A
ESPIRITUALIDADE E A FÉ AFETAM A SAÚDE
Nem
sempre relatamos nossa experiência de vida como base para os artigos. Buscamos
outros autores para basear nossas análises. Mas nesse artigo de final de ano,
tomei minha vivência comunitária ao tratar de espiritualidade e a relação com a
saúde. A vivência em grupos ou comunidades de apoio, valeu-me como sustentáculo
tanto para a vida pessoal, quanto para a vida profissional e a saúde.
A
vida acadêmica, como estudante de Medicina (Belém,1980),foi paralelamente
acompanhada de ativa participação e vivencia pastoral entre os jovens (Pastoral
da Juventude), que culminou com a atuação em 1990 no voluntariado, como Agente
de Pastoral da Saúde, onde vivenciei toda a realidade de serviço gratuito,
dedicação e atuação como leigo engajado na Igreja Católica. Época de
espiritualidade vivencial e enriquecimento na fé.
Estamos
no final do Ano, tempo de revisão e reflexão de vida. Tempo forte da
cristandade, onde o Natal de Jesus nos questiona e nos impulsiona a sermos
melhores do que ontem. A vivência religiosa nos faz refletir sobre nossas
escolhas, sobre a visão de mundo e de nossa contribuição para uma sociedade
melhor, com base no Evangelho de Jesus. Não só como Médico, mas como cidadão e
pessoa, superei dificuldades, conflitos e doenças porque estava fortalecido por
um grupo de amigos, por uma comunidade de fé.
Na
vivência religiosa e comunitária você mantém relacionamentos saudáveis, o que
está comprovada que afeta positivamente a mente e também o corpo. Estudo feito na Escola de Saúde Pública da
Califórnia e Instituto Buck (USA) avaliaram a prática religiosa e a baixa
mortalidade, concluindo com benéfico na expectativa de vida. Isso decorrente de
um estilo de vida positivo e livre de estresse, adotando a moderação e a
convivência harmoniosa.
Assistir
cultos religiosos, ecumênicos, missas e encontros, independente do credo,
trazem efeitos benéficos na recuperação da saúde, pois encoraja a socialização
e as pessoas que compartilham crenças acreditam no cuidado uns dos outros. Quem
“frequenta atividade religiosa regularmente vive em média sete a nos e meio (e
quase 14 anos, em afro-americanos) a mais do que as que nunca ou raramente
frequentam uma reunião religiosa” ( Robert
A, Hummer et al, 1999).
Vários
são os benefícios saudáveis para quem frequenta ou pratica uma atividade
espiritual, mesmo que não esteja filiada a nenhuma religião particular.
BENEFÍCIOS
SOCIAIS: previne o isolamento social e as pessoas ficam mais extrovertidas;
ocorre maior interação e apoio comunitário; a socialização de propósitos e
ações fazem com que compartilhem os ganhos e vitórias e acreditem em cuidar uns
dos outros. BENEFÍCIOS EMOCIONAIS: induz a reação de relaxamento; a fé num
poder maior (Deus) pode estimular emoções positivas de tolerância, prudência,
perdão e afeto; contra ataca o estresse; contribui para o estado de descanso
fisiológico; faz com que o corpo se autorregenere e cure a sí mesmo; alivia
emoções negativas como o ressentimento. BENEFÍCIOS FÍSICOS: “demonstram ter
pressão sanguínea mais baixa e risco reduzido de doenças cardiovasculares,
menores taxas de depressão e suicídio, de abuso de drogas e álcool; possuem
sistema imunológico mais forte”. (Lissa
Rankin,2016)
Portanto,
a espiritualidade, definida pelos cientistas como a busca pelo sagrado, trás
benefícios para à saúde quando se acredita no lado sagrado da vida: a beleza
escondida nas pequenas coisas e nos menores gestos; a santidade presente na
natureza; a benção das crianças; a percepção do trabalho como um chamado e um
dom (carisma); o corpo como recipiente do espírito de amor ao mundo; a
santidade do matrimônio; desperta qualidades que elevam a consciência e nos abre à acreditar
na transcendência. Tudo isso pode nos levar ao relaxamento do corpo, gerando
felicidade e, como resultado, melhor saúde. Macapá-AP, 22.12.20017.
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