sexta-feira, 3 de novembro de 2017

SAÚDE EM FOCO

             NA MENTE SE ESCONDE NOSSA SANIDADE FÍSICA E EMOCIONAL


         A emoção, os pensamentos, a personalidade e o caráter são dimensões que pouco se atribuí como elementos de nossa saúde. Passam despercebidos ou negligenciados pela maioria das pessoas e pela própria Medicina. Os campos das emoções e dos sentimentos ficam escondidos, camuflados e reprimidos.
         Mas querendo ou não, somos movidos pelas energias mentais, que interferem nas células nervosas, nos impulsos cardíacos, na secreção de nossas glândulas e nos nossos relacionamentos. A reação de fuga e luta oriunda do estresse se inicia com as emoções, gerando uma cascata de reações químicas e centenas de resultados que interferem em nossa saúde. Estamos em constante busca pelo equilíbrio e a natureza prima pela harmonia.
         Com o evoluir da idade as emoções tendem a causar desprazer, por isso as doenças mentais e emocionais tendem a ser mais comuns nos idosos que nem crianças. Às experiências existenciais se associam as ansiedades, as necessidades, os compromissos, a competição no trabalho, dando lugar a reações doentias.  
         Grande parte das manifestações doentias possui um componente físico e bioquímico importante. Temos as psicossomáticas que se manifestam com sintomas físicos, mas decorrentes de distúrbios mentais e emocionais. Mas isso não tudo. Parte considerável das reações físicas, mentais e emocionais é decorrente do que esta acontecendo em sua vida e em seu estilo de vida e que influenciam diretamente a saúde.
         Em sua obra “PoderosaMente”, a Médica americana Dra. Lissa Rankin, aposta num novo estilo de abordagem dos pacientes, não esperando apenas alterações de exames bioquímico, mas avaliando outros aspectos da vida que afetam sua subjetividade e suas emoções. Avaliando pacientes que potencialmente poderiam ser saudáveis, pois tinham uma dieta vegetariana, faziam exercícios, dormiam bem, tomavam suplementos e gastavam recursos com terapias complementares, ou seja, tinham um estilo de vida considerado saudável, porém apresentavam sintomas aparentemente inexplicáveis.
        Os estudos de Rankin (2016) chegaram à conclusão que outros fatores  afetavam a vida e a saúde desses pacientes “aparentemente saudáveis”, como relacionamento conjugal e amoroso, diversão, trabalho, situação financeira, expressão criativa, prazer sexual, conexão espiritual. Dai veio uma observação: as insatisfações com a vida e as crises existenciais estavam interferindo em seu bem estar. Sentiam-se solitários, tristes em seus relacionamentos, estavam estressados com o trabalho, preocupados com as finanças ou mentalmente deprimidos.
      Na atualidade afastar ou omitir esses aspectos da vida cotidiana como elemento primordial da saúde é um grande equívoco, que deve ser considerado pela prática clínica da Medicina Clássica Ocidental, cujas especialidades reduzem o paciente ou uma doença, a um exame ou um conjunto de sintomas que deve ser debelado com remédios e explicado de maneira literal e cientificamente.
     Cliniquei por mais de 7 anos no Instituto de Pesquisa do Amapá-IEPA com pacientes idosos, portadores de doenças degenerativas e 1 ano e meio no Centro de Referencia em Tratamento Natural-CRTN, com diversas doenças crônico-degenerativas. Os melhores resultados foram obtidos com pacientes avaliados nos aspectos como a família, a aposentadoria, as preocupações, a atividade física, a alimentação, as angustias e decepções com outros tratamentos. A resolutividade dos resultados alcançados coincide com as observações da médica pesquisadora citada.

       A visão médica e da equipe de saúde tem que sair do convencional e partir para uma abordagem que inclua esses fatores na anamnese, buscando sempre uma abordagem e aproximação entre sintomas orgânicos e os aspectos gerais da vida cotidiana, sob pena de não fazê-lo perder a visão integral e existencial da saúde.    JARBAS ATAÍDE,  30.10.2017

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