sábado, 1 de dezembro de 2018

Artigo do Gato



Se correr o bicho pega, se ficar ele come...

A situação do jovem da classe C, D, e E é inexoravelmente a morte. E o paradoxo dessa grave situação é que o Estado protagoniza a causa e a solução para o problema do jovem que nasce fora do estrito círculo da elite nacional.
Absoluta minoria no Brasil.
O Brasil não disfarça o ranço do agrarismo, das oligarquias, do coronelismo. Essas minorias dominam o Congresso Nacional, a Justiça e o Executivo, com raras exceções registradas na história do Brasil. Até porque quando um operário chegou ao poder foi parar atrás das grades. Os indicadores são realmente desalentadores. No Amapá, segundo informação do juiz João Bosco, trinta mil famílias moram no esgoto a céu aberto que são as áreas de ressaca, todas ocupadas com palafitas e aterros criminosos.
O jovem que nasce ali engrossa as estatísticas oficiais da criminalidade, e dos óbitos precoces, pois os jovens brasileiros, cada dia mais, invertem os valores e se confrontam com o Estado, que tem tirado esses marginais de circulação a bala. Vivemos uma guerra civil.
Um estudo feito pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade aponta que o Brasil, apesar de ter o PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 2,1 trilhões, o que coloca o Brasil como a 8ª economia do Planeta o País, enfrenta problema na distribuição de renda e no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
No G-20 somos o 18º colocado e no contexto mundial 73º.
Diante desse quadro insofismável fica fácil entender porque a população carcerária brasileira está estourada no seu limite tolerável. E também porque que a população brasileira composta por 200 milhões de pessoas, 600 mil vivem nas prisões.
Os dados são do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça (2014), por tanto carecendo de atualização, aponta que a população carcerária no Brasil cresce 7% ao ano e do universo de 622.202 presos um terço é composta por jovens entre 18 a 24 anos e se ampliarmos a juventude aos 29 anos o universo se amplia, teremos 18,9% da população brasileira e 55,08% da população carcerária do Brasil.
Esses dados isolados não servem para a realidade que quero mostrar, a qual o jovem nacional está submetido. Mas se juntarmos a isso que o País não prioriza a educação, a saúde e a segurança será fácil perceber que nossa juventude vive fora do alcance do braço Estatal. Some-se a isso a insipiente política de incentivo à cultura e ao esporte. Lógico que dinheiro nunca faltou ao Brasil, e sim compromisso dos que governam.
Esse jovem que não tem uma educação de qualidade, uma saúde pública na UTI e a segurança sendo tratada com total desrespeito e ausência de investimentos, esse jovem fica com a alternativa do crime, pois é o Estado paralelo é quem tem se feito presente, onde o Estado Legal está ausente.
Me parece que a solução para o abate do jovem brasileiro é simplista e cômoda. Encarcerar tem sido a primeira escolha do Estado que está disposto a endurecer o regime, mesmo que os indicadores da eficácia desse modelo sejam extremamente desestimuladores, o Estado entende que tem que se prender o jovem delinquente, só não responde quem prende a elite nacional causadora desse desacerto social que o Brasil vive.
O cidadão de bem, a classe média, os trabalhadores pobres são as grandes vítimas, sustentam a máquina pública perdulária e ineficiente do Brasil e é a principal vítima do Estado Paralelo, criminoso, que grassa nas ruas e avenidas desse País Continental.
Hoje, sem nenhum pessimismo, mas com o olhar firmado na realidade, o jovem brasileiro tem duas opções no Brasil, morrer ou morrer.

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