segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Senadores da região Norte se mostram preocupados com corte de recursos no Sistema S


Senadores da região Norte se mostram preocupados com corte de recursos no Sistema S
Por João Paulo Machado e Marquezan Araújo

Com a proximidade da chegada do novo governo ao Palácio do Planalto, os últimos dias do legislativo em 2018 foram de discussões sobre os rumos da futura gestão de Jair Bolsonaro.
No último dia de trabalho na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, por exemplo, o assunto que tomou conta do debate entre os parlamentares foi a promessa do futuro ministro da economia, Paulo Guedes, de dar uma “facada” nos recursos do Sistema S.


Formado por entidades como, por exemplo, Sesc, Sesi e Senai, o Sistema é responsável por diversos programas de educação técnica e serviços de saúde.
Preocupados com o possível corte de recursos, parlamentares da região Norte se manifestaram em defesa do Sistema S. Representante de Roraima, o senador Romero Jucá (MDB-RR) afirmou que “talvez o ministro [Paulo Guedes] não esteja familiarizado com o que representa o Sistema “S”.
Para o congressista, as “médias e pequenas cidades e nos estados menos desenvolvidos, o Sistema “S” é algo vital para capacitação de empresários, para formação de mão de obra para a indústria, para o comércio, para agricultura.
Outro parlamentar da região que se referiu ao assunto foi o senador Paulo Rocha (PT-PA). Segundo ele, “o Sistema S tem contribuído e muito não só na educação, na formação profissional, mas também nesse processo de tomada de consciência por um Brasil democrático e, desenvolvido”, afirmou.
Para se ter uma ideia, somente no Norte do país, o impacto de uma “facada” de 30% no SESI, como a sugerida por Paulo Guedes, faria com que 67,5 mil vagas em cursos profissionais fossem cortadas por ano. Além disso, 14 escolas de formação profissional seriam fechadas.
Diretor-geral do SENAI e Diretor-Superintendente do SESI, Rafael Lucchesi afirma que o possível corte de recursos para o financiamento das entidades causaria efeitos devastadores à sociedade brasileira. “Se for colocada em prática, nós vamos estar fechando mais de 300 escolas. Mais de um milhão e meio de jovens e trabalhadores deixarão de ser atendidos todos os anos. Mais de 18 mil professores serão demitidos”, explicou.
Responsável pelos programas de saúde e segurança do trabalhador na indústria, o Serviço Social da Indústria (SESI) também tem uma rede de escolas de que beneficia 1,2 milhão de jovens com educação básica, principalmente de famílias de trabalhadores da indústria.
O SESI calcula que os cortes levariam ao fechamento de 155 escolas, com perda de quase meio milhão de vagas para jovens no ensino básico e no reforço educacional de adultos com baixa escolaridade. Na prestação de serviços de saúde a trabalhadores, que inclui desde a oferta gratuita de vacinas e exames de mamografia para trabalhadoras, a previsão é de que 1,2 milhão de pessoas ficariam sem o atendimento, tendo de buscar os serviços na rede público ou custeá-los na rede particular.

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