elegeu para o executivo. A mudança
para a Rede ocorreu em 2016, as vésperas das eleições municipais.
O atual prefeito obteve mais de 60,50% dos votos
no segundo turno das eleições municipais de 2016, e era a bandeira política da
esquerda e da direita (DEM), e a demonstração da capacidade para dirigir a
capital do Estado.
Essa inconstância política vem se refletindo nas
ações administravas de suas gestões. No primeiro mandato, Clécio não cumpriu
suas promessas políticas e alegou a crise, falta de recursos, dividas etc...,
voltou aos palanques e pediu mais uma oportunidade para cumpri-las e lhe foi
dado.
Porém, o que se vê são as continuidades das
promessas descumpridas, nada nestes sete primeiros meses da segunda
administração foi feita, além das rotinas do município.
"Nada mudou. Os defeitos de Macapá continuam
sendo os mesmos, e com o tempo pioram", declara um gerente de restaurante
da orla de Macapá, que não quis se identificar, pelo óbvio.
No primeiro mandato, Clécio Luís era o garoto
propaganda de seu mandato, os holofotes sempre miravam sua figura política e a
habilidade de mestre de sala de aula, era visível em suas entrevistas, sempre
decoradas e pontuadas nos grandes feitos, que infelizmente os seus eleitores
descobriram que era “propaganda enganosa” e hoje reclamam no “PROCON” por terem
comprado a mercadoria errada.
Agora "Clécio
fala pouco, aparece pouco, o seu partido a REDE não fala de Macapá, melhor não
chamar a atenção, só quem está aparecendo é o senador Randolfe Rodrigues”,
acredita um colega de magistério do prefeito.
“Votei nele no segundo turno, sem grande convicção, mas com um pouco de
esperança pensava que algo seria feito e seis meses mais tarde, nada.
Infelizmente uma grande decepção e tenho de esperar três anos ainda", desabafa Manoel Diego Santos, habitante da Zona Norte de Macapá. "Nunca vi uma Macapá como neste
momento, os bairros da periferia estão totalmente abandonados e agora chegou o
verão e com ele a poeira. Será que o prefeito vai trabalhar por aqui ou só nos
bairros da elite?".
Nada, nada, nada mesmo...
A situação é triste. Faltam remédios nos postos
de saúde, as ruas estão em situação pior do que nunca. Tudo andava sendo
colocado na conta da pindaíba municipal.
"Podemos dizer que o balanço é catastrófico de todos os pontos de
vista (...). Clécio não soube criar uma equipe dirigente. Não há nenhuma
atividade da administração. É um prefeito interino que administra o dia a
dia", disse um morador da Zona Leste, acrescentando
que as ruas da capital estão "abaixo
de cidades do interior".
"Não tapar os buracos, não consertar o asfalto, não limpar os
espaços verdes, não podar as árvores: ele escolheu não fazer nada neste
primeiro semestre"
"Os transportes públicos funcionam muito
mal, tudo está muito ruim. Nada mudou. Só o preço das passagens que mudou, para
mais cara", garante Domingas Vilhena, dona de casa.
Vamos aos fatos, com referência a queixa de Dona
Domingas Vilhena, realmente o aumento da tarifa de ônibus de Macapá de R$ 2,75
para R$ 3,25, em julho, foi determinado pela justiça, mas convenhamos já era
previsível este aumento, pois em 11 de abril o Conselho Municipal de Transporte
de Macapá, formado pela Companhia de Trânsito e Transporte (CTMac), empresas,
além de entidades estudantis e sociais tinha aprovado o aumento da tarifa
cobrada na passagem de ônibus em Macapá, no mesmo molde determinado pela
justiça.
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Prédio da creche foi iniciado e paralisado |
O que perguntamos é o porquê da decisão do
conselho que foi encaminhada para a Câmara de Vereadores de Macapá, responsável
por debater e aprovar, ou não, o valor. Não foi debatida, não foi aprovada, não
foi rejeitada e somente após o juiz Mário Mazurek, da 2ª Vara Cível e de
Fazenda Pública de Macapá, determinar o aumento da tarifa de ônibus de Macapá
que os senhores vereadores despertaram e começaram a ser contra?
No último aumento da passagem, em 2015, o pedido
não foi analisado pelo Município e provocou o SETAP a fazer a solicitação à
Justiça, que, após contratar um perito, determinou em setembro do mesmo ano o
aumento para R$ 2,75. Isso é bom politicamente, pois o prefeito e os vereadores
“lavam as mãos” e a justiça é a “culpada”.
Cemitérios “assombrados”
Você que foi ao cemitério São Francisco, Zona
Norte, no Dia dos Pais, teve que levar guia, senão ia se perder no matagal, e
ter cuidado com as cobras, este foi a postagem de Jose Barbosa Tomahawh em sua
rede social “...vejam como esta de tanto mato...inclusive nesta foto tem uma
criatura ao lado desta sepultura, claro que não cheguei perto para perguntar se
era alguém vivo, ou o próprio defunto fazendo limpeza de sua sepultura... do
jeito que a coisa não é de duvidar que o próprio defunto roçando”.
Outra que reclamou foi a dona de casa Maria
Divina Diniz (58) reservou uma tarde para cuidar da limpeza dos túmulos de seus
entes queridos enterrados no cemitério São Francisco de Assis e encontrou dois
túmulos, pois um já está perdido no meio do matagal e já até perdeu as esperanças
de encontrar a sepultura da irmã, além do medo de encontrar uma cobra ou outro
bicho enquanto procura.
Segundo Silvio Rodrigues, responsável
pela administração do cemitério, a limpeza ainda não tinha sido concluída devido
o pequeno quadro de empregados e que estes já estavam escalados para as
limpezas dos balneários da cidade, o que atrasou o serviço nos cemitérios.
Investindo em proveito próprio
Em meio a falta de investimentos como
asfaltamento da cidade, construção de escolas, creches e passarelas nas áreas
de ressacas, salta aos olhos os dados do portal da Transparência da prefeitura
de Macapá onde aponta que em 2016 os gastos da prefeitura em segmentos que não
são importantes para o contribuinte macapaense ou quando são os valores são absurdamente
altos.
Se as prioridades do prefeito Clécio
Luís (Rede) foram medidas através de números, entre a publicidade e a
manutenção e revitalização das feiras, a primeira lidera. É o que mostra
levantamento feito junto ao Portal de Transparência da prefeitura Municipal de
Macapá.
De acordo com os dados, Clécio vai
gastar R$ 5 milhões com publicidade. Destes, pouco mais de R$ 3 milhões já
foram empenhados. Ainda segundo o Portal da Transparência, os recursos para
manutenção e revitalização das feiras de Macapá, somam pouco mais de R$ 3
milhões. Que o diga a Feira Municipal da 1º de Maio.
Comparando a publicidade de Clécio e os
investimentos na drenagem de águas pluviais nas áreas urbanas e rurais do
município deve ter aporte financeiro de R$ 500.000,00 neste ano, em um total de
R$ 1 milhão, valor muito baixo para uma cidade que é a 3º
pior cidade do Brasil entre as 100 maiores no quesito saneamento básico.
Outro gasto da PMM que chamou a atenção
é com a locação de carros. Em 2016 o gasto com locação de bens móveis de outras
naturezas e intangíveis chegou ao valor de R$ 21.170.870,82. Os recursos foram
pagos a diversas empresas e cooperativas que locam veículos leves e pesados a
PMM. Entre 2015 e 2016 o aumento foi de 30%. Em 2013 o custo foi de R$ 4.056.476,28,
um salto de 421%.
Confrontado com a secretaria de Estado
dos Transportes (Setrap) que faz a conservação de inúmeros ramais e acessos nos
16 municípios e tinha os maiores contratos para locações de veículos, junto com
a secretaria de Agricultura, mostra que em 2016, os valores gastos com alugueis
de veículos somaram pouco mais de R$ 4,5 milhões. Essa é a gestão Clécio Luís, decepcionante!
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