sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Rompimento de barragem em Brumadinho acontece três anos depois de tragédia em Mariana




Acidente com barragem na cidade história deixou 19 mortos em novembro de 2015

O estado de Minas Gerais foi, mais uma vez, palco de um desastre ambiental nesta sexta-feira (25). Quase três anos depois do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco (Vale e BHP), em Mariana, em novembro de 2015, foi a vez de um estouro na barragem da Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho, a pouco mais de 50 km da capital, Belo Horizonte.
Segundo o Corpo de Bombeiros, está confirmado o desaparecimento de aproximadamente 200 pessoas. “A primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco”, disse a Vale em nota. A mineradora informou que acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. “A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”, disse em nota.
A Prefeitura de Brumadinho também publicou um alerta em suas redes sociais, para que os moradores das margens do Rio Paraopeba e da parte baixa do município evacuem suas casas, já que elas poderão ser atingidas pelos rejeitos. O principal hospital da cidade, João XXIII, já fechou a porta da emergência, iniciando a mobilização para atender às vítimas da tragédia. De acordo com a última atualização comunicada pelo Corpo de Bombeiros, por volta das 15h50, os rejeitos já atingiram o rio.

No início da tarde, o governo do estado de Minas emitiu uma nota informando que uma força-tarefa já estava no local para prestar os primeiros socorros e tomar medidas. “O Corpo de Bombeiros, por meio do Batalhão de Emergências Ambientais, e a Defesa Civil também já estão no local da ocorrência trabalhando e há dois helicópteros sobrevoando a região. O Governo de Minas Gerais já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações”, diz o comunicado.

Governo Federal
De volta da viagem a Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro já se pronunciou sobre o desastre através de suas redes sociais. Ele informou que os ministros do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estão a caminho de Brumadinho. Também faz parte dessa comitiva o secretário nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves. O episódio foi classificado como “lastimável” pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz. “Deve ter alguma coisa [posicionamento do governo], mas é lastimável. Mais uma na mesma grande região”.

Bolsonaro também determinou a montagem de um gabinete de crise no Palácio do Planalto, para acompanhar o desenrolar da operação e coordenar os esforços de todos os ministérios envolvidos na busca de soluções ou, pelo menos, de redução de danos. Ainda não está decidido se o presidente vai visitar o local, já que está previsto que ele seja internado em São Paulo, neste domingo, para realizar a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia que ele vem usando desde que foi alvo de um atentado a faca na última campanha eleitoral.

Inhotim
Ponto turístico mais conhecido da cidade, o parque de Inhotim teve que ser evacuado às pressas em meio aos temores de que a lama proveniente da ruptura de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) atingisse o parque. O jardim e museu de arte contemporânea a céu aberto reúne obras de arte dos mais importantes artistas contemporâneos. O local não foi ainda atingido, mas não se sabe se a lama pode alcançar o parque. São 600 funcionFoi o segundo rompimento de barragem em MG em três anos. Foto: Reprodução/Corpo de Bombeirosários e cerca de mil visitantes por dia. Mas não se sabe quantas pessoas estavam no parque no horário do fechamento.


O Ibama enviou uma equipe para Brumadinho, em Minas Gerais, tão logo foi informado sobre o rompimento da barragem da Vale. A equipe foi enviada a despeito do licenciamento da empresa ter sido feito pelo Estado – mesmo caso da Samarco – e não pelo governo federal, em razão da gravidade do caso e também porque o rio em que houve o desabamento desemboca no São Francisco, administrado pela União.

Volume
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que a barragem VI no Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), que se rompeu na tarde desta sexta-feira, 25, tem volume de 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração. A título de comparação, o órgão destacou que no desastre de Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015, o volume era de 50 milhões de metros cúbicos.Foi o segundo rompimento de barragem em MG em três anos. Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros

O rompimento de uma das barragens da Mina do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, colocou as cidades banhadas pelo Rio Paraopeba em alerta na tarde desta sexta-feira (25). O temor é que a lama despejada da barragem atinja estas cidades.
Pelo menos cinco cidades próximas de Brumadinho já emitiram alerta sobre os riscos de a lama atingir a cidade. Entre elas Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Juatuba e Florestal. Nesses municípios, equipes das defesas civis estão empenhadas em evacuar as margens do Paraopeba.

O rio deságua na Represa de Três Marias, no Rio São Francisco.
 Foi o segundo rompimento de barragem em MG em três anos. Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros


O rompimento da barragem em Brumadinho , em Minas Gerais, na tarde desta sexta-feira acontece pouco mais de três anos da tragédia em Mariana. No dia 5 de novembro de 2015, uma barragem da empresa Samarco rompeu, destruiu o distrito de Bento Rodrigues e deixou 19 mortos , entre moradores e funcionários da empresa. Esse foi o maior desastre ambiental da História do Brasil, de acordo com o Ibama.
Naquele 5 de novembro, o rompimento da barragem de Fundão aconteceu por volta das 16h, provocando o vazamento de 39 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de minério. A avalanche de lama levou somente 12 segundos para devastar o distrito de Bento Rodrigues, que teve cerca de 80% de suas 257 construções destruídas. O vazamento, considerado o maior de todos os tempos em volume de material despejado por barragens de rejeitos de mineração, provocou também a poluição do Rio Doce e danos ambientais que se estenderam aos estados do Espírito Santo e da Bahia. Ao todo, 39 cidades foram afetadas e 11 toneladas de peixes foram mortos. A tragédia em Minas ganhou destaque na imprensa internacional à época .

Nas cidades onde estão instaladas empresas desse tipo, é comum que haja sirenes de emergência para alertar a população em caso de algum acidente. No caso de Bento Rodrigues, distrito mais próxima à barragem e devastado pela lama, não havia esse sistema de emergência. Segundo a Samarco, o seu plano de contingência foi apenas ligar para os líderes comunitários alertando para a tragédia. No entanto, reportagem do GLOBO de 7 de novembro de 2015 revelou que, além do plano de ação de emergência da empresa ter sido precário, os moradores não teriam recebido  qualquer informe da empresa sobre o acidente ou orientações para deixar a área. (Fontes: O Globo, Folha de São Paulo e op9)

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