Acidente
com barragem na cidade história deixou 19 mortos em novembro de 2015
O estado
de Minas Gerais foi, mais uma vez, palco de um desastre ambiental nesta
sexta-feira (25). Quase três anos depois do rompimento da barragem de Fundão,
da mineradora Samarco (Vale e BHP), em Mariana, em novembro de 2015, foi a vez
de um estouro na barragem da Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho, a pouco
mais de 50 km da capital, Belo Horizonte.
Segundo o
Corpo de Bombeiros, está confirmado o desaparecimento de aproximadamente 200
pessoas. “A primeiras informações indicam que os rejeitos
atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila
Ferteco”, disse a Vale em nota. A mineradora informou que acionou o Corpo de
Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. “A
prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de
empregados e de integrantes da comunidade”, disse em nota.
A
Prefeitura de Brumadinho também publicou um alerta em suas redes sociais, para
que os moradores das margens do Rio Paraopeba e da parte baixa do município
evacuem suas casas, já que elas poderão ser atingidas pelos rejeitos. O
principal hospital da cidade, João XXIII, já fechou a porta da emergência,
iniciando a mobilização para atender às vítimas da tragédia. De acordo com a
última atualização comunicada pelo Corpo de Bombeiros, por volta das 15h50, os
rejeitos já atingiram o rio.
No início
da tarde, o governo do estado de Minas emitiu uma nota informando que uma
força-tarefa já estava no local para prestar os primeiros socorros e tomar
medidas. “O Corpo de Bombeiros, por meio do Batalhão de Emergências Ambientais,
e a Defesa Civil também já estão no local da ocorrência trabalhando e há dois
helicópteros sobrevoando a região. O Governo de Minas Gerais já designou a
formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as
ações”, diz o comunicado.
Governo
Federal
De volta
da viagem a Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro já se pronunciou sobre
o desastre através de suas redes sociais. Ele informou que os ministros do
Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de Minas e Energia, Bento
Albuquerque, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estão a caminho de Brumadinho.
Também faz parte dessa comitiva o secretário nacional de Defesa Civil,
Alexandre Lucas Alves. O episódio foi classificado como “lastimável” pelo
ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz. “Deve ter alguma
coisa [posicionamento do governo], mas é lastimável. Mais uma na mesma grande
região”.
Bolsonaro
também determinou a montagem de um gabinete de crise no Palácio do Planalto,
para acompanhar o desenrolar da operação e coordenar os esforços de todos os
ministérios envolvidos na busca de soluções ou, pelo menos, de redução de
danos. Ainda não está decidido se o presidente vai visitar o local, já que está
previsto que ele seja internado em São Paulo, neste domingo, para realizar a
cirurgia de retirada da bolsa de colostomia que ele vem usando desde que foi
alvo de um atentado a faca na última campanha eleitoral.
Inhotim
Ponto
turístico mais conhecido da cidade, o parque de Inhotim teve que ser evacuado
às pressas em meio aos temores de que a lama proveniente da ruptura de uma
barragem da Vale em Brumadinho (MG) atingisse o parque. O jardim e museu de
arte contemporânea a céu aberto reúne obras de arte dos mais importantes
artistas contemporâneos. O local não foi ainda atingido, mas não se sabe se a
lama pode alcançar o parque. São 600 funcion
ários e cerca de mil visitantes por
dia. Mas não se sabe quantas pessoas estavam no parque no horário do
fechamento.
![Foi o segundo rompimento de barragem em MG em três anos. Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros](https://media.op9.com.br/uploads/2019/01/105346012brumadinho-cbmg.jpg)
O Ibama
enviou uma equipe para Brumadinho, em Minas Gerais, tão logo foi informado
sobre o rompimento da barragem da Vale. A equipe foi enviada a despeito do
licenciamento da empresa ter sido feito pelo Estado – mesmo caso da Samarco – e
não pelo governo federal, em razão da gravidade do caso e também porque o rio
em que houve o desabamento desemboca no São Francisco, administrado pela União.
Volume
O
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) informou que a barragem VI no Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), que
se rompeu na tarde desta sexta-feira, 25, tem volume de 12,7 milhões de metros
cúbicos de rejeito de mineração. A título de comparação, o órgão destacou que
no desastre de Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015, o volume era de 50
milhões de metros cúbicos.![Foi o segundo rompimento de barragem em MG em três anos. Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros](https://media.op9.com.br/uploads/2019/01/2a503946-32f6-4d5c-a9eb-be4d024ef2ae.jpg.640x360_q75_box-01201280840_crop_detail.jpg)
![Foi o segundo rompimento de barragem em MG em três anos. Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros](https://media.op9.com.br/uploads/2019/01/2a503946-32f6-4d5c-a9eb-be4d024ef2ae.jpg.640x360_q75_box-01201280840_crop_detail.jpg)
F
O rompimento de uma das barragens da Mina do
Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, colocou as
cidades banhadas pelo Rio Paraopeba em alerta na tarde desta sexta-feira (25).
O temor é que a lama despejada da barragem atinja estas cidades.
Pelo
menos cinco cidades próximas de Brumadinho já emitiram alerta sobre os riscos
de a lama atingir a cidade. Entre elas Mário Campos, São Joaquim de Bicas,
Betim, Juatuba e Florestal. Nesses municípios, equipes das defesas civis estão
empenhadas em evacuar as margens do Paraopeba.
O rio
deságua na Represa de Três Marias, no Rio São Francisco.
![Foi o segundo rompimento de barragem em MG em três anos. Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros](https://media.op9.com.br/uploads/2019/01/barra-1.jpg)
O
rompimento da barragem em Brumadinho , em Minas Gerais, na tarde desta
sexta-feira acontece pouco mais de três anos da tragédia em Mariana. No dia 5
de novembro de 2015, uma barragem da empresa Samarco rompeu, destruiu o
distrito de Bento Rodrigues e deixou 19 mortos , entre moradores e funcionários
da empresa. Esse foi o maior desastre ambiental da História do Brasil, de
acordo com o Ibama.
Naquele 5
de novembro, o rompimento da barragem de Fundão aconteceu por volta das 16h,
provocando o vazamento de 39 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de
minério. A avalanche de lama levou somente 12 segundos para devastar o distrito
de Bento Rodrigues, que teve cerca de 80% de suas 257 construções destruídas. O
vazamento, considerado o maior de todos os tempos em volume de material
despejado por barragens de rejeitos de mineração, provocou também a poluição do
Rio Doce e danos ambientais que se estenderam aos estados do Espírito Santo e
da Bahia. Ao todo, 39 cidades foram afetadas e 11 toneladas de peixes foram
mortos. A tragédia em Minas ganhou destaque na imprensa internacional à época .
Nas
cidades onde estão instaladas empresas desse tipo, é comum que haja sirenes de
emergência para alertar a população em caso de algum acidente. No caso de Bento
Rodrigues, distrito mais próxima à barragem e devastado pela lama, não havia
esse sistema de emergência. Segundo a Samarco, o seu plano de contingência foi
apenas ligar para os líderes comunitários alertando para a tragédia. No
entanto, reportagem do GLOBO de 7 de novembro de 2015 revelou que, além do
plano de ação de emergência da empresa ter sido precário, os moradores não
teriam recebido qualquer informe da
empresa sobre o acidente ou orientações para deixar a área. (Fontes: O Globo, Folha de São Paulo e op9)
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