“Sou a
favor de operações com Mineradoras trabalhando dentro da Lei em nosso Estado,
visto que o Governo Federal não consegue administrar e fiscalizar, está
deixando que ONG's estrangeiras dominem e Administrem a floresta Amazônica. E
os nativos e cabocos da Amazônia não tem direito ao desenvolvimento?”
Altamir Guiomar dos Santos –
Técnico em Administração – ex-funcionário da ICOMI
Reinaldo Coelho
A
editoria do pioneirismo amapaense, traz essa semana, a história de um
santanense que nasceu quando Santana era Distrito de Macapá e a primeira
mineradora se implantou no Amapá – A ICOMI, 5º filho de uma prole de 11 irmãos
e de um casal vindo das ilhas do Pará, para participar da implantação da
mineradora em Serra do Navio.
Altamir
Guiomar dos Santos, macapaense (santanense) 05/09/1954, 63 anos é filho de
Eládio dos Santos e Coleta Guiomar dos Santos, dona de casa.
A
implantação da ICOMI no Amapá, que perdurou mais de meio século, modificou o
relacionamento das empresas com os seus funcionários, antes da ICOMI funcionava
os “barracões” e pagamento através de fornecimentos de gêneros alimentícios, a
partir da ICOMI, passou seus funcionários terem o regime CLT, com direito a
moradias digna, tratamento de saúde e fornecimento de educação aos seus
dependentes.
Isso
moldou o sistema de família nortista, que adotou muito da cultura americanizada
e a própria alimentação teve uma mudança radical. Além, de trazer mãos de obras
das regiões ribeirinhas e de outros Estados para o Amapá. E dando uma
estruturação de cidade com arquitetura americana adaptada para o meio da
floresta amazônica.
Essa
situação foi vivenciada pelo nosso pioneiro, pois seus pais, são das ilhas do
Pará e ao saberem da implantação da mineradora no Amapá, vieram atrás de
emprego e conseguiram. “Meu pai foi
contratado como servente no escritório central da ICOMI, em Serra do Navio, e
minha mãe, além da criação dos filhos contribuía como costureira dos uniformes
dos funcionários, principalmente dos Bombeiros Voluntários da empresa,
aumentando assim a renda da família”, explicou.
Altamir
Guiomar dos Santos, conta que os 12 anos que sua família passou em Serra do
Navio foram os melhores de sua vida. “Tive uma infância agradável e segura,
nossas brincadeiras eram sadias, peladas de futebol, empinar papagaios, jogar
bola de gude. Além de frequentar uma escola, onde tínhamos os melhores
professores do sul do país, contratados exclusivamente para nos educar. Além de
um sistema de saúde, onde tinha o melhor hospital de referência na Região
Norte”.
Esse
sistema de saúde tinha uma preocupação principalmente com as doenças tropicais
que minavam a vida dos amazônidas. “As doenças tropicais, Malária, hepatite e a
febre amarela eram combatidas com intensidade pelas equipes sanitárias, eles
pernoitavam nos igarapés ao redor da vila, para combater os mosquitos, pois a
ICOMI tinha essa preocupação de não ter uma epidemia que atingisse seus funcionários
e moradores de Serra do Navio. O Hospital era referência nacional”.
Quando
da transferência de seu pai, para trabalhar no escritório da empresa em
Santana, seu deu para a continuidade dos estudos dos filhos. “Meu pai foi
transferido para Santana e fomos morar na Vila Amazonas, para que pudéssemos
dar continuidade aos nossos estudos de segundo grau. Eu continuei os estudos na
Escola da Vila Amazonas, depois fui para o Ginásio Augusto Antunes, também
tinha patrocínio da ICOMI, conclui meu curso de Técnico em Administração de
Empresa no Colégio Comercial do Amapá”.
Altamir
conta que sua juventude obedecia o de melhor que tinha época. “Não tinha maldades na juventude da minha
época, os desentendimentos eram resolvidos na hora e após tudo normalizava. Tínhamos
o melhor Estádio de Futebol do Norte do Brasil o Augusto Antunes, onde
assistíamos os embates do Campeonato Amapaense de Futebol”.
Quando
completou a maioridade, Altamir Gouveia estagiou no Banco da Amazônia S/A, por
dois anos, foi na época da implantação do Banco Brasileiro de Descontos
(Bradesco) no Território do Amapá, fui contrato para atuar na agência central.
Nesse período a Brumasa, que era do grupo Caemi, o mesmo da ICOMI foi
constituída então fui contratado e passei a trabalhar no setor de Recursos
Humanos, mais precisamente no setor de Folha de Pagamento. Logo em seguida
chegou no sul do Amapá a Jari Celulose, do Grupo Ludwig, voltei para Santana e
fui para a Companhia de Dendê do Amapá (CODEPA), produtora de Óleo de Dendê do
mesmo grupo. Como todas essas empresas eram do mesmo grupo, ficamos sendo
reversados entre elas. Passei muitas temporadas na Ancel, Codepa, Brumasa e
ICOMI, foi um grande aprendizado, saímos melhor de que entravamos, passei 23
anos no gripo CAEMI. Fui servidor em comissão da Prefeitura de Santana”.
Família
Altamir
Guiomar dos Santos está completando 44 anos de casado, tem sete filhos, todos
com curso superior, que vai do Magistério ao Direito. Casado desde 1973 com a
Pedagoga e Filosofa Raimunda Mendes dos Santos. “Casei com 18 anos de idade,
estamos com 44 anos de casados. Minha esposa Raimunda Mendes, uma mulher
guerreira, que me ajudou a criar sete filhos e temos três netos. Graças a Deus,
os meus filhos estão todos formados, minha filha caçula e professora de Libras
na UNIFAP”.
Morador
após a aposentador de seu pai, Eládio dos Santos, da Avenida Castelo Branco e
após seu casamento adquiriu sua residência na Avenida Princesa Isabel, onde
reside até hoje. “Sou morador a décadas dessa avenida, aqui criei meus filhos e
alguns ainda moram comigo”.
Altamir
é administrador do Grupo público ICOMI, na rede social,
https://www.facebook.com/groups/icomi/?fref=ts, onde passa seu tempo
atualizando imagens sobre a empresa mineradora e seus funcionários, tem 2.491
membros e é bastante visitada.
Nestas
seis décadas vividas ativamente, em Santana, Altamir viu a história ser escrita
e acompanhou como ator dessas mudanças sofridas pelos santanenses. De uma
simples vila, Santana se tornou Distrito de Macapá, depois se emancipou e hoje
é o segundo maior município do Amapá. Viu dezenas de empresas se alternarem na
exploração mineral de Serra do Navio e adjacências. Sofreu com a decadência das
instalações administrativas e principalmente das lindas Vilas de Serra do Navio
e Vila Amazonas, que estão perdendo suas características e ele reclama mais da
destruição da Estrada de Ferro do Amapá, que tanto beneficiou os moradores
rurais do entorno da EFA, que transportava suas produções agrícolas sem cobrar
fretes. “Infelizmente, foi o descaso com o patrimônio público amapaense que
estamos perdendo o que foi construindo em cinquenta anos, está se destruindo em
cinco anos. É culpa das mineradoras é sim, mais ainda de quem deverias
fiscaliza-las e cobrar a manutenção desses empreendimentos. O Poder Público é o
responsável pelo patrimônio do Amapá”, finalisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário