Brasileiro
dividido entre o moral e o legal
A atual conjuntura
impõe ao brasileiro um drama instigante. Maniqueísmo entre o bem e o mal.
Nessa relação
binária está o legal representando o mal, pois nem sempre a lei e confeccionada
para atender o conjunto da sociedade e a moral representa o bom, o justo. Uma
prova factual sobre a imoralidade da lei é o auxílio moradia. Está incrustrado
na LOMAN-Lei da Magistratura Nacional, portanto, é legal. Aí, vem à perguntinha
inconveniente e, com ar de insatisfação: mas doutor, é moral? Juízes e membros
do Ministério Público respondem sem constrangimento e com ar de arrogância que
é legal, pouco importando se essa lei não guarde no seu bojo esse princípio tão
importante que a norma não deve prescindir. A moralidade.
São esses aspectos
que tem sido responsável pela torção do rabo da Porca. A moral segundo
Sócrates, é o único meio de se alcançar a felicidade ou semelhança com Deus,
que é ou deveria ser o fim supremo do homem. A palavra moral é originária do
latim “Morales”, ou seja, costumes. É o que de fato é legal e não a lei, pois a
lei nem sempre o direito pleno. O que a sociedade define como moral, ou seja, o
certo, então é certo alguém que ganha suficiente pelo trabalho que desenvolve e
possui casa própria receber auxílio moradia?
Hoje vivemos o
drama do papagaio (Pipa) que confeccionada sem esmero ficou assimétrica e não
vai ao ar. O dono num ato de reparar o mal feito coloca penso, mas ainda assim
o papagaio não se ajeita e continua a não sair do chão, o fim é a sua
destruição.
Nossa Constituição
confeccionada sob a égide do espírito democrático, libertário saiu garantindo
direito e mais direitos. Uma carta de fato vocacionada a dar ao cidadão plena
cidadania, porém, nossa sociedade ao que parece não estava preparada para
conviver com essas leis e hoje nossa constituição está cheia de penso, emendas
e quando não, é vítima do descumprimento e das interpretações particulares ao
sabor da cabeça dos magistrados do Supremo Tribunal Federal. Tá na hora de
guisa a Constituição?
Depois a intensa e
infinda discussão nos tribunais superiores sobre a prisão após condenação em
duplo grau de jurisdição, coloca em xeque o direito de o povo protestar. Os
caminhoneiros paralisaram e colaram em colapso a vida do brasileiro. Novamente
o que vemos são opiniões divididas. Uns entendendo que a paralização de uma
categoria ou classe é legítima, pois o direito de greve assegurado, outros
acham que o setor de transporte, por ser o modal responsável pelo abastecimento
das cidades, paralisá-lo é um golpe na estabilidade social.
De que lado você
fica?
Nesse momento
ficar em cima do muro é um ato covarde. Entendo que algo tem ser feito nesse
País que entrou em colapso moral, ético e de legalidade. E numa democracia,
onde o Poder emana do povo, e pelo povo deve ser exercido, ninguém mais que o
povo tem legitimidade para dizer o que quer. Esse País, da forma como as coisas
estão, quem quer?
A resposta está na
insatisfação do povo. As políticas econômicas equivocadas dos governos que
sucederam ao regime militar nos levaram à bancarrota. Resultado: um País
potencialmente rico, porém atravessando um mar de dificuldade em função da
irresponsabilidade dos governos. Agora a saída mais uma vez está em nossas
mãos.
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