sexta-feira, 15 de setembro de 2017

PIONEIRISMO



 


“Sou a favor de operações com Mineradoras trabalhando dentro da Lei em nosso Estado, visto que o Governo Federal não consegue administrar e fiscalizar, está deixando que ONG's estrangeiras dominem e Administrem a floresta Amazônica. E os nativos e cabocos da Amazônia não tem direito ao desenvolvimento?”


Altamir Guiomar dos Santos – Técnico em Administração – ex-funcionário da ICOMI

Reinaldo Coelho

A editoria do pioneirismo amapaense, traz essa semana, a história de um santanense que nasceu quando Santana era Distrito de Macapá e a primeira mineradora se implantou no Amapá – A ICOMI, 5º filho de uma prole de 11 irmãos e de um casal vindo das ilhas do Pará, para participar da implantação da mineradora em Serra do Navio.
Altamir Guiomar dos Santos, macapaense (santanense) 05/09/1954, 63 anos é filho de Eládio dos Santos e Coleta Guiomar dos Santos, dona de casa.


A implantação da ICOMI no Amapá, que perdurou mais de meio século, modificou o relacionamento das empresas com os seus funcionários, antes da ICOMI funcionava os “barracões” e pagamento através de fornecimentos de gêneros alimentícios, a partir da ICOMI, passou seus funcionários terem o regime CLT, com direito a moradias digna, tratamento de saúde e fornecimento de educação aos seus dependentes.

Isso moldou o sistema de família nortista, que adotou muito da cultura americanizada e a própria alimentação teve uma mudança radical. Além, de trazer mãos de obras das regiões ribeirinhas e de outros Estados para o Amapá. E dando uma estruturação de cidade com arquitetura americana adaptada para o meio da floresta amazônica.

Essa situação foi vivenciada pelo nosso pioneiro, pois seus pais, são das ilhas do Pará e ao saberem da implantação da mineradora no Amapá, vieram atrás de emprego e conseguiram. “Meu pai foi contratado como servente no escritório central da ICOMI, em Serra do Navio, e minha mãe, além da criação dos filhos contribuía como costureira dos uniformes dos funcionários, principalmente dos Bombeiros Voluntários da empresa, aumentando assim a renda da família”, explicou.

Altamir Guiomar dos Santos, conta que os 12 anos que sua família passou em Serra do Navio foram os melhores de sua vida. “Tive uma infância agradável e segura, nossas brincadeiras eram sadias, peladas de futebol, empinar papagaios, jogar bola de gude. Além de frequentar uma escola, onde tínhamos os melhores professores do sul do país, contratados exclusivamente para nos educar. Além de um sistema de saúde, onde tinha o melhor hospital de referência na Região Norte”.

Esse sistema de saúde tinha uma preocupação principalmente com as doenças tropicais que minavam a vida dos amazônidas. “As doenças tropicais, Malária, hepatite e a febre amarela eram combatidas com intensidade pelas equipes sanitárias, eles pernoitavam nos igarapés ao redor da vila, para combater os mosquitos, pois a ICOMI tinha essa preocupação de não ter uma epidemia que atingisse seus funcionários e moradores de Serra do Navio. O Hospital era referência nacional”.
Quando da transferência de seu pai, para trabalhar no escritório da empresa em Santana, seu deu para a continuidade dos estudos dos filhos. “Meu pai foi transferido para Santana e fomos morar na Vila Amazonas, para que pudéssemos dar continuidade aos nossos estudos de segundo grau. Eu continuei os estudos na Escola da Vila Amazonas, depois fui para o Ginásio Augusto Antunes, também tinha patrocínio da ICOMI, conclui meu curso de Técnico em Administração de Empresa no Colégio Comercial do Amapá”.
Altamir conta que sua juventude obedecia o de melhor que tinha época. “Não tinha maldades na juventude da minha época, os desentendimentos eram resolvidos na hora e após tudo normalizava. Tínhamos o melhor Estádio de Futebol do Norte do Brasil o Augusto Antunes, onde assistíamos os embates do Campeonato Amapaense de Futebol”.

Quando completou a maioridade, Altamir Gouveia estagiou no Banco da Amazônia S/A, por dois anos, foi na época da implantação do Banco Brasileiro de Descontos (Bradesco) no Território do Amapá, fui contrato para atuar na agência central. Nesse período a Brumasa, que era do grupo Caemi, o mesmo da ICOMI foi constituída então fui contratado e passei a trabalhar no setor de Recursos Humanos, mais precisamente no setor de Folha de Pagamento. Logo em seguida chegou no sul do Amapá a Jari Celulose, do Grupo Ludwig, voltei para Santana e fui para a Companhia de Dendê do Amapá (CODEPA), produtora de Óleo de Dendê do mesmo grupo. Como todas essas empresas eram do mesmo grupo, ficamos sendo reversados entre elas. Passei muitas temporadas na Ancel, Codepa, Brumasa e ICOMI, foi um grande aprendizado, saímos melhor de que entravamos, passei 23 anos no gripo CAEMI. Fui servidor em comissão da Prefeitura de Santana”.

Família


Altamir Guiomar dos Santos está completando 44 anos de casado, tem sete filhos, todos com curso superior, que vai do Magistério ao Direito. Casado desde 1973 com a Pedagoga e Filosofa Raimunda Mendes dos Santos. “Casei com 18 anos de idade, estamos com 44 anos de casados. Minha esposa Raimunda Mendes, uma mulher guerreira, que me ajudou a criar sete filhos e temos três netos. Graças a Deus, os meus filhos estão todos formados, minha filha caçula e professora de Libras na UNIFAP”.
Morador após a aposentador de seu pai, Eládio dos Santos, da Avenida Castelo Branco e após seu casamento adquiriu sua residência na Avenida Princesa Isabel, onde reside até hoje. “Sou morador a décadas dessa avenida, aqui criei meus filhos e alguns ainda moram comigo”.
Altamir é administrador do Grupo público ICOMI, na rede social,
https://www.facebook.com/groups/icomi/?fref=ts, onde passa seu tempo atualizando imagens sobre a empresa mineradora e seus funcionários, tem 2.491 membros e é bastante visitada.

Nestas seis décadas vividas ativamente, em Santana, Altamir viu a história ser escrita e acompanhou como ator dessas mudanças sofridas pelos santanenses. De uma simples vila, Santana se tornou Distrito de Macapá, depois se emancipou e hoje é o segundo maior município do Amapá. Viu dezenas de empresas se alternarem na exploração mineral de Serra do Navio e adjacências. Sofreu com a decadência das instalações administrativas e principalmente das lindas Vilas de Serra do Navio e Vila Amazonas, que estão perdendo suas características e ele reclama mais da destruição da Estrada de Ferro do Amapá, que tanto beneficiou os moradores rurais do entorno da EFA, que transportava suas produções agrícolas sem cobrar fretes. “Infelizmente, foi o descaso com o patrimônio público amapaense que estamos perdendo o que foi construindo em cinquenta anos, está se destruindo em cinco anos. É culpa das mineradoras é sim, mais ainda de quem deverias fiscaliza-las e cobrar a manutenção desses empreendimentos. O Poder Público é o responsável pelo patrimônio do Amapá”, finalisa.

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