Em primeiro debate com Haddad, candidatos à presidência
direcionam críticas ao PT
Presidenciáveis participaram de debate, na noite desta
quinta, promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Por Clara Sasse
Em
novo debate com os presidenciáveis, nesta quinta-feira (20), candidatos ao
Planalto direcionaram críticas ao governo do PT. Pela primeira vez, um
representante do partido compareceu para discutir propostas de governo em rede
nacional. Entre os temas, os aspirantes ao Planalto deram destaque a propostas
para saúde e criação de emprego. O debate foi promovido pela Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP).
No bloco em que os presidenciáveis responderam
perguntas de veículos de inspiração católica, o candidato do MDB, Henrique
Meirelles, afirmou que a atual situação de desemprego do país foi criada por
equívocos econômicos do governo de Dilma Rousseff (PT).
Ao
falar sobre a falta de oportunidades no mercado de trabalho para os jovens,
Meirelles citou o desemprego como porta de entrada para o crime organizado.
Como proposta para resolver o problema, o candidato do MDB afirmou que é
preciso dar oportunidades através do ensino integral nas escolas.
"Esta
tragédia foi criada por uma série de equívocos econômicos que foram praticados
no governo Dilma. Nesse momento se fez uma série de ações que desorganizaram a
economia. Agora nós começamos um trabalho de recuperação, o país começou um
trabalho de recuperação. Quando estive no Ministério da Fazenda, apenas no ano
de 2017, criamos dois milhões de empregos, mas isso foi só o início, porque
encontramos 14 milhões de desempregados”, afirmou.
Ciro
Gomes, candidato do PDT, alegou que a situação da saúde pública é o principal
problema do país e só será resolvida com a revogação da PEC do teto de gastos.
Ele propõe um sistema de premiação, no valor de R$ 100 mil ao ano, para as
unidades de saúde que atingirem metas de desempenho.
“A
minha ideia, nesse caso, é criar, segregando o orçamento que hoje é de R$ 128
bilhões para saúde, em R$ 4 bilhões. E esses R$ 4 bilhões serão
disponibilizados para um prêmio para cada unidade básica de saúde de todo o
Brasil que cumprir metas objetivas de satisfação do usuário e de prevenção”,
explicou.
Ao
ser questionado sobre a falta de credibilidade do PT por não ter criado, em 14
anos de governo, a cobrança de impostos sobre grandes fortunas, Fernando Haddad
respondeu que o ex-presidente Lula “colocou o pobre no orçamento pela primeira
vez”.
Haddad
comentou também a situação dos imigrantes no Brasil. Ele defendeu que o fluxo
migratório deve ser recebido com políticas públicas de inclusão. Acrescentou
que usará como exemplo o que já fez na cidade de São Paulo como forma de
combater a intolerância.
“A
intolerância está crescendo muito no mundo e o Brasil tem que dar exemplo de
paz. O Brasil é um país de paz. Nós temos que cultivar a paz interna e a paz
com os nossos vizinhos. Recrudescer a violência não vai levar a lugar nenhum”,
disse.
O
tucano Geraldo Alckmin (PSDB) foi o candidato que fez mais críticas diretas ao
PT. O ex-governador de São Paulo defendeu a reforma trabalhista e disse que o
Partido dos Trabalhadores foi o responsável por destruir as empresas estatais
com a política do “vale tudo para ganhar as eleições”.
“O
Brasil terá o ano que vem o sexto ano de déficit primário. Não precisaria PEC
do teto se não fosse o vale tudo do PT que não tem limites. Para ganhar
eleição, vale tudo e quem paga a conta é o povo”, criticou.
Também
participaram do debate os candidatos Álvaro Dias (Podemos), Marina Silva (Rede)
e Guilherme Boulos (PSOL). Líder nas pesquisas eleitorais, o candidato do PSL,
Jair Bolsonaro, não participou do evento, uma vez que segue internado em São
Paulo após sofrer um atentado no dia 6 de setembro.
O
próximo debate entre os presidenciáveis será realizado pelo SBT em parceria com
o UOL e a Folha de São Paulo, em 26 de setembro.
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