A situação
do jovem da classe C, D, e E é inexoravelmente a morte. E o paradoxo dessa
grave situação é que o Estado protagoniza a causa e a solução para o problema
do jovem que nasce fora do estrito círculo da elite nacional.
Absoluta
minoria no Brasil.
O Brasil não
disfarça o ranço do agrarismo, das oligarquias, do coronelismo. Essas minorias
dominam o Congresso Nacional, a Justiça e o Executivo, com raras exceções
registradas na história do Brasil. Até porque quando um operário chegou ao
poder foi parar atrás das grades. Os indicadores são realmente desalentadores.
No Amapá, segundo informação do juiz João Bosco, trinta mil famílias moram no
esgoto a céu aberto que são as áreas de ressaca, todas ocupadas com palafitas e
aterros criminosos.
O jovem que
nasce ali engrossa as estatísticas oficiais da criminalidade, e dos óbitos
precoces, pois os jovens brasileiros, cada dia mais, invertem os valores e se
confrontam com o Estado, que tem tirado esses marginais de circulação a bala.
Vivemos uma guerra civil.
Um estudo
feito pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade aponta que o Brasil, apesar de ter o PIB (Produto Interno Bruto)
de US$ 2,1 trilhões, o que coloca o Brasil como a 8ª economia do Planeta o País,
enfrenta problema na distribuição de renda e no IDH (Índice de Desenvolvimento
Humano).
No G-20
somos o 18º colocado e no contexto mundial 73º.
Diante desse
quadro insofismável fica fácil entender porque a população carcerária
brasileira está estourada no seu limite tolerável. E também porque que a
população brasileira composta por 200 milhões de pessoas, 600 mil vivem nas
prisões.
Os dados são
do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça (2014), por
tanto carecendo de atualização, aponta que a população carcerária no Brasil
cresce 7% ao ano e do universo de 622.202 presos um terço é composta por jovens
entre 18 a 24 anos e se ampliarmos a juventude aos 29 anos o universo se
amplia, teremos 18,9% da população brasileira e 55,08% da população carcerária
do Brasil.
Esses dados
isolados não servem para a realidade que quero mostrar, a qual o jovem nacional
está submetido. Mas se juntarmos a isso que o País não prioriza a educação, a
saúde e a segurança será fácil perceber que nossa juventude vive fora do
alcance do braço Estatal. Some-se a isso a insipiente política de incentivo à
cultura e ao esporte. Lógico que dinheiro nunca faltou ao Brasil, e sim
compromisso dos que governam.
Esse jovem
que não tem uma educação de qualidade, uma saúde pública na UTI e a segurança
sendo tratada com total desrespeito e ausência de investimentos, esse jovem
fica com a alternativa do crime, pois é o Estado paralelo é quem tem se feito
presente, onde o Estado Legal está ausente.
Me parece
que a solução para o abate do jovem brasileiro é simplista e cômoda. Encarcerar
tem sido a primeira escolha do Estado que está disposto a endurecer o regime,
mesmo que os indicadores da eficácia desse modelo sejam extremamente
desestimuladores, o Estado entende que tem que se prender o jovem delinquente,
só não responde quem prende a elite nacional causadora desse desacerto social
que o Brasil vive.
O cidadão de
bem, a classe média, os trabalhadores pobres são as grandes vítimas, sustentam
a máquina pública perdulária e ineficiente do Brasil e é a principal vítima do
Estado Paralelo, criminoso, que grassa nas ruas e avenidas desse País
Continental.
Hoje, sem
nenhum pessimismo, mas com o olhar firmado na realidade, o jovem brasileiro tem
duas opções no Brasil, morrer ou morrer.
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