Coronel Luiz Ribeiro de Almeida, que completou um século
de existência, ainda lúcido, reside atualmente com a família na capital
paraense. É um dos “Personagens Ilustres do Amapá”.
Coronel Luiz Ribeiro de Almeida: Um Século de Vida
Da Editoria
Há exatamente 100 anos nascia num sábado, 8
de dezembro de 1917, em Belém do Pará, LUIZ RIBEIRO DE ALMEIDA, filho de Luiz
Pampolha de Almeida e Maria de Lourdes Ribeiro de Almeida. Fez o primário no
Grupo Escolar Wenceslau Brás e o secundário no Ginásio Paes de Carvalho. Em
1935 ingressou na Faculdade Livre de Direito do Pará, bacharelando-se em
Ciências Jurídicas e Sociais pela turma de 1939, da qual foi orador oficial,
com o discurso tese "O Direito e a Unidade dos Povos do Mundo".
Simultaneamente recebeu a espada de aspirante-a-oficial da reserva do Exército
Nacional, pelo então CPOR/8ª Região Militar. Ocupou o cargo de Secretário
Seccional do Recenseamento, região do Xingu, no período de 1940/41, foi
designado Comissário Especial da Ordem Política e Social da Secretaria de
Segurança Pública do Pará. Coordenou junto ao governo do Estado e ao comando da
8ª RM o policiamento da costa da ilha de Marajó, visando a proteção da área
contra a espionagem e sabotagem pelos estrangeiros.
Em 1943, após o estágio regulamentar no 26
BC, foi convocado para a guerra, indo prestar serviços na 1ª Companhia de
Metralhadoras Antiaéreas, sediada em Val-de-Cans. Comandando o 4° Núcleo e
Oficial Instrutor. Já servindo no 27° BC, submeteu-se às provas de seleção para
o curso de paraquedismo, aprovado, mas não efetivado em virtude do término da
guerra.
Na qualidade de Comandante da Companhia de
Fronteiras, procedeu seu deslocamento de Belém para o Território do Amapá,
instalando-a na "Rasa", Município de Amapá, em 1949. Como
Subcomandante e Fiscal Administrativo, promoveu a extinção da 4ª Cia. de
Fronteira e da 1ª Cia. de Metralhadoras Antiaéreas.
No Amapá
Foi colocado à disposição do governo do
Território Federal do Amapá no ano de 1953, aceitando o convite do Governador Janary
Gentil Nunes, assumindo o cargo de Diretor da Divisão de Segurança e Guarda e
Comandante da Guarda Territorial, permanecendo até 1960, sendo eleito em
seguida, presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, quando então
se iniciavam as obras da Hidrelétrica Coaracy Nunes, na cachoeira do Paredão.
Deu o parecer técnico jurídico no contrato de empreitada com a TECHINT,
aprovado pelas partes. Retomou ao Exército passando a servir no Quartel-General
da 8ª RM, no posto de Capitão. Enquanto serviu ao Exército exerceu com destaque
as mais variadas funções compatíveis com suas patentes, até a de Ajudante Geral
da 8ª Região Militar (eventual), tendo em seu poder cerca de 35 elogios. Ao
passar para a reserva no posto de Ten-Cel, teve ligeiras, porém agitadas e
produtivas passagens no Amapá.
Assessor Jurídico do governo Terêncio Furtado
de Mendonça Porto, quando emitiu parecer sobre a reformulação do célebre
contrato do manganês, reforçando suas bases essenciais de manutenção dos 20% de
aplicação do seu lucro líquido e 10% de royalties para as obras do
"Paredão". Diretor Administrativo da CEA, quando teve participação
ativa e efetiva nas gestões, para elaboração e assinatura do contrato de
aquisição dos equipamentos eletromecânicos de duas unidades geradoras, junto à
empresa Marubeni-Ida de Tóquio, oriunda do Japão. No período de 1964 e 1970,
transferiu-se para Belém, se dedicando à área de Direito e ao Magistério,
ministrando sob a Cátedra do Dr. Daniel Coelho de Souza, a disciplina
"Introdução à Ciência do Direito", sendo homenageado pela turma de
Bacharéis de 1969.
De volta ao Amapá
Em 1970 retomou ao Amapá assumindo o cargo de
Secretário Executivo da Superintendência das obras do Paredão, contratado pela
Eletrobrás. Convidado pelo Prefeito Municipal de Macapá, comandante João de
Oliveira Côrtes, assumiu a chefia do gabinete, passando também a ministrar
aulas de "Sociologia Educacional" no IETA e "Organização
Política e Social" pelo CADES; instalou o MOBRAL, assumindo a presidência
da comissão municipal de Macapá e em seguida assumiu a Coordenação Territorial,
cargo que exerceu por 17 anos, conseguindo colocar o Amapá em destaque
nacional: melhor Índice da alfabetização entre todas as Unidades Federativas do
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com exceção de Brasília.
No governo do General Ivanhoé Gonçalves
Martins foi reconduzido à Diretoria Administrativa da CEA onde permaneceu cerca
de um ano e meio. Exerceu, por delegação do Ministro do Interior e Justiça o
cargo de Presidente do Conselho Territorial.
Em 1975 foi nomeado Secretário de Educação,
Cultura e Desporto pelo Governador Arthur de Azevedo Henning. Como rotariano
recebeu a missão de reorganizá-lo, do qual foi Secretário e Presidente, tendo
sido indicado governador do Distrito Rotário 449 por duas vezes. Fundou e
instalou, juntamente com os tenentes José Alves Pessoa e Uadih Charone, o Clube
Militar de Macapá com sede na Fortaleza de São José de Macapá. Reimplantou a
APAE, proporcionando-lhe a instalação e operação. Fundou a Casa do Lobinho
Antônio Sérgio, regularizando o seu funcionamento e, mais tarde, foi um dos
Diretores.
Desportista
Na área desportiva do Exército destacou-se
como campeão penta atleta no Norte por 3 anos; campeão olímpico de remo
(patrão), participando das modalidades de atletismo, voleibol e basquetebol,
foi considerado pelo comando como "oficial de excepcionais qualidades de
atleta da região".
Foi atleta de voleibol, basquetebol, diretor
de esportes do Amapá Clube no período de 1953/56. Instalou o Tribunal de
Justiça Esportiva na gestão do Presidente da Federação Amapaense de Desportos
Uadih Charone. Funcionou como Secretário Executivo no memorável "Congresso
das Federações do Norte", sob a coordenação de Pauxy Gentil Nunes. Presidiu
a Federação de Desportos Aquáticos, quando o Amapá sagrou-se vice-campeão
juvenil brasileiro e por vários períodos o Conselho Regional de Desportos,
quando instalou novas federações (atletismo, ciclismo e box). Instalou as Ligas
Esportivas Municipais de Amapá, Calçoene, Oiapoque e Mazagão. Foi representante
da "A Gazeta Esportiva" do Estado de São Paulo por 8 anos,
conseguindo enviar vários corredores para a "Corrida de São
Silvestre".
Família
Casou-se com D. Altair Machado de Almeida,
consagrada pianista amazonense, com passagens marcantes pelos teatros da
Amazônia e professora no Conservatório de Música do Amapá por 25 anos,
lamentavelmente já falecida, e que lhe deu os filhos Vânia Maria, Luiz Filho,
Maria Luiza, Marco Aurélio, Tereza Cristina, José Ronaldo e a filha de criação
Maria Luiza Lacerda.
Como Secretário de Educação, na gestão Gilton
Garcia, 1989/90, coordenou e promoveu junto ao Ministério de Educação e Governo
do Amapá, todas as gestões para a instalação definitiva da Universidade Federal
do Amapá – UNIFAP, da qual foi durante sua primeira fase um dos membros do
Conselho Universitário.
Participou com a equipe de educadores da
UNESPA e do Amapá, sob a coordenação do professor Edson Franco, das gestões
básicas para a futura instalação do Centro de Estudos Superiores do Amapá –
CEAP e ministrou a aula inaugural na abertura dos Cursos de Direito e Ciências
Contábeis. Hoje agraciado com o título de "Comendador da Ordem do Mérito
Advocatício no grau ouro" concedido pela OAB – seção do Pará.
(Fonte:
https://porta-retrato-ap.blogspot.com.br/2017/12/coronel-luiz-ribeiro-de-almeida-um_8.html )

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